London-Sydney (1968): O cordão umbilical

Por a 26 Março 2023 11:01

Uma lista de inscritos com uma centena de equipas e um percurso de mais de sete mil milhas: eis a receita daquela que foi a primeira grande maratona automóvel, ligando dois mundos totalmente opostos – Londres e Sydney. Realizou-se em 1968 e foi o verdadeiro cordão umbilical entre gentes diferentes e paisagens desconhecidas. Depois, vieram a Maratona Londres-Mexico (1970), que até passou por Portugal e, mais tarde, as grandes provas trans-africanas, de que o expoente máximo é o Dakar.

Entre os inscritos, podem assinalar-se nomes como Paddy Hopkirk, Tony Fall e Rauno Aaltonen (BMC 1800 MkII, da British Leyland), Dieter Glemser e Gilbert Staepelaere (Ford 20MRS, da equipa oficial alemã), Lucien Bianchi (Citroen DS 21, da Citroen Cars), Robert Neyret (Citroen DS 21 privado), Bertil Sodestrom (Ford Lotus Cortina oficial), Sobieslav

Zasada (Porsche 911S). Johnny Sprinzel (MG Midget), Rob Slotemaker (DAF 55 da equipa oficial holandesa) ou Giancarlo Baghetti ((Lancia Flavia 1800), o piloto que venceu a sua primeira corrida de F1, em 1961, com um Ferrari. Enfim, “le creme de la creme” das corridas de estrada, vulgo ralis. Para esta maratona, os prémios eram aliciantes: por exemplo, o vencedor absoluto recebeu um cheque de 10 mil libras esterlinas, um fortuna na época, mais um troféu assinado pelo Daily Express, um dos jornais que patrocinavam a prova e a inscrição gratuita no Safari do ano seguinte, prova africana que era na ocasião um ex-libris da aventura por mundos inóspitos.

Existiam também diversos prémios especiais, como um cheque de 2.000 libras esterlinas para a melhor equipa oriunda da Austrália. Ao longo de quase 12 mil quilómetros, durante 11 dias de pilotagem pura e percorrendo outros tantos países diferentes, os pilotos foram-se aguentando conforme puderam, alguns deles ficando obviamente pelo caminho. No final, quem sorriu melhor foi o trio formado pelos ingleses Andrew Cowan, Colin Malkin e Coyle (Hillman Hunter), que bateram Paddy Hopkirk/Poole/ Nash e Vaughan/Forsyth/Ellis, estes partilhando um Ford Falcon da filial local e que foram também os primeiros australianos a atingir Sidney.

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lemans1969
lemans1969
4 anos atrás

Belos tempos estes. Só não concordo com a designação de que esta foi a primeira grande maratona automóvel ligando dois mundos totalmente opostos.

Para mim, a primeira grande maratona ligando dois mundos totalmente opostos foi o Pequim – Paris em 1907.

Voltando à Maratona Londres – Sidney de 1968, tenho a miniatura do Hillman Hunter MK II com o número 75 vencedora da prova e que foi fabricada pela Corgi Toys em 1970, altura em que a comprei.

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