Jenson Button: “Sinto que há muitos pilotos que deviam ter aprendido mais antes de chegarem à F1”
Jenson Button é atualmente o piloto de F1 mais experiente da grelha, e recentemente criticou a nova geração de jovens pilotos de F1, apelidando-a de “muito errática”. Aos 36 anos, Button está perto de alcançar os 308 Grandes Prémios realizados por Michael Schumacher, e diz agora que aos atuais jovens lhes falta a ‘bagagem’ das gerações anteriores: “Sinto que há muitos pilotos que deviam ter aprendido mais antes de chegarem à F1. São muito erráticos, até parece que estão a pilotar na ‘Fórmula Desesperada’ porque parece estarem sempre completamente desesperados e esse tipo de comportamento deveria ter terminado quando chegaram à F1. No momento em que a sua carreira chega a este nível, deviam já ser espertos o suficiente para saber o que fazer com o carro e como lutar por uma posição em pista. Eles deviam, por exemplo ver mais corridas do Michael (Schumacher) um piloto que sempre lutou muito duro em pista mas ao mesmo tempo foi sempre muito correto na forma que o fazia…”, disse, citado pelo UOL Esporte, logicamente falando em termos globais.
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ligier
30 Junho, 2016 at 9:41
O Michael era duro sim senhor mas correcto já não tanto…Damon Hill Australia 94 Jacques Villeneuve Jerez 97 e por aí fora…Nos tempos do DTM com o Mercedes 190 o Schumacher era o escolhido da equipa para os embates “bota fora”. Se calhar ficou marcado pela experiência…
João Pereira
30 Junho, 2016 at 13:32
Só faltou a linha por baixo para eu assinar. Não sei onde é que o Button estava com a cabeça quando fez esta declaração. Com tantos bons exemplos, foi logo escolher o único que não tem qualquer cabimento.
Frenando_Afondo™
30 Junho, 2016 at 19:54
Espero bem que eles não vejam corridas do schumacher e sigam o exemplo, ou vamos ver mais “chega para lá” estilo Rosberg…
NOTEAM
30 Junho, 2016 at 10:08
Gosto muito do Button e normalmente assino por baixo o que diz, desta vez não. O exemplo do Schumacher é infeliz, foi até bastante sujinho em pista e nem vale a pena dar exemplos. Os pilotos de hoje são como os da geração dos anos 80, 90 e por aí fora, uns são melhores que outros. É mais ou menos claro que os carros de hoje são menos exigentes de pilotar, mas os pilotos de hoje não têm culpa disso, fazem o melhor que podem e sabem com aquilo que lhes dão. Quando fala na “formula desesperada” ainda pensei um bocadinho no assunto e me lembrei do Kvyat, mas depois cheguei á conclusão de que também há 10 anos atrás situações idênticas aconteciam, lá está, há melhores e piores pilotos e não acho que a maioria dos jovens pilotos da F1 actual esteja assim tão mal preparada.
Pity
30 Junho, 2016 at 11:17
Há pouco tempo, Button reconheceu que, ele próprio, chegou cedo de mais à F1, pelo que acho natural este comentário…se descontarmos a referência a M. Schumacher. Nesse ponto, poderia ter escolhido um exemplo mais feliz, Hakkinen, por exemplo.
João Pereira
30 Junho, 2016 at 13:39
Mansell, Piquet e outros até mais agressivos que Hakkinen e mais no limite da correcção, agora ir buscar Schumacher, cujo mau comportamento em pista era frio e deliberado e não ditado por qualquer formula desesperada ou erro de juventude.
Todos sabemos que o Jenson nunca esteve em luta directa com Schumacher, mas ficámos a saber também que ele não costuma ver highlights das corridas ou tem fraca memória.
Pity
30 Junho, 2016 at 15:17
O único “erro” que eu desculpo ao Schumacher, é mesmo o de Adelaide 94, é o único que pode ser enquadrado na juventude e no desespero, mas mesmo assim é difícil de aceitar. E só porque estava o primeiro título em jogo.
Gostei do seu último parágrafo, muito bom.
João Pereira
30 Junho, 2016 at 19:53
Olá Pity. O “erro” de Adelaide 94, é o que mais me custou. Contava com o “puto” para ser o rival do Senna, um piloto genial que iria animar as coisas durante muitos anos, o que até se veio a concretizar, mas para quem o acompanhava desde o início nos formulas e no DTM com um Omega 3000, vê-lo partir a suspensão contra o muro, atirar o carro contra o Williams e ganhar o campeonato assim, foi para mim uma desilusão. Sinceramente, por ser na última corrida, não vejo forma de impedir aquele titulo sem ser com uma desclassificação, mas todos sabemos que aquele estava a ser um ano difícil para a F1, e no limite consigo entender que a FIA tivesse deixado passar, para não abanar mais o barco. O que não entendo, é a calma com que a FIA continuou a fechar os olhos até ao final da primeira carreira dele, porque até em 97 o castigo foi brando: para o alemão era preferível a desclassificação que o 2º lugar da derrota. Quanto a mim, teria sido um race ban de pelo menos 8 corridas, ou seja metade do campeonato seguinte.
Quando penso na atitude do Schumacher em pista, lembro-me de um tal Marco Werner, que fez a vida negra ao Lamy na F3 alemã, e acredito que terá sido muito inspirador para o jovem Schumacher, embora Adelaide 94 e Jerez 97 lembrem mais Alain Prost vs Ayrton Senna na chicane de Suzuka em 89.
Hoje, é óbvio que lamento a condição dele, mas isso não tem nada a ver com as corridas, nesse aspecto, deu-me gozo vê-lo sair pela porta das traseiras.
Cps.
Pity
30 Junho, 2016 at 21:11
Eu também senti assim na altura. Só muito mais tarde, após o final da segunda parte da carreira é que mudei um pouco a minha maneira de ver a situação. Vejo assim: um jovem ambicioso, que se vê no comando do campeonato, na última corrida, que comete um erro e danifica o carro, vê o sonho esfumar-se e de repente o seu rival vai a passar, instintivamente vai para cima dele. Primeiro título, desculpável, apesar de tudo. Em 97 já não houve justificação possível.
A comparação com Werner e Lamy é perfeita.
João Pereira
30 Junho, 2016 at 23:09
Em relação ao Schumacher, e mesmo na segunda fase (lembra-se de Barrichelo na Hungria?), conforme o tempo foi passando, mais eu achei que a “maldade” lhe estava na “massa do sangue”.
Werner já era um “veterano” na altura, pelo menos para uma formula de iniciação. Depois disso andou pelos protótipos com a Audi, mas pouco se ouviu falar dele mesmo com alguns resultados. Não sei o que é feito dele, mas também não me faz muita falta.
O Lamy era e é algo vulnerável, porque é um pouco como o Button, são demasiado bons rapazes, incapazes de uma malandrice. Lembro-me que depois, na F3000, foram o Coulthard e o Panis que lhe fizeram uma ou duas, mas nada comparado com o que esse Marco Werner lhe fez na F3, até porque o Werner era uns 6 ou 7 anos mais velho e já era muito “batido”.
Enfim, já lá vão uns anitos e não é toda a gente que sabe destas coisas, porque com o tempo o que prevalece são as estatisticas e as histórias e casos ficam no esquecimento. Acha que tirando meia dúzia de apanhadinhos já com algumas falhas de memória, alguém se lembra que o Lamy não venceu a F3 Alemã e a F3000 por causa das malandrices dos outros? E que o Lamy entrou na Lotus para substituir o Zannardi que se estatelou no Radillon, e que depois foi o mesmo Zannardi que o substituiu depois de Silverstone?
Deve ser muito evidente, que sou um fan do Lamy, que com apenas 1 ponto, teve o que é para mim o melhor resultado português na F1, porque foi um 6º lugar com a grelha cheia. Isto mesmo considerando que também foi uma corrida algo estranha, em que o próprio Lamy fez uma “palhaçada” a tentar resolver um pião.
Vá! Até à próxima. Cps.
ligier
1 Julho, 2016 at 9:57
Ele acabou por ganhar o título de F3 amigo, mesmo com as malandrices do Werner. Perdeu foi a F3000 mas também fez a 1ª parte do campeonato com o carro antigo enquanto a Dams do Panis e Lagorce correu com o novo. De qualquer forma o Lamy não teve sorte na carreira dele e penso ser um piloto mais voltado para o Endurance, por ser mais do tipo gentleman a conduzir. Cps!
João Pereira
3 Julho, 2016 at 16:56
Concordo.
João Pereira
30 Junho, 2016 at 13:26
Jenson Button estragou tudo, quando referiu Schumacher como piloto correcto em pista, Foi logo escolher o piloto que até hoje teve as piores atitudes em pista, e que sendo raramente penalizado, acabou por ser o que teve direito à maior penalização já atribuìda a um piloto de F1, e que a meu ver deveria ter sido ainda mais severa, por ser reincidente. Tempos de grande tolerância por parte da FIA, pelo menos quando envolvia Shumacher, e antes dele Prost
Jenson Button, é demasiado bom rapaz, e teve a sorte de nunca ter estado em luta directa com o alemão, que era um verdadeiro energúmeno em pista.
Frenando_Afondo™
30 Junho, 2016 at 19:56
Em que universo paralelo é que o Button viu um Schumacher correcto em pista…? Porque duvido que o Heinz Harald-Frentzen, o Damon Hill, o Villeneuve e muitos outros que levaram com ele em cima ou um valente chega para lá que ficaram na relva ou no muro digam o que acabou Button de dizer. Só se o disse pelo estado actual de Schumacher, porque pelo que fez em pista não foi de certeza…
MVM
1 Julho, 2016 at 10:23
Até parece que o Schumacher ‘arrumava’ com pilotos em todos os grandes prémios! Deixem o homem em paz. Adelaide 1994 foi uma precipitação do Damon Hill, nada mais. É curioso que, quando o Hill fez exactamente a mesma manobra em Silverstone, no ano seguinte, todos concordaram que foi culpa dele. E. já que falamos nesse GP, que teoria é essa de o Schumacher ter partido a suspensão? As pessoas inventam cada uma… já agora, por que não dizem que arrancou uma roda? Mentira por mentira, ao menos assim tinha um efeito mais dramárico. O Schumacher era duro e em 1997 foi merecidamente punido por se ter atirado contra o Jacques Villeneuve, mas o que ele fez ao Barrichello em 2010 no Hungaroring foi exactamente o mesmo que o Webber fez ao Vettel no GP da Malásia de 2013 – mas pronto, como foi com o Vettel, tudo bem, só foi pena que não tivesse ficado fora de prova, certo?
Já agora, é preciso coragem para dizer o que o Button disse sobre pilotos inexperientes. A Williams despediu-o no final da época de 2000 por considerá-lo demasiado imaturo para a F1. Oh, a ironia…