O AutoSport estava lá: Quando Felipe Massa chegou à F1!
Agora que Felipe Massa se está prestes a despedir da Fórmula 1, o AutoSport recorda a sua chegada.
Felipe Massa nasceu em São Paulo, a 25 de Abril de 1981. Iniciou-se no Karting com apenas 11 anos. A sua estreia nos automóveis sucedeu com 17 anos, na brasileiríssima Fórmula Chevrolet, cujo título conquistou em 1999. No ano seguinte, atravessou o Atlântico, rumo à Europa. Aqui, assentou arraiais em Itália, vencendo os campeonatos Europeu e Italiano de Fórmula Renault. Um domínio avassalador, que prosseguiu no Euro 3000, o campeonato de F3000 que foi italiano até 2000, com a equipa Draco. Quatro vitórias em cinco provas e o título conseguido em antecipação. Entretanto, a Nordauto inscreveu-o no Campeonato Europeu de Superturismo, disputando as últimas jornadas, ao lado de Fabrizio Giovanardi e Nicola Larini – com resultados encorajadores para quem nunca antes tinha pilotado um carro como o Alfa Romeo 156. Na Fórmula 1 esteve 14 épocas, venceu 11 vezes, duas delas precisamente em Interlagos, 2006, tornando-se no primeiro brasileiro a vencer a prova em 13 anos, e 2008, quando foi Campeão por alguns segundos, no dia em que disputou com Lewis Hamilton o título naquela que foi a mais equlibrada decisão da história do Mundial de F1. Mas uma resenha da carreira do brasileiro faremos mais para a frente, por agora vamos somente recordar a sua chegada à F1, que o AutoSport testemunhou ao vivo…
(Entrevista de 2001) “Eu sou eu e mais ninguém!”
Felipe Massa é jovem, ainda muito jovem. Os seus 20 anos encontram-se estampados nos traços do rosto e no olhar. Porém, a tranquilidade e veemência que ressuma são pouco próprias da sua idade. Ele sabe muito bem o que quer e como lá chegar.
Franzino e de baixa estatura, o que dele retivemos foi as cores da parte superior do capacete, quando o vimos chegar ao “paddock”, depois de mais uma brilhante prestação aos comandos do Alfa Romeo 156 nº 31 da Nordauto. Além desta experiência, Felipe Massa tem, desde que chegou no ano passado à Europa, já três títulos conquistados – dois na Fórmula Renault e um no europeu de Fórmula 3000.
Mais recentemente, testou com a Sauber, deixando todos os observadores estupefactos e já assinou com a equipa suíça como piloto titular a partir de 2002, em substituição de Kimi Raikkonen. Por isto tudo, a revista italiano AutoSprint titulou em capa “o novo Senna”. Ele, com o mesmo sorriso de menino tranquilo, desmistifica: “Não, não sou o novo Senna! Essa é uma questão um pouco ‘pesada’ e não é verdade. O Senna foi o Senna, um dos melhores pilotos do Mundo. Eu apenas fiz dois testes de F1 e tenho ainda muito que demonstrar. Fora isso, vou ter que dar o máximo no meu trabalho, para ser o Felipe Massa. O Senna é o Senna, o Schumacher é o Schumacher, o Piquet foi o Piquet. Eu não sou mais que o Felipe Massa, mais ninguém!”
Uma questão de humildade, ou os pés bem assentes na terra e a consciência de que ainda há muito para fazer? E que o futuro vai ser duro, muito duro? Na verdade, para Felipe Massa a questão tem uma resposta simples: “As comparações com os melhores do Mundo são muito fortes. Ainda tenho muito que fazer, muito que demonstrar, muito que aprender.”
E, na verdade, aprender é uma coisa que Felipe Massa está a fazer – e, pelos vistos, muito bem… e depressa: “É! Os treinos (com a Sauber, n.d.r.) foram muito positivos, mas ainda tenho o ano inteiro que aí vem para aprender sempre mais, conhecer as pistas novas. Sei que o primeiro ano na Fórmula 1 não é fácil. Nunca é fácil.”
Apesar disso, apreensão parece ser vocábulo que o seu cérebro não “pratica”: “É certo que a minha passagem da Fórmula Renault para a Fórmula 1 é um salto muito grande. Mas eu espero adaptar-me muito bem a esta nova experiência,. Tanto com a equipa como com o carro. Espero, por isso, fazer um ano muito bom. E, quem sabe, conseguir mesmo alguns pontos.”
Afinal, o exemplo de Kimi Raikkonen parece ser a melhor… “escola” para os jovens prodígios que chegam, cada vez mais novos, à Fórmula 1. E, ouvindo falar Felipe Massa, parece que para este paulista tudo é muito fácil, sem preocupações evidentes e sem desculpas para o insucesso. Que, até hoje, ainda não conheceu: “Tenho um objectivo, que é realizar todos os meus sonhos. Prefiro nunca pensar em pressão, em realizar o meu trabalho da forma que eu penso ser a melhor, sem pensar no que os outros dizem e no que os outros pensam. Sou bastante positivo nesse aspecto – sei o que quero conseguir e acredito que vou conseguir.”
“Ser campeão não é impossível!”
Felipe Massa fala em “sonhos” muitas vezes. Mas a realidade parece ser bastante diferente: ele está a atravessar um mundo bem real, bem exigente. Mas isso não o assusta – o futuro está, literalmente, nas suas mãos: “É verdade. Logicamente que chegar à Fórmula 1 é um sonho para todos os pilotos. E eu já consegui realizar essa parte do sonho. Agora, há a outra parte, que é andar muito bem, sem errar e, quem sabe, até tornar-me um Campeão. Esta é a parte do sonho mais difícil de conseguir! Mas não é impossível!”
Sem errar: foi isto precisamente que impressionou os homens da Sauber. Na sua primeira vez ao volante do monolugar, nunca errou e foi sempre evoluindo. Aliás, também Felipe Massa se mostrou impressionado com os suíços e acredita que é a melhor opção para um piloto começar a sua carreira: “É uma equipa muito boa. Foram muito sérios comigo nos testes e é uma das melhores equipas para um piloto se iniciar na Fórmula 1. É a equipa justa. Este ano foi a melhor temporada deles. Claro que ninguém sabe como vai ser o próximo ano, mas só espero que seja também muito bom e, se possível, melhor ainda. Se o for, isso será bom também para mim.”
Felipe Massa, 20 anos, um estreante em luta contra “monstros sagrados”, como os irmãos Schumacher ou Coulthard: “Ainda tenho muito que aprender, tenho a certeza. Mas não me intimida estar a competir contra eles, pois começaram como eu estou a começar, sem experiência.”
E pronto: agora, que venha o primeiro Grande Prémio: “Para mim, um bom ano de 2002 é aprender bem o carro, as pistas, como colaborar com a equipa. Sei que este ano não vou ganhar nada, ao contrário do que tem sucedido na minha carreira até aqui, mas conseguir alguns pontos já é, para mim, nesta categoria tão exigente, uma vitória.”
Um último pormenor e certamente de grande importância: das pistas que conhece, a que mais lhe agrada “é Spa-Francorchamps. Gosto de pistas com curvas rápidas, que é onde é necessária uma grande dose de coragem para ganhar tempo.” Onde, ao cabo e ao resto, se faz a diferença entre um “piloto” e os “outros”.
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