Williams F1: Há 10 anos, lutava pela sobrevivência, e agora?
Há precisamente 10 anos, publicámos um texto cujo título era: Williams luta pela sobrevivência. 10 anos depois, a segunda equipa mais titulada da Fórmula 1 a seguir à Ferrari foi vendida, Claire Williams, a vice-diretora da equipa resignou, a família afasta-se do controlo da equipa que pertence agora à Dorilton Capital.
Em 2011, escrevíamos que: “O futuro da Williams Grand Prix Engineering deverá passar pela cotação em bolsa. Uma forma de angariar fundos numa altura em que a equipa se debate com a falta de patrocinadores. Não é segredo para ninguém que a Williams já conheceu dias mais desafogados a nível financeiro, mas a revelação, feita pela equipa, de que pondera uma abertura do seu capital em bolsa nos próximos meses, deixou bem claro que os problemas estão longe de ser conjunturais e que esta é a forma encontrada por Sir Frank para assegurar o futuro da sua escuderia independentemente da angariação ou não de patrocinadores.
Mas isso não vai implicar uma alteração a nível de funcionamento da equipa, pois Frank Williams deixou bem claro que, “vamos manter o mesmo núcleo duro na gestão da escuderia, para assegurar estabilidade e garantir a manutenção das pessoas-chave que estão a liderar os nossos destinos”.
A saída de seis patrocinadores ou parceiros no final de 2010 fez com que a equipa perdesse cerca de 45 milhões de euros em apoios diretos ou indiretos, uma perda colossal, que juntamente com a modesta classificação da equipa no Mundial de Construtores teve um impacto importante na preparação da campanha de 2011.
A contratação de Pastor Maldonado foi a primeira consequência destas dificuldades, pois se o venezuelano merece o seu lugar na F1 por ter ganho a GP2 Series, não se pode esconder que o principal atrativo que teve para a Williams foi a sua ligação à PVDSA e ao governo venezuelano.
Investimentos sem retorno
Uma das áreas em que Adam Parr apostou muito foi na diversificação de serviços da Williams, para que a equipa não dependesse de patrocínios externos para sobreviver. Foi nessa política que se inseriu a aquisição de uma empresa especializada em sistemas híbridos de reutilização de energia, em finais de 2009, a Automotive Hybrid Power, e também a abertura de um centro tecnológico no Qatar. Ao mesmo tempo, a Williams tem vindo a investir bastante em Angola, estando prevista a construção dum centro tecnológico e de uma pista naquele país africano, mas tudo isto tem representado apenas uma saída de capital que ainda não deu retorno.
No final do ano passado noticiamos que a Williams estava a negociar com o QNB, o banco nacional do Qatar, a sua entrada como principal patrocinador da equipa a partir desta temporada, mas as negociações não chegaram a bom porto, até porque outras equipas apresentaram propostas teoricamente mais interessantes aos árabes.
Também as negociações com a Sonangol, que se arrastaram durante mais de dois anos, parecem ter chegado ao fim sem dar frutos, pois Adam Parr nunca conseguiu convencer os responsáveis da petrolífera angolana e estes parecem lançados para se juntar a outra equipa, provavelmente já este ano.
Quase tudo falhou, recentemente a Williams celebrou 750 Grande Prémios, no Mónaco, um número que diz muito do tempo que a equipa já tem na F1.
Hoje em dia, a equipa britânica procura regressar aos sucessos, algo que tem escapado há já muito tempo, fazendo esse trabalho de recuperação pela primeira vez sem a família Williams ao leme.
A Williams viveu momentos fantásticos, como os títulos conquistados, tendo dominado a F1 de 1992 a 1997, mas também viveu momentos dramáticos que ensombraram a história da equipa. Mas apesar dos percalços, das dificuldades em encontrar dinheiro ou performance, que levaram a uma travessia do deserto de 2004 até a atualidade, com uma breve interrupção em 2014 e 2015, o nome Williams manteve-se sempre na F1. Apesar da saída de cena da família Williams, o nome manteve-se e ainda bem, pois é muito mais que uma marca… é uma forma de estar, é um pedaço de história que nunca mais será apagado. É a homenagem à visão de um homem único que fez da F1 a sua vida e das vitórias a sua procura constante. 750 é um número bonito, mas a história que cabe dentro deste número é muito maior.
Há uns anos para cá a equipa foi quase arrastada pela lama da amargura e da falta de dinheiro, tendo sido uma de duas equipas que em 2019 perderam dinheiro. Os dias de glória da formação criada por Sir Frank Williams perderam-se na poeira do tempo e 2020 era decisivo para a Williams F1 Grand Prix Team sobreviver. Mas foi vendida e embora para já o nome Williams se mantenha, não se sabe como será num futuro a médio prazo.
Para já, tudo parece estabilizado, vamos ver com o teto orçamental e novas regras se a Williams ressurge, mas para já não há grandes sinais disso.
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Agora pouco melhor está.
A Mclaren foi deitada abaixo por entidades superiores, mas recuperou embora lentamente, ainda não é o que foi no passado.
A Williams tem recuperado mas pouco, está, quanto muito, a meio do pelotão e só com um carro. Mas se a equipa se safar de desaparecer, como aconteceu a outros históricos da F1 ao longo dos anos, já não é mau.
Plenamente de acordo , a novas regras até podem meter a Williams num patamar bem superior , o que eu sinceramente espero , mas principalmente espero que não seja mais uma Lotus ou Brabam equipas icónicas do mundial que foram absorvidas e que desapareceram
A Brabham foi muito triste terem desaparecido 🙁
Definhou até ao fim com muita pena de quem como eu adorava a equipa.