FOTOGALERIA: Sir Stirling Moss

Por a 15 Junho 2011 17:59

Foi, durante quatro anos consecutivos vice-campeão, a que somou mais três terceiros lugares, reservando para si o título do melhor piloto de Fórmula 1… que nunca chegou a Campeão do Mundo. Entre 1951 e 1961, Moss participou em 66 Grandes Prémios e venceu 16, dois dos quais em Portugal. Passou por equipas como a Mercedes-Benz, Maserati, Vanwall e nos Cooper e Lotus privados da Rob Walker Racing Team. Em três dos seus quatro vice-campeonatos foi batido por Juan Manuel Fangio, mas curiosamente aponta o inglês Tony Brooks como “o piloto mais completo da minha era”.

Driving Mr. Moss

Em 34 anos, vários jornalistas do AutoSport tiveram oportunidades para privar com sir Stirling Moss, das quais destacamos aquela em que o atual diretor, Rui Pelejão, foi o motorista de tão ilustre figura por um dia, uma peça com sete anos (2004), que aqui agora recordamos:

Na pele de “chauffer” do velho senhor

Driving Mr. Moss

Rui Pelejão

“Driving Mr. Moss”, bem podia ser o título deste artigo, numa referência ao filme “Driving Miss Daisy”. Desta vez fui eu a fazer o papel de Morgan Freeman, e durante um fim-de-semana ter o privilégio de ser o “chauffer” de Sir Stirling Moss, e da sua mulher Susan Moss.

Uma experiência inesquecível, afinal não é todos os dias que se pode ser motorista particular da “sombra” de Fangio, e aquele que tem seguramente lugar na restrita galeria dos dez maiores pilotos do séc. XX.

Do Porto para lá do Marão, uma viagem com Stirling Moss é também uma viagem aos anos gloriosos do automobilismo, através do olhar lúcido e crítico de um piloto que marcou a sua época, e que continua a viver o automobilismo com paixão, mesmo se a sua condição de respeitável septuagenário com alguns problemas de locomoção (precisa do apoio de uma cadeira de rodas), não lhe permita grandes aventuras: “Quando me sento num automóvel de competição, parece que me tiram 30 anos das costas. Continuo a divertir-me muito a guiar automóveis de competição, mesmo que seja nestes eventos de memorabilia”

Afável e conversador

Chuva foi coisa que não faltou na viagem entre o Porto e Vila Real, com o Marão envolto em nevoeiro cerrado que não cerrou a conversa afável com o “eterno” vice-campeão do Mundo de F1 e provavelmente o mais versátil e multifacetado piloto da história: “No princípio aquela história de ser consecutivamente segundo no Mundial aborrecia-me um pouco, mas com o tempo acabei por me habituar à ideia. Além disso, naquela época eu fazia 52 corridas por ano; tinha a agenda totalmente preenchida. Ia correr a sítios incríveis onde era uma espécie de chamariz. Guiei todo o tipo de máquinas em quase todas as grandes provas, e essa era a minha principal característica, sentar-me ao volante de qualquer carro de F1 ou de Sport e extrair dele o máximo rendimento”, explica Mr. Moss, enquanto eu tentava descortinar uma nesga de estrada no IP4, aterrado com a ideia de ter um deslize.

Seria uma triste ironia do destino, ter um acidente enquanto conduzia um homem que participou em centenas de corridas pelo mundo fora, desafiando a morte em cada curva, até aquele ainda inexplicável saída violenta no circuito de Godwood em 1962, que lhe colocou um ponto final na carreira “Foi um acidente estranho, que ainda não sei bem explicar, mas que me provocou um traumatismo craniano e que me levou a abandonar a competição ao mais alto nível”, recorda Moss.

Para este filho de um dentista, “cavaleiro” de Sua Majestade, essa é mesmo a principal diferença entre as corridas no seu tempo e a era moderna: “Mais do que a abismal diferença tecnológica, que torna cada vez mais os pilotos em operadores de computadores, penso que a principal diferença é a segurança. Naquele tempo, a morte era o desfecho mais que provável para o excesso ou o erro. Agora vemos o Schumacher a bater a quase 300 km/h e a sair praticamente ileso do carro. Antigamente éramos mesmo todos um pouco inconscientes e não tínhamos medo da morte, ou se calhar nem pensávamos muito nela.”

Há McDonald`s em Vila Real !

Há medida que nos aproximamos de Vila Real, Stirling Moss tenta recordar a sua célebre participação no circuito transmontano. Tentamos espicaçar-lhe a memória, para saber se aquele duelo em 1958 com Jean Behra tinha sido forjado, já que segundo rezam as crónicas, os dois pilotos combinaram que quem fizesse a “pole position” seria o vencedor e o prémio seria repartido pelos dois. Mr. Moss sorri maliciosamente: “Sinceramente só me lembro do calor sufocante e de ser um circuito muito difícil e perigoso. Não me recordo de nenhum ‘arranjinho” com o Behra, mas até pode ter acontecido. Ás vezes fazíamos isso para nos pouparmos um pouco.”

Para Moss, a memória mais viva do nosso país é a da vitória no Circuito da Boavista naquele que foi o primeiro GP de Portugal, precisamente um mês depois da vitória de Moss em Vila Real.

Do que Stirling Moss não se recordava mesmo era da cidade de Vila Real, e apesar de ser noite escura quando chegámos, não evitou um sarcástico “O quê, Vila Real já tem McDonald`s? Antigamente era apenas uma cidade bem pequena!”

Pois é já lá vão uns anos Mr. Moss, e não imagina o senhor a original decoração da catedral do “fast food” local, com uma série de fotografias de corridas antigas expostas no tecto e nas paredes, uma delas do Maserati 300 S de 1958 conduzido por um tal de Stirling Moss!

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