Porsche Top 10 da AutoSport

Nº 10 – Porsche 718

Baseado no 550, o Porsche 718 destaca-se por possuir um chassis bastante versátil, tendo participado em corridas de sports cars (onde os seus melhores resultados foram as vitórias à geral no Targa Florio, em 1959 e 1960, e nas 12 Horas de Sebring, em 1960), Fórmula 2 e até Fórmula 1, onde as suas características base o impediram de brilhar. Vale a pena lembrar que o bloco do motor é o mesmo do Carocha. A nossa versão preferida é a original, também conhecida como RSK, um sports car de chassis curto e cockpit aberto.

Nº 9 – Porsche 987

Começando como 986, o Boxster e o Cayman evoluiram bastante nos últimos anos, com a última geração a utilizar caixa de dupla embraiagem e motor de injecção directa com 320 cv. O Cayman poderia tornar-se o modelo de referência da marca alemã, com motor de cilindrada baixa em posição central, mas a marca insiste que não o quer a pisar os calos do tradicional 911. A nossa versão de eleição é o Cayman S modelo 2009, já com as últimas alterações.

Nº 8 – Porsche 356

O primeiro Porsche a entrar em comercialização foi produzido de 1948 a 1965, dando origem a várias variantes, com motores entre 1100 e 1600 cc, carroçarias coupé, spyder e speedster, versões de estrada e de competição. Foram produzidos 76 mil exemplares, estimando-se que ainda existam metade. A nossa versão preferida é uma variante de competição, a 356B Carrera Abarth GTL. Desenvolvida em conjunto com Carlo Abarth, tinha carroçaria aligeirada, construída na Bertone, e um motor de 2 litros com 180 cv, suficiente para vencer à classe nas 3 Horas de Daytona, 1000 km de Nurburgring, 24 Horas de Le Mans, 1000 km de Paris e Targa Florio.

Nº 7 – Porsche 550

James Dean perdeu a vida ao volante de um, mas todos nós gostaríamos de conduzi-lo. Embora  o 356 tenha tido uma brilhante carreira na competição, o 550 era melhor para os pilotos amadores, pois não era preciso muita preparação para entrar em provas. Inspirado no 356 Speedster, a sua carroçaria baixa permitia-lhe mesmo passar por baixo de uma cancela de passagem-de-ferro sem parar (como comprovado pelo piloto Hans Herrmann). A nossa versão favorita é a original, o 1500 RS “Giant Killer”, que venceu o Targa Florio à geral em 1956.

Nº 6 – Porsche 959

O 959 é aquele tipo de carro criado com uma ideia em mente, mas que não pôde passar a realidade. Baseado no chassis do 911, tinha uma versão mais civilizada do motor biturbo do 956 com 2,8 litros, para ser homologado em Grupo B. Com 450 cv, era 50 cv mais potente que o rival Ferrari GTO. Infelizmente, este regulamento nunca foi muito usado em velocidade e foi cancelado nos ralis em 1986, pelo que o projecto viria a ganhar nova vida no Dakar, vencendo em 1986 pelas mãos de René Metge. É precisamente esta a versão que preferimos, com o mesmo motor biturbo e carroçaria elevada em 30 cm em relação à versão de estrada.

Nº 5 – Porsche 908

Criado para a nova classe que limitava protótipos a 3 litros, o Porsche 908 conseguia ganhar corridas mesmo contra o seu “irmão” mais potente, o 917, graças ao peso leve de 700 kg. Com apenas 350 cv, a fiabilidade também ajudava a bater os protótipos Ferrari, Alfa Romeo e Matra, que tinham motores de F1 mais potentes. Mais tarde, a Porsche reduziu ainda mais o peso removendo a “cauda” e a cobertura do cockpit. Os 908 Spyder continuaram a correr como privados até aos anos 80. O 908/01 LH (longo) é um dos nossos favoritos, mas também admiramos o uso da receita do baixo peso no 908/02 Spyder.

Nº 4 – Porsche 956/962

O Grupo C trouxe a Porsche de volta aos protótipos a tempo inteiro (Norbert Singer, director técnico da Porsche, nunca gostou muito no antecessor 936) com o 956. O motor era o mesmo do 936, um 2.6 biturbo de seis cilindros “boxer”, cuja primeira vitória foi nas 24 Horas de Le Mans. A IMSA recusou a participação do 956 com base na segurança e no motor, pelo que o 956 foi evoluído para 962, com o eixo dianteiro puxado à frente e o motor 2.8 do 935. O sucesso das duas variantes foi tal que foram construídos 172 exemplares, que venceram 129 corridas de ambos os lados do Atlântico e do Pacífico. Além da decoração clássica da Rothmans usada pela equipa de fábrica, destacamos também o carro usado pela Joest Racing, uma das mais bem sucedidas formações privadas a usar o 956 e o 962.

Nº 3 – Porsche 911

São já quase 45 anos desde que a Porsche apresentou a primeira geração do 911, o mais bem sucedido carro de estrada da marca alemã. Começando como um simples coupé com motor de 2 litros de refrigeração a ar e 130 cv, foi ganhando motores cada vez maiores, versões descapotáveis e turbocompressor. Em 1998, abandonou o motor a ar por um refrigerado a água, bem como cabeças multiválvulas. A Porsche já o tentou substituir várias vezes, mas o 911 provou ser imortal. Duas versões não nos saem da cabeça, o primeiro Turbo, nome de código 911, com 260 cv, e o 993 GT2, primeira versão biturbo, homologada para o Campeonato FIA GT.

Nº 2 – Porsche 935

Foi criado com base no 911, mas tornou-se uma lenda por direito próprio. As regras de Grupo 5 para carros de turismo e GT eram bastante permissivas, mas o 935 foi o primeiro carro a explorar ao máximo as modificações permitidas pelo regulamento, nomeadamente com o “flat nose”, as extensões laterais para albergar eixos maiores e turbocompressores sem limite de pressão. O 935 dominou quase completamente as corridas de “sports cars” no mundo inteiro entre 1977 e 1981, vencendo as 24 Horas de Le Mans e as 24 Horas de Daytona. Chegou a ser evoluído até aos 850 cv de potência. As novas versões preferidas são o “Moby Dick” (evolução de fábrica para 1978) e o K3, terceira geração desenvolvida independentemente pela Kremer Racing.

Nº 1 – Porsche 917

Talvez o mais espectacular Porsche de todos os tempos, o 917 foi construído em 25 unidades para aproveitar um “buraco” no regulamento que permitia “sports cars” até 5000 cc, enquanto os protótipos eram limitados a 3000 cc. O 917 tinha um chassis bastante leve e um motor de 4500 cc. Alguns problemas de juventude significaram que apenas em 1970 o 917 tornou-se competitivo, oferecendo à Porsche a primeira vitória à geral em Le Mans. O carro foi sendo evoluído, com versões de carroçaria longa e motores maiores, mas em 1972 a FIA acabou com o Grupo 4 e os carros alemães, agora com carroçaria descoberta, mudaram-se para as pistas americanas da Can-Am. Sem limites de cilindrada, o motor cresceu para 5400 cc e a adição de turbocompressores significou o crescimento desmesurado da potência até 1200 cv ou mais. Temos dois preferidos, o modelo curto (917K) com cores da Gulf (inscrito por John Wyer), que venceu Le Mans em 1970 e 1971, e o 917/30 “Spyder” da Penske, que dominou o Can-Am em 1972.