Na Sportclasse vive-se e respira-se Porsche

Por a 24 Janeiro 2012 17:09

Em todas as áreas existem rivalidades. Benfica vs. Sporting no futebol. Microsoft vs. Apple nos computadores. Beatles vs. Rolling Stones na música rock. Porsche vs. Ferrari nos carros desportivos. Neste caso, os fãs de cada uma da marca têm motivos diferentes para justificar a sua preferência, sendo que os da Porsche geralmente declaram-se amantes dos avanços técnicos de Ferdinand Porsche e do seu filho Ferry. Jorge Nunes é um entusiasta da Porsche, marca com quem convive todos os dias, no seu trabalho, a garagem Sportclasse.

Jorge Nunes é filho de Américo Nunes, antigo campeão nacional de automobilismo (tanto nos ralis como nas pistas), de quem admite “ter herdado a paixão pela Porsche”, em especial pelos modelos clássicos. Na sua garagem, não discrimina os clientes, que assegura ser “cerca de 1800, desde que iniciámos a atividade. Mas como já temos bastantes anos no ativo, se calhar metade já não tem um Porsche, pelo que penso que trabalhamos com cerca de 800 clientes, que vêm à oficina pelo menos uma vez por ano. Trazem-nos tanto carros novos como clássicos, pois também fazemos trabalho de revisão e manutenção tanto aos antigos 356 e 911 como aos novos 997, Cayman ou Boxster”.

A paixão de Nunes pela história da Porsche acaba por contagiar os seus clientes, pois “quem já tem um Porsche novo acaba sempre por ter também um clássico. É sempre bom aplicar dinheiro nestes carros, que têm uma valorização muito boa”.

Especializado no restauro de automóveis antigos, o proprietário da garagem assegura que “não é complicado restaurar carros como o Porsche 356 ou a primeira geração do 911”. A maior parte das peças para reconstruir estes modelos “está disponível na Porsche Classic, um departamento que a marca recriou recentemente. A Porsche Classic tem quase todo o material, mas como é original e da Porsche, o preço pode ser um pouco elevado, quando comparado ao que é normal para restaurar clássicos britânicos, por exemplo”. Em alternativa, Nunes aponta os vários clubes Porsche espalhados pelo mundo como uma ajuda “para encontrar material quando é preciso”.

Depois de adquirir o carro, o preço de um restauro simples poderá ficar “entre 20 mil e 40 mil euros. Depende muito do estado da carroçaria, cuja recuperação pode acrescentar até 10 mil euros ao preço final”. Jorge Nunes está satisfeito por ter atingido fama além-fronteiras, “pois para além de Portugal e Espanha, já fizemos um 356 Speedster para a Suíça. Já estivemos presentes no Salão de Estugarda há dois anos, e no Salão de Essen o ano passado, o que nos tem ajudado a angariar clientes estrangeiros.

Porsche e não só

A coleção de automóveis clássicos da Sportclasse espelha o gosto de Jorge Nunes pela Porsche, incluindo alguns exemplares do 356, 911 SC, 911 RSR, um 914/6 GT e até um raro 924 Carrera GT. Mas as principais estrelas da coleção são dois modelos de competição derivados do 911. Um é o 935 A4 ‘Silhoulette Alméras’, uma versão de Grupo 5 do 911, com a qual Jean-Marie Alméras foi Campeão Europeu de Montanha em 1979 e 1980. Ao contrário dos 935 usados pela equipa oficial, pela Joest ou pela Kremer, tem um motor aspirado, com cilindrada aumentada para 3,5 litros. Foi também usado no antigo Nacional de Velocidade por Robert Giannone. Outro é 911 SC/RS de Grupo 4, um carro de ralis preparado por Charles Méznarie, rival de Alméras na preparação de Porsche, que conta no seu palmarés o triunfo na Volta à Córsega de 1980, pela mão de Jean-Luc Thérier. Finalmente, dois dos 911 do seu pai estão também na coleção, dos quais damos conta em separado.

Embora seja centrada na Porsche, a coleção da Sportclasse inclui também modelos de outras marcas, incluindo as versões civis de alguns carros de Grupo B, como o Ford RS200, Peugeot 205 T16 e Renault 5 Turbo. Existe também um raro Mercedes 190E 2.5 Evo II, bem como alguns exemplares de Alpine A110, Fiat 500 Abarth, Triumph TR3, Fiat 124 Spyder e Ford Escort Twin Cam, entre outros.

Negócios originais

A ligação de Jorge Nunes à Porsche começou nos anos 80, embora com um negócio completamente diferente do habitual e de pouca divulgação em Portugal. O empresário revelou que “decidimos começar a construir réplicas do Porsche 356 nessa altura, um negócio que mantivemos a fundo durante quatro ou cinco anos, até 1991 ou 1992. Tivemos algum sucesso além-fronteiras, pois vendíamos quase toda a produção para Espanha. Em Portugal não vendíamos mais de cinco ou seis carros por ano”. A Sportclasse conseguia produzir cerca de 30 unidades por ano, embora “por vezes conseguíssemos fazer três carros por mês”. Desde então, a construção das réplicas do 356 passou a ser um negócio secundário devido ao tempo dedicado à recuperação de clássicos e manutenção dos carros dos seus clientes regulares, mas ainda podem ser feitos ocasionalmente, a pedido.

Em nome do pai

Filho de Américo Nunes, antigo Campeão Nacional de Ralis (de 1966 a 1970) e de Velocidade (1967 e 1972), Jorge Nunes tem na sua coleção, nas instalações da Sportclasse, dois antigos carros do seu pai. Um deles é o 911 S 2.0 com que Américo Nunes venceu o GP ACP de 1969, na Granja do Marquês, com acabamentos tão fieis que o carro foi restaurado para ficar com a tinta desgastada e a chapa de matrícula à banda, tal como terminou a prova. O 911 S tinha matrícula pois era usado tanto em ralis como em velocidade. Este carro foi usado até à chegada do famoso ST, mais conhecido pelos amantes do automobilismo como ‘A Bomba Verde’. Outro carro, nesta altura ainda em fase de restauro, o 911 S 2.4 com que o antigo campeão venceu a Rota do Sol em 1978, que também vai ficar com as cores da época. De referir que este 911 S também era usado por Américo Nunes para circular em estrada.

 

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