Lembra-se de? Desporto automóvel há 40 anos

Por a 5 Fevereiro 2023 11:25

Comecemos o ano de 1983 pelas escaldantes areias das dunas africanas. Ou seja, pelo que seria mais tarde o mítico “Paris-Dakar” mas que, nessa altura, ia apenas na sua 5ª edição. Uma edição em que dois construtores portugueses de viaturas de todo o terreno estiveram presentes: a UMM, com as equipas José Megre/Mira Amaral, Pedro Cortez/Miranda, Rodrigues/Marques e Cardoso/Barbosa; e a Portaro, com as equipas Jean-Pierre Kurrer/Pierre Zanone, Jean-Luc Roy/Xavier Baudet, Reis/Gomes, Vitalino Marques/José Fernando e Serge Proust/Manuel João, em estreia. E, para estreia, não podia ter sido melhor. Apesar de apenas um Portaro ter chegado a Dakar, fê-lo em 10º, depois de ter chegado mesmo a rodar em 9º da classificação geral. Os autores da proeza foram os franceses Kurrer/Zanone. No entanto, heróis foram também os homens da UMM. Todas as viaturas atingiram o final – feito levado a cabo pela segunda vez consecutiva. Os melhores classificados foram Pedro Cortez (36º) e José Megre (42º).

Mas o ano de 1983 ficou marcado por outros acontecimentos. Por exemplo, na Fórmula 1 assistiu-se à conquista do segundo título de Campeão por parte de Nelson Piquet. Um título que começou a esboçar-se apenas após do GP de Itália, que o brasileiro venceu, enquanto o francês Alain Prost acabou afastado a meio da prova… e, embora ainda não o soubesse, do seu primeiro título de Campeão. A “confirmação” de “Nelsinho” – que venceu a prova seguinte, o GP da Europa, em Brands Hatch – aconteceu em Kyalami, palco da derradeira corrida da temporada. No GP da África do Sul, Piquet deu-se ao “luxo” de oferecer a vitória ao seu colega de equipa, Riccardo Patrese, bastando-lhe o lugar mais baixo do pódio para ser bi-Campeão, depois do abandono de Prost a meio da prova. Neste ano, verificou-se o regresso da Honda à Fórmula 1, mas apenas enquanto fornecedora de motores. Foi no GP da Grã-Bretanha, com o Spirit/Honda de Stefan Johansson. Mas, a 7 de Setembro, o Williams/Honda efectuou os seus primeiros testes, em Donington, com Keke Rosberg ao volante. Era o início de uma dupla que viria a “arrasar” a F1 nos anos seguintes.

No “Extremo Oriente”, um tal de Ayrton Senna da Silva venceu o Grande Prémio de Macau em Fórmula 3; menos de um ano depois, estava entre os grandes. Nos ralis, a Lancia sagrou-se pela quinta vez Campeã Mundial, com 118 pontos, vencendo a Audi por escassos dois pontos. Isto, apesar do Campeão do Mundo de Pilotos ter sido Hannu Mikkola, um dos homens “Audi”, com 125 pontos, mais 23 que Rohrl e 25 que Markku Alen, os pontas de… Lancia. O “feito” da casa italiana surgiu depois do Rali de Sanremo, que foi inteiramente dominado pela Lancia, que colocou quatro carros nas cinco primeiras posições (Alen/Kivimaki, Rohrl/Geistdorfer, Bettega/Perissinot, nas posições do pódio e Biasion/Siviero, em 5º), enquanto o primeiro Audi Quattro foi o de Michele Mouton/Fabrizia Pons, em sétimo.

Por cá, realce para a “festa da Diabolique”, cuja “primeira etapa” foi o Rali de Castelo Branco, onde não só Joaquim Santos/Miguel Oliveira venceram todos os 11 troços, como o “doutor” assegurou a conquista do título de segundos condutores e Santos deu um passo definitivo para a coroa de Campeão, que viria a garantir na “segunda etapa” da “festa”, o Rali Sagres Europa/Algarve, onde foi terceiro, atrás do francês Olivier Tabatoni, vencedor-surpresa com Citroen Visa Chrono e de Inverno Amaral, em Citroen Visa Trophée.

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