Oval de Monza (1957/1958) A corrida dos Dois Mundos

Por a 6 Outubro 2023 09:19

Ainda hoje a oval pode ser apreciada em Monza para estupefação de alguns ousados espectadores.

29 de Junho de 1957. Monza. Um dia límpido de Verão, as sombras do Bosque – e o rugir de diversos Offenhauser de 4 cilindros e Novi de 8. Porquê? Pela primeira vez, na oval recentemente inaugurada de Monza – completada em agosto de 1955 – realiza-se então uma corrida de 500 milhas, à boa imagem das 500 milhas de Indianapolis, reservada tanto a pilotos norte-americanos oriundos desta mítica maratona na oval do estado de Indiana, como aos pilotos do Campeonato do Mundo de F1. Denominada “Corrida dos Dois Mundos”, acabou por ser boicotada pelos pilotos de F1, que consideraram a prova “demasiado rápida” e “demasiado perigosa”. Jimmy Bryan foi o vencedor, cumprindo a distância à média de 257,504 km/h e batendo Troy Ruttman por duas voltas. O primeiro europeu a aparecer classificado foi Ninian Sanderson, sexto, com um Jaguar D 3.5, a 30 voltas do vencedor.

Seja como for, com ou sem pilotos europeus, a multidão deixou Monza com a certeza de ter assistido a um notável espectáculo de velocidade pura. No ano seguinte, a prova voltou a ser realizada,

desta feita com alguns pilotos de F1, como por exemplo a equipa Ferrari (Mike Hawthorn e Luigi Musso). Porém, foram poucos e alguns deles ao volante de monolugares norte-americanos. Musso

foi o mais rápido na qualificação, batendo Bob Veith e… Juan Manuel Fangio.

Na corrida, que teve lugar em três mangas de 63 voltas cada, a 29 de Junho de 1958, o resultado final foi o somatório da classificação dessas mesmas mangas. Jim Rathman, que venceu todas essas

etapas, acabou por ser declarado vencedor da prova, batendo Jimmy Bryan por menos de dois minutos – eles que foram os únicos pilotos a cumprirem as 189 voltas da corrida.O terceiro lugar foi para o Ferrari oficial, cuja condução foi dividida por Hawthorn, Fangio e Phil Hill.

Hoje, ainda se pode ver a oval em Monza. Contudo, a sua existência encontra-se em risco, com a demolição dos imponentes restos a fomentarem mesmo o aparecimento de organizações voltadas para a salvação daquele que é um marco na história do automobilismo mundial. “Salvem a Oval de Monza” – eis o grito que se ouve, hoje em dia, sobre as copas das árvores do parque que alberga algumas

das páginas mais brilhantes dos homens que fizeram dos automóveis a sua razão de viver.

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