Petter Solberg: “Ralicross vai tornar-se numa das modalidades de topo”

Petter Solberg pode tornar-se no primeiro piloto a ser Campeão do Mundo de Ralis e de Ralicross, e o primeiro a fazê-lo em duas modalidades distintas, nas quatro rodas. Com o triunfo em Trois Riviéres, no Canadá, Mr. Hollywood está bem posicionado para o fazer, pois tem agora vinte pontos de avanço para o segundo classificado, ainda que tenha ainda cinco provas pela frente na difícil e equilibrada competição. Numa pequena conversa, revelou como tem sido este seu segundo ano no Mundial de Ralicross.

Até que ponto a competição aumentou comparativamente ao ano passado, teu ano de estreia ao mais alto nível no Ralicross?

“Estou muito contente por liderar a competição, tivemos seis pilotos diferentes em sete provas, e isso diz tudo. Basta olhar para os tempos do ano passado, os nomes, os carros, há uma diferença abismal neste novo Mundial de Ralicross…”

Quem tem sido o teu mais duro adversário esta época?

“Estou bastante bem impressionado pelo jovem Reinis Nitiss, que tem apenas 18 anos. Ainda por cima é bom rapaz! O Topi Heikkinen também é muito consistente e um piloto muito inteligente. E tudo é ainda possível, será certamente uma luta muito dura daqui até ao final da época.”

A tua alegria após as vitórias é sempre a mesma…

“A minha vitória de Montalegre foi um dos meus melhores momentos de sempre, muito semelhante à minha primeira vitória no WRC no Rali da Grã-Bretanha de 2002. É algo que muito me orgulho pois senti um grande orgulho e alívio. Queria muito essa vitória pela equipa e pelos meus mecânicos, que merecem todos os segundos de glória.”

Há tempos disseste que a consistência era fundamental. Agora que lideras destacado, a tua segunda metade da época será a gerir os pontos que tens de avanço ou vais lutar por mais vitórias?

“Temos que ser inteligentes neste ‘jogo’, tal como se percebeu pela primeira parte da época, com tantos vencedores distintos. Só falamos de três pontos de diferença entre primeiro e segundo na final e um ponto nas semi-finais, por isso vai ser sempre equilibrado e por isso a minha estratégia será obter o máximo de pontos possível em cada corrida, mas é claro que não vou descurar possíveis vitórias. E o melhor disso tudo é que tenho a melhor equipa do mundo para o fazer, pois os meus mecânicos são fabulosos…”

O que achaste desta saída da Europa?

“É crucial para o sucesso do Ralicross que o Mundial saia da Europa. Fiquei contente que o Jacques Villeneuve tivesse decidido juntar-se ao campeonato, para além do que o Canadá é um país muito semelhante à Noruega, com boa gente e uma natureza fantástica.”

Fala-se muito do crescimento do Ralicross como desporto, como vês o desenvolvimento da modalidade nos próximos anos?

“Não tenho a mais pequena dúvida que com a IMG como promotor e a FIA a alargar os horizontes da competição a outros países o Mundial de Ralicross vai desenvolver-se muito e tornar-se numa das modalidades de topo dos desportos motorizados. Este poder, velocidade, ação, desenvolvimento constante, pilotos de topo e muito drama e animação em pista, quem pode resistir a isso ao vivo ou na TV?”

Onde e como seria a tua corrida ‘perfeita’? Citadino, pista, o que for?

“Adorava um evento em Oslo, no espetacular resort de esqui de Holmenkollen. Mas qualquer pista espetacular num grande cidade em qualquer lugar do Mundo seria muito bom. Estou muito contente por irmos a Barcelona no próximo ano.”

O teu filho Oliver ficou felicíssimo com esta vitória no Canadá…

“Era o único mais feliz que eu! Viemos diretamente para o Canadá depois do triunfo dele no Crosskart, disse-me logo que tinha de fazer o mesmo. O que fiz! Foi um dia fantástico, vencer três das quatro mangas, a semi-final e a final. Queria um resultado destes depois do que me aconteceu na Bélgica em que perdi a vitória devido a uma quebra da suspensão…”