AutoSport: 48 anos de paixão pelo desporto motorizado
O AutoSport celebra hoje 48 anos de vida. A primeira edição chegou às mãos dos leitores em 1977, numa época em que a informática estava ainda na sua infância e a Internet era apenas uma miragem. Muito mudou desde então, mas uma coisa permaneceu inalterada: a paixão que une esta publicação ao desporto automóvel e aos seus leitores.
As origens
A história começou a 24 de agosto de 1977, quando foi distribuído o número zero no Circuito de Vila do Conde, em pleno fim de semana de corridas nacionais. O projeto nasceu na Cooperativa Editora de Impressão Gráfica (CEIG), empresa criada após o fim do jornal A República e com fortes ligações ao Partido Socialista. Ironia do destino: a primeira máquina de impressão usada tinha como marca… PSD.
O fundador e primeiro diretor foi José Vieira, que aceitou o desafio lançado por Vítor Direito, com o apoio de Carlos Barbosa, para criar uma publicação dedicada ao automóvel. O nome foi escolhido sem hesitações, inspirado no britânico Autosport. Apesar do reduzido mercado português, o entusiasmo fez nascer um título que, quase meio século depois, continua vivo. A palavra-chave era — e ainda é — paixão.
As primeiras instalações situaram-se no edifício da Bertrand, no Dafundo, onde a redação permaneceu durante largos anos. Fernando Petronilho foi o primeiro chefe de redação, e logo se juntaram nomes como Hélder de Sousa, Jorge Viegas, José Miguel Barros, Vítor Abreu, Adalberto Ramos e o jornalista britânico Martin Holmes.
Primeiros passos e evolução
O ensaio inaugural aconteceu com a edição número zero. A aceitação foi imediata, e a 1 de setembro de 1977, faz hoje 48 anos, publicou-se o primeiro número. Ao longo do tempo, o formato mudou várias vezes: do jornal semanal ao modelo em formato A4 (2009-2011), passando pela revista mensal em 2012 à edição apenas digital, fórmula adotada em março de 2023. Mas o ADN manteve-se inalterado.
Nos primórdios, os jornalistas escreviam em máquinas de escrever portáteis, como a Hermes Baby, e os textos seguiam em folhas datilografadas, transmitidas por telex ou fax. As fotografias eram tiradas em rolo e reveladas manualmente. Hoje, basta um smartphone para enviar notícias em tempo real.
A era Petronilho e os anos 80
Após a saída de José Vieira, Fernando Petronilho assumiu a direção entre 1980 e 1987, num período fértil para o desporto motorizado. Foram anos marcados pela ascensão do AutoSport como líder no setor, acompanhando de perto a intensidade dos anos 80. O jornal modernizou processos e contou com o apoio inesperado da TAP, que transportava rolos fotográficos do estrangeiro para Lisboa.
Foi também Petronilho quem introduziu o fax na redação, encurtando distâncias entre as provas internacionais e os leitores. Ainda assim, os processos gráficos eram manuais: páginas montadas a olho, depois fotografadas e transformadas em fotolitos para impressão em quatro cores.
A “revolta” e a nova fase
Em 1987, a redação transferiu-se quase em peso para o concorrente Volante, ficando apenas Adalberto Ramos. Coube a Pedro Castelo reorganizar o jornal e recuperar a liderança. Poucos anos depois, em 1992, o AutoSport foi adquirido pela Medipress, passando a sair às segundas-feiras — algo inédito na Europa entre publicações do setor.
Rui Freire assumiu a direção em 1993 e manteve-se até 2008, num dos períodos mais longos da história do título. A aposta na Fórmula 1, potenciada por Ayrton Senna, Alain Prost e, mais tarde, Pedro Lamy, atraiu milhares de novos leitores. Ainda assim, os ralis continuaram a ser uma referência incontornável, graças ao prestígio do Rali de Portugal.
Com a fusão em 1997, o AutoSport absorveu o seu rival Volante, que passou a ser um suplemento dedicado ao comércio e à indústria automóvel. Já em 2001, nasceu o site oficial, criando uma comunidade de leitores e foristas apaixonados, muito antes da era das redes sociais.
Mudanças e desafios
O início do novo milénio trouxe também mudanças estruturais. O AutoSport passou para a Impresa, instalando-se em Paço d’Arcos. Seguiu-se uma remodelação gráfica e editorial para enfrentar a concorrência crescente da internet.
Em 2009, sob a direção de Rui Pelejão, surgiu a revista em formato A4, lançada a 10 de fevereiro. Apesar do grafismo apelativo, a crise económica e o crescimento da informação online afetaram as vendas. Em 2012, a publicação voltou a inovar, com uma revista digital semanal e uma mensal em papel. Contudo, em dezembro desse ano, a Impresa anunciou o encerramento.
Um novo capítulo
O fim, no entanto, durou apenas algumas horas. Pedro Corrêa Mendes, proprietário de outros títulos de imprensa, assegurou a continuidade, mantendo a equipa de jornalistas e o site em funcionamento ininterrupto. O AutoSport regressou de imediato aos leitores, sem qualquer quebra.
Treze anos depois, em 2025, a publicação continua ativa no digital, depois de a versão impressa ter sido descontinuada em março de 2023, e esperando-se que não de forma definitiva
48 anos depois
Do número zero em Vila do Conde até à edição totalmente digital, o AutoSport atravessou revoluções tecnológicas, mudanças de formato e várias direções. O que nunca mudou foi a ligação aos leitores e a paixão pelo desporto automóvel.
Em quase meio século de história, o AutoSport soma 576 meses de dedicação. Atravessou crises, reinventou-se e soube resistir. Hoje, continua a contar tudo sobre as corridas e os campeões, fiel ao espírito pioneiro de 1977. A história exige-o!
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
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Pity
1 Setembro, 2025 at 17:30
Sim, o Autosport é um título de referência no nosso país, mas actualmente passa por uma fase… menos conseguida, digamos assim, no que toca aos comentários.
1) não sei se acontece com todos, mas eu, muitas vezes, encontro dificuldades quando comento: o site cai, tenho de recarregar a página, aparece uma janela com “continuar”, depois outra “voltar” e então o comentário aparece, mas aparece também o que escrevi na janela de comentários, o que me leva a ter de recarregar novamente a página, para tudo ficar perfeito.
2) não tem lógica não podermos responder directamente, como antigamente, o que nos obriga a referirmos o destinatário, num comentário normal.
3)também não gosto do sistema de 10 comentários por página, mas isso é um gosto pessoal.
4)o site está muito lento, daí o que referi em 1) e não é do meu computador, pois não acontece com mais nenhum site.
Rui Guimarães
1 Setembro, 2025 at 19:44
Pity, boa tarde,
Subscrevo na íntegra todos os seus comentários.
Acrescento que, realmente, o site está lentíssimo, quer no telemóvel, quer no PC e tanto faz eu estar em casa, rede 1 Gb, como em outro lado qualquer…
Realmente o AutoSport tem uma História de 48 anos de paixão pelo Desporto Motorizado mas a atual direção e corpo jornalístico não honram, nem de longe, os pergaminhos dessa História!
E não ligam nada aos reparos sobre a qualidade (falta dela) que vêem sendo ditos por nós, leitores, ao longo destes anos mais recentes…
Fast11
1 Setembro, 2025 at 22:00
Parabéns à equipa do Autosport por continuar a dar vida a esta publicação, agora em formato digital mas, como se lê no artigo, ‘que nunca mude a ligação aos leitores e à paixão pelo desporto automóvel’.
Pois, estamos a falar de quase meio século de presença do Autsport no panorama editorial ligado ao desporto motorizado e, sem este título, empobrecia-se claramente a informação especializada de quem aprecia, gosta e defende este desporto.
Aliás, vendo algumas das imagens do artigo vemos também a história da publicação que, de modo ininterrupto, deve ser acarinhado para continuar a noticiar este desporto.
Existem melhorias a fazer? Sem dúvida. Sinto o mesmo em relação ao que foi escrito nos comentários anteriores, mas ‘o caminho faz-se caminhando’. Razão para apurar o que não funciona tão bem assim e melhorar constantemente o produto final. Assim existam os meios para tal objetivo.
Pedro André Mendes
1 Setembro, 2025 at 23:07
Parabéns ao AutoSport e ainda mais a quem continua a mantê-lo. Sinto-me orgulhoso por fazer parte da história desta grande publicação e poder dizer que ajudei um pouco para o AutoSport (ainda) ser parte do quotidiano de muitos leitores.
Que o AS tenha muitos anos pela frente.
Pedro André Mendes
sergiomiguel7972gmail-com
1 Setembro, 2025 at 23:07
AutoSport o meu vício, mesmo quando sei que não vou ler nada de novo ou nada que não tenha lido noutro lado qualquer!
Saudades do cheiro a papel e do folhear…
Quem quiser comprar tenho centenas…
Parabéns companheiro de uma vida.