Pilotos japoneses ‘sofrem’ com situação no seu país

Além disso, os estragos causados na central nuclear de Fukushima mantêm em aberto a possibilidade de se assistir a uma catástrofe nuclear (neste momento o maior receio, por exemplo, na capital Tóquio), apesar dos grandes esforços do governo japonês para impedir que isso suceda.

Assim, e mesmo no automobilismo, diversas figuras já manifestaram a sua solidariedade para com o povo nipónico, sendo de destacar naturalmente os elementos oriundos do ‘país do Sol Nascente’.

Na Fórmula 1, Kamui Kobayashi confessou na passada sexta-feira sentir-se bastante abatido com todas as notícias que surgiam, considerando mesmo “desesperante” toda a situação vivida no seu país natal. 

Na Indycar, Takuma Sato não quis deixar de prestar a sua sentida homenagem aos seus compatriotas, competindo nos ensaios da categoria no circuito de Barber com uma mensagem de solidariedade – ‘Pray for Japan’ (Rezem pelo Japão, em tradução literal).

“O mais triste é a perda de vidas e aqueles que perderam amigos ou familiares. É um momento bastante duro. A minha cabeça e o coração estão neste momento no Japão. Penso imenso neles. Estou aqui para fazer o meu trabalho e empenho-me a 100 por cento nos próximos dias na pista, mas lá as coisas estão verdadeiramente más”, referiu o piloto ontem, lembrando ainda que “os sismos são normais no Japão mas nunca houve nada como isto”.

Hiroshi Aoyama “desolado” 

No MotoGP, competição com diversos japoneses envolvidos, os eventos do Japão também foram recebidos com natural emoção. “Fiquei estupefacto com o que vi na televisão no aeroporto de Barcelona”, escreveu o piloto Hiroshi Aoyama no seu blog pessoal. “Sinto que tenho de fazer qualquer coisa mas estou longe e sinto-me impotente. Quando penso nas vítimas que estão a sofrer, não me consigo concentrar seriamente nos meus testes e na corrida agora. É simplesmente desolador”, acrescentou.

Da parte da Honda, uma das marcas que compete no Mundial, o mesmo sentimento manifestado por Shuhei Nakamoto: “A situação é muito difícil no Japão e os nossos pensamentos estão com todas as pessoas diretamente envolvidas. Quanto à HRC, tivemos sorte em não termos grandes problemas, mesmo se é mais difícil trabalhar com o gabinete principal – só podemos trabalhar cinco horas por dia devido às restrições de energia”, referiu no site do MotoGP, recordando ainda que problemas de outra natureza também poderão surgir com as dificuldades no fornecimento de muitas peças.

E mesmo os pilotos de outras nacionalidades manifestaram a sua tristeza com as notícias vindas a público: “Confrontado com uma tragédia como aquela que atingiu o Japão hoje [sexta-feira], a Fórmula 1 e todos os seus problemas relacionados com pneus, asas e motores passa para o último lugar na lista de prioridades e hoje todos os meus sentimentos vão, primeiro e antes de tudo, para as vítimas e as suas famílias”, afirmou Fernando Alonso, piloto da Ferrari, na passada sexta-feira.