Cicloturistas portugueses votam na eleições da FIA

A orgânica não é muito diferente de outras federações, vigorando o princípio de um voto por cada membro, não havendo aqui lugar a qualquer factor de ponderação, por exemplo, face ao número e importância de provas que um clube ou país organizam. O próprio voto por procuração está limitado, sendo apenas possível a um clube ou uma federação representar um faltoso em Assembleia Geral.

Das bicicletas ao campismo

Representativa de mais de 100 milhões de indivíduos, a FIA congrega actualmente 221 organizações desportivas de 132 países dos cinco continentes, com Portugal a fazer-se representar pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), o Automóvel Clube de Portugal (ACP) e, surpresa, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas (FPCUB). Como diria o saudoso Fernando Pessa, “e esta, hein?”.

Apesar de não ser caso único – a França, por exemplo, faz-se representar por uma federação de campismo! -, nem por isso deixa de ser insólito, sobretudo quando falámos de uma Federação Internacional do… Automóvel.

“Repare: Antes dos automóveis, as pessoas deslocavam-se de bicicleta, ou não é verdade? E embora muitos não o saibam, a FIA nasceu precisamente da antiga Aliança Internacional de Turismo (AIT), fundada há já 130 anos e à qual pertencemos”, justifica José Manuel Caetano, presidente da Direcção da FCUB.

Segundo aquele responsável, “chegou a haver em tempos uma tentativa para nos afastarem da FIA, por iniciativa do César Torres. Esqueceu-se é que a própria FIA herdou e manteve os estatutos da AIT, pelo que este é um direito que nos assiste e do qual não vamos abdicar”.

FPCUB admite votar em… Mosley?

Nesse contexto, apetece perguntar porque razão é que a Federação de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta não se faz representar regularmente nas diversas assembleias gerais, tal como o fazem os presidentes da FPAK e do ACP? “As razões porque não aparecemos só a nós dizem respeito. Vamos quando nos interessa lá ir, quando os assuntos nos dizem directamente respeito”, argumentou.

E tratando-se da eleição do novo presidente? – questionámos. “Aí, como deve calcular, se verificar que é realmente importante, admito estar presente, sim. É para a reeleição do Mosley, não é? Sabe, é que nós recebemos aqui toda a papelada que eles mandam e vamos estando a par de tudo”. Percebe-se que sim…