Onde estava em 1977?

Por a 20 Dezembro 2010 11:00

Pedro Lamy (1977 – 5 anos / 2010 – 38 anos)

“Ficava nervoso e tinha medo!”

Se há coincidência interessantes, o facto do AutoSport ter nascido precisamente no mesmo ano em que o Pedro Lamy se estreou nas competições, é, sem dúvida, uma delas. Então com cinco anos, o piloto ainda não sabia, em 1977, que iria direcionar a sua carreira para os automóveis e é por isso que o seu primeiro veículo de competição é uma mini-moto! Apesar de não se lembrar de grandes feitos por essa altura, Lamy recorda, ainda assim, que “esse foi o meu primeiro ano no mini-motocross e na mini-velocidade, onde penso que já ganhei algumas corridas, mesmo não tendo sido campeão na disciplina da velocidade”. Além disso, o ex-piloto de F1 também guarda como recordação “estar muito nervoso antes das corridas e ter mesmo medo de participar”, um receio explicado pelo próprio pai do piloto, Álvaro Lamy, que recorda que ‘com quatro anos, o Pedro caiu de um andar para o outro na adega da quinta e durante algum tempo dizia que queria continuar a andar na moto, mas… com ela desligada!”.

Recordações do AutoSport dessa época é que são mais difíceis de encontrar na memória de Pedro Lamy pois “só me lembro que havia o AutoSport e o Motor, mas sinceramente não me lembro qual é que via mais”. Ainda assim, o atual piloto oficial da Peugeot não deixa de referir que “o AutoSport fez sempre parte da minha vida, desde que me lembro do seu nome”.

Onde estava em 1977?

Pedro Matos Chaves (1977 – 12 anos / 2010 – 45 anos)

“Estudava como um louco para ter um kart!”

Em 1977, Pedro Matos Chaves tinha 12 anos e sonhava já com corridas de automóveis quando acompanhava o pai como organizador de provas. Com um sorriso emocionado, o piloto que chegou à F1 em 1991, recorda-se que “nesse ano passei o ano a estudar como um louco porque o meu pai me tinha prometido um kart se dispensasse os exames do segundo ano do ciclo. Claro que estudei tanto, que passei. O problema foi no ano seguinte em que, como já tinha o kart, acabei por chumbar e o meu pai deu-me como ‘prémio’ uma entrada direta para o colégio interno!”. Antes disso, no entanto, o versátil piloto não esquece esse mítico ano de 1977 pois “só podia andar no fim de semana no kart na pista de S. Caetano em Gaia e tive que esperar ansiosamente três anos porque, nessa altura, só podíamos entrar em corridas aos 15 anos. Mas o desejo de andar de kart era tanto que às vezes andava nos passeios contíguos à minha casa… a atropelar quem aparecesse à frente!”.

De resto, pouco tempo depois vem as primeiras recordações do AutoSport: “claro que já o devia ter aberto antes, mas a minha primeira recordação do AutoSport foi em 1982 quando fui com o meu pai ao Rali da Madeira. Recordo-me perfeitamente que tivemos que vir embora do rali a meio e sem saber quem tinha ganho a prova e de ter que esperar desesperadamente por quinta-feira (dia em que era publicado nas bancas o AutoSport nessa altura) para saber que quem tinha ganho o rali tinha sido o Adartico Vudafieri. Dos primeiros anos de AutoSport, o popular ‘Petó’ também não esquece que “foi através do AutoSport que soube que seria o número 18 no Troféu Starlet com que me iniciei, pois ninguém me dizia e tive que esperar que a lista de inscritos do troféu fosse publicada no AutoSport para saber quem eram os meus adversários”. 

Rufino Fontes (1977 – 25 anos / 2010 – 58 anos)

“Foi o ano mais triste da minha carreira!”

Com 25 anos, Rufino Fontes ainda não tinha chegado ao auge da sua carreira, mas já começava a sobressair no automobilismo nacional. No ano de estreia do AutoSport, o piloto de Oliveira de Azeméis dividia a sua atividade pela velocidade, os ralis e o Pop Cross: “eram tempos muito giros. Nas pistas entrei no campeonato nacional com o Alfa Romeo GTV, o ‘DE-41-09’ do Team Arbo, mas que começava a ficar desatualizado pelo que não consegui grandes resultados. Ainda nesse carro fiz pelo menos o Rali James terminando em segundo do Grupo 1. Mas mesmo engraçado era o Pop Cross, onde até em Pamplona e Madrid fui correr. O carro não pesava nada e tinha caixa curta e no meio de tantos 2 Cv era o ‘salve-se quem puder'”. No entanto, esse ano também ficou marcado por um dos momentos mais trágicos da história do automobilismo nacional e que foi vivido de forma muito intensa por Rufino Fontes: a morte do piloto Kiko Ribeiro Silva numa corrida no Autódromo do Estoril. “Infelizmente, essa é a recordação mais triste da minha carreira e que jamais se dissipará da minha memória até porque aprendi muito com o Kiko”.

Do AutoSport dos primeiros tempos, o elemento mais velho da geração ‘Fontes’ recorda que “se tornou um vício de leitura, desde o primeiro número, difícil de combater e que trespassou as restantes gerações de pilotos lá de casa. Sempre fui um seguidor e comprador do AutoSport”.

Santinho Mendes (1977 – 36 anos / 2010 – 70 anos)

“A primeira-ministra não simpatizava com corridas!”

O nome dispensa grandes apresentações. Santinho Mendes ganhou praticamente tudo o que havia para ganhar em Portugal, tornando-se um dos mais versáteis pilotos portugueses de todos os tempos. Mas, curiosamente, em 1977 foi um dos anos em que o piloto menos atividade registou no seu currículo. Nascido a 18 outubro (mas, curiosamente, registado apenas 44 dias depois), o piloto de Abrantes recorda que “nesse ano houve poucas corridas a nível nacional. A primeira-ministra, Maria de Lurdes Pintassilgo, não simpatizava com corridas e ‘fechou a torneira’ da gasolina! Ainda assim, tenho ideia de ter participado no campeonato de ralis com três carros diferentes. Comecei num Opel, mas o carro não chegava para a concorrência. Troquei-o por um BMW 2002 Tii que também não me serviu os intentos porque estava sempre a sobreaquecer. Finalmente, como também estava meio zangado com o Entreposto, comprei um Fiat 124 Spyder, mas foi uma péssima escolha porque o carro também não era fiável”. Foi um ano para esquecer, registando o compasso de espera entre as épocas de ouro de 1973 e 1974 onde conseguiu ser campeão de velocidade e o início da década de 1980 onde se sagrou consecutivamente campeão nacional de ralis ao volante do competitivo Datsun 160 J.

Por essa altura, o AutoSport era também já um hábito enraizado na vida do piloto e em 1977, quando saiu a primeira edição, Santinho Mendes recorda que “pouco depois de ter saído já me dava bem com os jornalistas que lá escreviam”. Memórias que o tempo não apaga…

 

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