A última coisa a morrer

Em tempo de Santos Populares, Santo KERS e Santo DRS não conseguiram contribuir para que se vislumbrasse uma pontinha de emoção no que diz respeito à luta pelo primeiro lugar e, desde cedo, foi notório que, apesar de nunca ser fácil vencer e muito menos na Fórmula 1, Sebastian Vettel dificilmente perderia a oportunidade de averbar a vitória e consolidar a liderança do Mundial. Em oito Grandes Prémios até agora disputados, o jovem piloto alemão somou impressionantes seis vitórias e dois segundos lugares, ou seja, apenas ‘perdeu’ 14 pontos em 200 possíveis. É obra!

Como seria de esperar, são já muitas as vozes que se levantam clamando que os títulos estão entregues, que o interesse apenas poderá residir na luta pelos lugares secundários em relação a Pilotos e Construtores o que, a acontecer, será uma machadada importante nas expectativas que todos tinham para a temporada de 2011.  Contudo, até ao final da temporada estão ainda em jogo 275 pontos na classificação reservada aos pilotos e a notícia da morte do Campeonato é manifestamente prematura.

Em 2010 e com oito provas disputadas, Hamilton liderava o Mundial com 106 pontos (em 2011 tem 97) e Vettel era ‘apenas’ quinto classificado com 90.

Claro que as circunstâncias são distintas, Vettel está mais maduro como piloto, ainda não largou a estrelinha de Campeão desde Abu Dhabi e o Red Bull parece ser um monolugar de outro planeta, tal a diferença de potencial para os seus mais diretos adversários. Mas tenhamos legítima esperança que tanto a McLaren como a Ferrari possam ainda tirar algum coelho da cartola, já que se assim acontecer não faltam qualidades a Alonso, Hamilton e Button para forçar a nota e pressionar fortemente o líder do Mundial, já que no seio da sua própria equipa não será Mark Webber a conseguir bater o pé ao seu companheiro de equipa, como já ficou amplamente demonstrado e, assim sendo, não existe espaço, nem disposição, para as pequenas birras e insinuações do ano passado. Vejamos o que o futuro nos reserva… pelo menos na Fórmula 1. 

Rui Freire