Circuito da Boavista inscrito no WTCC 2015… mas só há corridas se houver dinheiro

Por a 1 Agosto 2014 00:05

Depois do anúncio da retirada do apoio do Ministério da Economia/Turismo de Portugal ao Rali de Portugal e também ao Circuito da Boavista multiplicaram-se as declarações de repúdio à decisão que coloca em risco dois dos mais importantes eventos de desporto motorizado existentes em Portugal, o Rali de Portugal e o WTCC, que de dois em dois anos se tem realizado no Circuito da Boavista. A decisão do Turismo de Portugal caiu que nem uma bomba LER AQUI

 e as reações de dois dos mais importantes dirigentes nortenhos, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Melchior Moreira, e o presidente da Área Metropolitana do Porto, Hermínio Loureiro, não se fizeram esperar.

Enquanto o primeiro disse ser “lamentável que o Turismo de Portugal retire o apoio ao Rali de Portugal”, logo numa altura em que a competição se prepara para regressar ao norte do país: “Este destino (Norte), apesar dos resultados em termos de crescimento, tem sido marginalizado. Há um centralismo exacerbado de Lisboa. O Norte não se conhece, não existe”, considerou, lamentando que a aposta se resuma apenas a Lisboa, Algarve e Madeira. Já o segundo é de opinião que é “inaceitável que os responsáveis pelo Turismo em Portugal pretendam retirar o apoio financeiro ao Rali de Portugal, que vai ser realizado em 2015 no norte do país. É “uma prova desportiva de qualidade comprovada, integrada no Mundial de Ralis, com impacto e mediatização internacional e que prestigia o país”.

Entretanto, Melchior Moreira, que já recebeu da Câmara Municipal do Porto um pedido de apoio financeiro para o Circuito da Boavista, revelou que não pode para já dar uma resposta definitiva e que “estamos a avaliar o apoio num quadro financeiro em que o Turismo de Portugal tem responsabilidades. Irei falar com o Turismo de Portugal e defender que no quadro de apoio a marcas regionais estes dois eventos são importantes. Contudo, temos um orçamento de quatro milhões de euros e só com recursos humanos gastamos mais de 50% deste valor. Se os municípios que irão receber o Rali de Portugal pedissem um apoio, como o Porto, ficávamos sem capacidade de atuar. Teremos de avaliar esta questão no próximo quadro orçamental”, refere, significando isto que só poderá responder favoravelmente ao pedido se existir um reforço orçamental do Turismo do Porto e Norte de Portugal, no próximo ano. Embora não seja para já público, é natural que os responsáveis do ACP, que ainda não reagiram publicamente à decisão do Turismo de Portugal, estejam também a trabalhar em todas as hipóteses existentes para colmatar o valor agora em aberto no orçamento da prova de 2015.

Voltando ao Circuito da Boavista, o AutoSport sabe que a CMP há muito trabalhava para ter o WTCC na Boavista em 2015, mas sem a resposta do Turismo de Portugal, numa altura em que esta instituição não tinha ainda divulgado publicamente a sua decisão, a Câmara Municipal do Porto comunicou ao Eurosport Events que não iria inscrever a prova, pois não havia garantias de financiamento. Contudo, o Eurosport Events entendeu colocar provisoriamente a prova no calendário do WTCC de 2015, de modo a que esse mesmo calendário pudesse ser votado e aprovado no próximo Conselho Mundial da FIA. Foi a forma encontrada pelo Eurosport Events para manter em aberto a possibilidade de voltar a trazer o WTCC ao Circuito da Boavista. O AutoSport falou com François Ribeiro em Spa-Francorchamps, e o responsável do Eurosport Events transmitiu-nos que tem vontade de realizar a corrida no Circuito da Boavista, mas o Porto precisa de assegurar o financiamento necessário.

Entretanto, posteriormente à inscrição provisória do WTCC no Porto em 2015, o Turismo de Portugal divulgou a sua decisão, negativa para o Rali de Portugal e o WTCC, pelo que agora resta às duas entidades, ACP de CMP procurarem alternativas. Como se percebe, os responsáveis do Turismo do Porto e Norte de Portugal estão a tentar resolver a situação, e é natural que nos bastidores os principais envolvidos nesta situação estejam a efetuar démarches para que a situação se reverta e os apoios às provas sejam mantidos.

Tal como o AutoSport publicou esta semana na sua edição impressa, os números do retorno dado pelos dois eventos é muito alto, sendo por isso muito difícil perceber como podem ter sido tomadas decisões deste calibre, quando todos os dados apontam para um excelente negócio para o País. Certo é que caso não exista apoio estatal aos dois eventos, estes terão que ser substituídos por apoios privados, algo que na conjuntura atual não deverá ser nada fácil de acontecer. De qualquer modo, neste momento há mais dúvidas que certezas.

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