“Novos fornecedores de motores são bem-vindos à F1”, mas a história é diferente quando se trata da Andretti

Por a 21 Novembro 2023 17:10

A General Motors (GM) anunciou na semana passada o seu registo oficial junto da FIA como fabricante e fornecedor de unidades motrizes para a Fórmula 1 a partir da temporada de 2028. Um passo que pode ser importante para a parceria com a Andretti Global nas negociações com a Formula One Management (FOM) para a entrada na competição, após a aceitação da candidatura por parte da FIA. 

O gigante da indústria automóvel junta-se à Red Bull-Ford Powertrains, Ferrari, Honda, Mercedes, Alpine-Renault e Audi como fornecedor de motores, mas o objetivo é “posicionar a Andretti Cadillac como uma verdadeira equipa de fábrica”, como deixou claro o Presidente da GM, Mark Reuss. Parece que significa que, caso a negociação com a FOM não seja bem sucedida, o construtor norte-americano também não avança para a Fórmula 1 apenas como fornecedor de unidades motrizes, até porque numa ocasião anterior ao anúncio, já tinha sido bem vincado que a única parceria possível é com a estrutura de Michael Andretti para formar uma nova equipa e nunca para se poderem juntar a uma das 10 equipas atuais

Durante o Grande Prémio de Las Vegas, este assunto pareceu estar esquecido, com tanto que aconteceu durante o fim de semana. No entanto, isso foi discutido na conferência de imprensa dos chefes de equipa, comprovando-se que o anúncio da GM foi recebido com sentimentos mistos. 

“A GM, na minha opinião, é uma boa marca para trazer para o nosso desporto”, disse James Vowles da Williams, acrescentando que “é o tipo de empresa, o tipo de OEM [Original Equipment Manufacturer ou fabricante original do equipamento], que fará crescer o nosso desporto”. No entanto, a sua opinião sobre a adição de uma nova equipa à grelha de partida, Vowles sublinhou que “nada mudou”, continuando a ser uma questão financeira. 

Partilhando a ideia do seu antigo estrategista, Toto Wolff reforçou que “para muitas equipas é a grande diluição [dos prémios a dividir por todas as estruturas] que pode fazer a diferença entre grandes perdas ou menores. E eu não mudei a minha opinião sobre isso. Não vimos quaisquer dados, só para dizer que vai ser espetacular. Onde é que está o caso? Quais são os números? Quanto é que podemos ganhar em popularidade? Quanto é que o nome vale? Pode o desporto ser atrativo? Quais são os factos?”. O chefe de equipa da Mercedes acrescentou que “se esses factos forem positivos, não tenho dúvidas de que a F1 os considerará dessa forma”. No entanto, admite que a “GM é um dos grandes atores, sem dúvida. E acho que, se eles dizem que querem entrar no desporto em 2018, é porque estão a falar a sério”.

Wolff sempre se mostrou contra a entrada de uma nova equipa na F1, mantendo as suas dúvidas quanto ao que pode trazer a parceria Andretti-Cadillac de mais-valias para a disciplina. 

Mantendo o tom, mas de uma forma bem mais resumida, Frédéric Vasseur deixou claro a sua opinião. “Todos os novos fornecedores de motores são bem-vindos à F1. Mas não é a mesma história como a da 11ª equipa. São duas questões distintas. Penso que a verdadeira questão é o fornecedor de motores e que podemos ter um novo”.

Michael Andretti acredita que a sua estrutura tem muito para oferecer à Fórmula 1 e aponta para a entrada na competição na temporada de 2025, estando a trabalhar em túnel de vento com um monolugar produzido tendo em conta as atuais regras, apesar de ainda faltar o acordo com a FOM. Ainda que não o possa fazer com motores da GM, precisando de negociar com algum dos atuais até que em 2028 se possa tornar numa equipa totalmente de fábrica.

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