O português na Comissão Offroad da FIA

Por a 1 Julho 2014 13:56

João Zenha é o representante nacional no órgão da FIA que superintende as competições de Offroad. O sucesso da prova do Mundial de Ralicross em Montalegre foi comentado na última reunião da Federação Internacional, em Paris

AutoSport: Pode fazer um resumo do seu percurso até chegar à Comissão Offroad da FIA, no início deste ano?

João Zenha: Comecei em 1998 como voluntário do Clube Automóvel de Lousada. Mais tarde fiz um curso de Comissário Desportivo, curiosamente na altura publicitado no AutoSport. Desempenhei quase todo o tipo de funções nas provas de Ralicross e Autocross do clube, desde comissário de pista, a chefe de posto, passando pelo secretariado, relações com os concorrentes até chegar a diretor de prova adjunto, na altura sob coordenação do engenheiro Bessa Machado. Em 2002, fiz a minha primeira prova do Europeu de Ralicross como diretor de prova adjunto e em 2004, por indisponibilidade do engenheiro Bessa Machado, surgiu a oportunidade de ser o diretor de prova.

Tive essas funções na última prova do Europeu de Ralicross que se disputou em Lousada, em 2008. Também fui colaborador nos Europeus de Autocross em Foz Côa e em Murça, e fui observador da FPAK para o Nacional de Autocross. Em 2010 fui nomeado Presidente do Colégio de Comissários Desportivos do Campeonato de Portugal de Circuitos, função que desempenhei até ao ano passado.

Entretanto, também já tinha sido o comissário nacional em provas internacionais como o WTCC, o FIA GT ou o GT Open. A nova direção da FPAK entregou-me a responsabilidade de revitalizar o Ralicross em Portugal e nomeou-me como representante português na Comissão Offroad da FIA.

A: Um percurso muito abrangente, portanto…

JZ: Sim, já ando nisto há 16 anos e fiz de tudo um pouco. Tive a sorte de apanhar um período particularmente saudável do Offroad em Portugal, tanto ao nível dos campeonatos nacionais como das provas do Europeu de Ralicross em Lousada e Montalegre, e do Europeu de Autocross em Foz Côa e Murça. Infelizmente, penso que a modalidade está a atravessar dificuldades no país e o objetivo da FPAK é recuperar para o Ralicross essa dinâmica do passado. Para isso temos de escutar os pilotos, os sponsors, os organizadores e os preparadores, mas também é preciso fazer a ponte entre a FIA e a realidade nacional. Esse é um dos meus objetivos.

O Ralicross tem um potencial enorme. É a modalidade-espetáculo por excelência, mas só agora com a IMG e o Mundial se está a fazer um verdadeiro esforço de promoção e divulgação da modalidade junto dos meios generalistas. A nível nacional, já estive na primeira prova do campeonato em Mação e trouxe algum feedback importante para o trabalho que temos a fazer. Tanto nos campeonatos FIA como nos nacionais tem que haver uma dinâmica positiva entre os fornecedores, que são as organizações e os cliente, que são os pilotos.

A: Qual foi o feedback sobre a prova de Montalegre do Campeonato do Mundo de Ralicross?

JZ: Isso foi discutido na última reunião da Comissão, em Paris, no dia 13 de maio. Montalegre teve um destaque merecidíssimo. Uma parte da reunião foi dedicada a analisar e a destacar o trabalho que a organização da prova fez para responder a tudo o que lhes foi pedido. O general manager da IMG (ndr, promotor do Mundial), o Martin Anayi, elogiou imenso aquilo que encontrou em Montalegre, desde a atmosfera da prova em si, à resposta a todas as solicitações, o acolhimento das equipas e público, o evento de apresentação do Mundial no Multiusos de Montalegre, a organização desportiva do C.A.V.R., a entrega e a dedicação das pessoas. Ficaram mesmo muito satisfeitos.

A: Ou seja, em 2015 voltaremos a ter Montalegre no Campeonato do Mundo.

JZ: Nunca podemos afirmar a 100 por cento mas pelo que ouvi, eu diria que há fortes probabilidades…

A: Na prática, até que ponto é importante para Portugal ter um representante numa Comissão da FIA?

JZ: É muito importante. Felizmente como país já começamos a ter algum destaque nestes meios. Temos o Carlos Barbosa como presidente da Comissão da FIA para o WRC. Temos pessoas muito conceituadas como o Eduardo Freitas e o Rui Marques, que no meu caso pessoal foram importantes para abrir alguns caminhos. Trata-se sobretudo de marcar presença e de garantir que o nosso automobilismo tem uma cara e uma voz nos centros de decisão. Além disso, ficamos sempre uma noção concreta do que se discute e do que decide na FIA para depois fazermos a ponte para a nossa realidade.

A: A Comissão FIA é liderada há vários anos pelo belga Andy Lasure. Lembro-me de o ver a meter ‘mãos à obra’ numa prova do Europeu em Lousada, a ordenar ele próprio os carros numa grelha…

JZ: Sim, é um pessoa muito dedicada e experiente. Esteve doente durante um período mas agora felizmente está a recuperar. E também parece gostar do nosso país.     Ricardo S. Araújo

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