FIA: Carta aberta de Jean Todt

Por a 3 Abril 2020 11:49

O presidente da FIA, Jean Todt, escreveu um carta aberta ao seus membros, apelando à união no meio desta crise da pandemia coronavírus. Todt também fez realçar que esta crise não é apenas da saúde, mas sim financeira, social e politica.

Nesta carta, Todt fala da solidariedade mundial e que os desportos motorizados não ficam atrás. O presidente da FIA também se disponibiliza para ajudar quem precisa, neste momento difícil que a humanidade está a passar.

Leia aqui:

“Caros amigos,

A crise que estamos a passar não tem precedentes e as consequências estão a ser sentidas no mundo inteiro. Começou na Ásia, e espalhou-se pelo planeta inteiro, causando profunda preocupação e ansiedade por todo o lado. Fomos forçados a questionar não só as nossas atividade relacionadas com o desporto motorizado, mobilidade e turismo, mas também como a sociedade moderna está a evoluir. O COVID-19 está a causar um transtorno no mundo que conhecemos. As prioridades vão mudar. A economia está estagnada, tal como as cidades. Esta pandemia agitou as crenças que nós pensávamos que não seriam quebradas. Não é apenas uma crise de saúde, mas também uma crise financeira, social, política e humana. Juntos, devemos enfrentar e resolver este desafio.

Como nós existem mais de três biliões do homens, mulheres e crianças que estão em casa, a seguir as linhas dos seus governos e da Organização Mundial da Saúde. Mesmo assim, estou aqui, a dar suporte, e podem contactar-me a qualquer momento. É de uma importância máxima que continuemos em contacto para nos protegermos. Estou convencido de que com a maior força de vontade, disciplina e determinação, vamos vencer esta batalha.

Durante este período difícil, decidi que vou escrever duas vezes por mês, de modo a tentar dar novidades regulares sobre os efeitos desta pandemia nas nossas atividades e nas medidas que estamos a tomar para lidar com ela.

O vice-presidente para o desporto, Graham Stoker, o vice-presidente da mobilidade automóvel e do turismo, Thierry Willemarck e o presidente da assembleia, Brian Gibbons, também estão disponíveis para vos assistir em tudo o que puderem. Para além disso, críamos um grupo, liderado por Gérard Saillant, que está a seguir de perto a situação e também está disponível para responder a qualquer questão.

Todos os trabalhadores da FIA estão a trabalhar de casa desde que o isolamento social começou, e eu gostaria de expressar a minha gratidão a eles pela flexibilidade que mostraram.

Como todos sabem, o calendário do desporto mundial foi interrompido. Outros eventos desportivos, como os Jogos Olímpicos de Tóquio, foram adiados ou cancelados. Da nossa parte, esperamos poder reagendar o máximo de corridas possíveis antes do ano acabar, mas ainda existe muito desconhecimento para que possamos fazer algum anúncio. A segurança dos nossos clubes, equipas e adeptos é a prioridade. Na Fórmula 1, o Conselho Mundial do Desporto Motorizado decidiu que a pausa de agosto seria nesta primavera, durante três semanas e também decidiram que a implementação das regras planeadas para 2021 seria em 2022.

Durante estas duas semanas, tive a oportunidade de falar com o clube dos presidentes e perceber como a família FIA foi afetada pelo que está a acontecer no mundo. Todos os nossos membros foram vítimas, devido ao cancelamento de eventos e às repercussões nas suas atividades, fontes de receitas e rendimentos, sem ter em conta a complexidade que tem sido prepararem-se para trabalhar a partir de casa, em trabalhos que requerem estar em campo. Estamos conscientes das dificuldades que encontraram e prontos a ajudar.

Por esta razão, depois de consultar a equipa de liderança e direção da FIA, decidimos adiar, até ao final de setembro, todos os pagamentos das assinaturas da FIA. Percebemos que para muitos membros a liquidez é um problema e não há razão para que tenham de passar neste momento cheques à FIA.

A FIA também pretende prestar um serviço útil, ajudando os membros a permanecer em contacto e a partilhar experiências de respostas relativas a esta crise. Posso dizer que lançamos um programa, grátis, para que todos os membros da FIA possam aprender e partilhar os seus conhecimentos. A partir de 6 de abril, as sessões combinaram conteúdo académico e partilhas de experiência, e podem acomodar cerca de 200 participantes. Há muito interesse, por isso, peço que respondam o mais depressa e encorajem os vossos membros a registarem-se.

Por fim, gostaria de elogiar todas as acções tomadas em todos os continentes pelos membros da FIA. Foram muitos os exemplos de apoio dado às populações locais e às equipas médicas, numa forma financeira, no fabrico de máscara ou na ajuda ao desenvolvimento de aparelhos respiratórios (Project Pitlane) que as equipas da Fórmula 1 no Reino Unido estão a fazer.

Naturalmente, encorajo a acrescentar a estas histórias de camaradagem e ajuda, convidado-o a informar-nos de quaisquer acções que possam vir a realizar. É importante que as partilhemos todas. Estas são a prova de que todos estão empenhados e a agir de forma responsável, e de que a FIA se consegue adaptar às situações mais complicadas e inesperadas.

A nossa federação criou uma plataforma de intercâmbio de informação entre 150 médicos e 290 hospitais, aprovados pela FIA, para permitir a identificação e envio de equipamentos médicos de emergência nas zonas mais carenciadas.

Também criamos a #RaceAgainstCovid para nos juntarmos e promovermos a família motorizada e todas as iniciativas contra a pandemia coronavírus.

Vamos ultrapassar esta crise e juntar-nos neste desafio. Temos de preservar os nossos laços, na comunidade motorizada, nomeadamente com os nossos valores de perseverança, resiliência, excelência, coragem e solidariedade.

Para que este desafio não seja inútil, temos de aprender também com ele: temos de pensar fora da caixa, agir de forma diferente. Temos de encontrar e alcançar os objetivos, no que respeita, por exemplo à segurança rodoviária, ou à sustentabilidade dos nossos campeonatos, num momento que os orçamentos podem ser reduzidos após esta pandemia.

Esperamos sair mais fortes desta crise e também gostaria de expressar a minha solidariedade neste tempos difíceis.

Cuidem-se e cuidam das vossas famílias,

Jean Todt”

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