Os desafios do Formula One Group

Por a 21 Setembro 2017 14:53

Num dia em que se espera sejam revelados as linhas mestras da F1 para alá de 2020, a Liberty Media continua a trabalhar para tornar a F1 menos ‘dividida’ mas tendo em conta a forma como as coisas estão, não será fácil mudar muito…

Com Bernie Ecclestone, a distribuição dos direitos comerciais sempre teve como princípio assegurar a presença das grandes equipas, pois as mais pequenas as seguiriam e sempre foi assim que o inglês conseguiu manter os grandes nomes no paddock. Mesmo quando todas as estruturas se juntaram na FOTA – Formula One Teams Association / Associação de Equipas de Fórmula 1 – em 2008, apesar de toda a aparente unidade da associação, bastou o Mr. F1 acenar com um saco cheio de dinheiro à Ferrari para a harmonia se desfazer, seguindo a Red Bull, a Mercedes e a McLaren o caminho da Scuderia com um significativo carregamento dos seus cofres.

No entanto, os homens da Liberty Media têm uma abordagem distinta da categoria, pretendendo construir um modelo sustentável que permita mesmo às equipas pequenas uma participação digna e competitiva e evitar o que ainda sucedeu com a Manor Racing, um engulho para uma categoria que gera todos os anos milhares de milhões de euros.

Uma das primeiras sugestões colocadas em cima da mesa foi a introdução de um teto orçamental para que todas as equipas partissem de um plano nivelado e pudessem mostrar o que cada uma vale, não por terem uma conta bancária recheada, mas sim por terem maiores capacidades técnicas que as suas rivais.

Esta é uma medida que tradicionalmente contraria a vontade, sobretudo, das grandes equipas, e foi até um dos motivos que levou à criação e fortalecimento da FOTA, em 2008. Outra medida que foi avançada pelos responsáveis do renovado Formula One Group foi uma redução nos pagamentos às grandes equipas – Mercedes, Red Bull, Ferrari e McLaren – que recebem cerca de 65% do que é distribuído por todas as escuderias, para que exista um equilíbrio maior entre todas as formações, uma vez que todas são necessárias para que exista o Grande Circo.

Estas sugestões dos homens da Liberty Media tinham como principais prejudicadas as quatro maiores equipas, o que as pode deixar expostas e, inclusivamente, penalizar os seus índices competitivos relativos, algo a que parecem não estar dispostas a permitir que aconteça. Segundo diversos relatos, existe um membro proeminente de uma das quatro maiores equipas que se tem vindo a desdobrar em contactos para criar uma associação que defenda os interesses destas quatro estruturas nas negociações de um Acordo da Concórdia, que será introduzido quando o atual terminar no final de 2020.

Caso a associação das grandes equipas avance, é natural que as formações mais pequenas – Williams, Force India, Haas e Sauber – possam criar uma agremiação para defender os seus interesses, ao passo que a Toro Rosso alinhará com a Red Bull e a Renault quererá, seguramente, estar do lado das quatro grandes. Claire Williams, interpelada pelo Autosport sobre este assunto, não foi além de dizer: “Preferia não realizar qualquer comentário desta natureza, nesta fase”, ao passo que as restantes estruturas foram ainda mais lacónicas.

É evidente que o novo Formula One Group terá um enorme desafio pela frente, tendo que jogar em diversos tabuleiros só no plano das equipas – dado que terá ainda que renegociar contratos com promotores de corridas e com televisões. Contudo, Giancarlo Minardi, fundador da Minardi que hoje continua em pista como Scuderia Toro Rosso, acredita que os homens de John Malone terão a capacidade para impor a sua vontade, desde que se preparem convenientemente: “O Ross Brawn disse que gostaria que a Fórmula 1 permitisse histórias fantásticas como a do Leicester, com pequenas equipas capazes de lutar com as equipas de ponta. Ficaria muito satisfeito, mas, infelizmente, já perdemos a Manor Racing. Eu aconselharia que estudassem o passado antes de realizarem qualquer declaração. Presentemente, palavras são atiradas ao ar e só criam nervosismo. É evidente que a Fórmula 1 tem que passar por uma importante transformação, tanto ao nível desportivo como técnico. O atual Acordo da Concórdia resultou de difíceis confrontações. A Liberty Media deveria estudar os acordos anteriores para compreender a evolução de que foram alvo e as dificuldades que enfrentam”, afirmou ao Autosport o italiano que enfrentou diversas negociações para o Acordo da Concórdia, acrescentando com esperança: “A chegada de Ross Brawn é muito importante. Sempre acreditei que a Fórmula 1 deveria ser governada pelos técnicos com experiência em pista, mas sem estarem envolvidos com as equipas”.

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas F1
últimas Autosport
f1
últimas Automais
f1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado