GP ITÁLIA F1: uma prova de recordes

Por a 5 Setembro 2018 12:19

Para lá do óbvio recorde de velocidade que Kimi Raikkonen bateu com a fabulosa “pole postion” à média de 262,242 km/h e do facto de, pela primeira vez, todos os pilotos do Mundial de F1 terem pontuado, há muito mais para conhecer em termos de recordes e estatísticas após o GP de Itália. Queimadas algumas pestanas e recorrendo à sempre fiel estatística, aqui ficam alguns destaques de uma prova fabulosa que viu a Ferrari perder pontos para a Mercedes onde era suposto ganhar ímpeto para o assalto ao título de 2018.

Com sete corridas por disputar, matematicamente, apenas os seis pilotos de Mercedes, Ferrari e RedBull podem ser campeões. Todos os outros já estão fora de equação. O que mostra como este ano as três melhores equipas estão a dominar na velocidade e na fiabilidade. Por exemplo, Lewis Hamilton completou 835 voltas e Sebastian Vettel está nas 828 voltas completadas. Carlos Sainz está próximo com 823 voltas feitas, mas no polo oposto está o outro piloto que menos voltas fez até agora: Nico Hulkenberg (Renault), com apenas 630 voltas.

Depois de na qualificação um piloto ter batido o recorde da volta mais veloz, de sempre, de um Fórmula 1, acreditava-se que na corrida fosse vergado o recorde da corrida mais rápida de sempre em Monza. Afinal, o recorde de Michael Schumacher de 1h14m19,838s para cumprir as 54 voltas ao traçado de Monza não foi batido e a prova do domingo passado foi, apenas, a nona mais veloz de sempre (1h16m54,484s) e nem que as voltas atrás do Mercedes AMG GT R de Bernd Maylander fossem descontadas, Lewis Hamilton conseguiria bater o recorde de Schumacher. Estranho não acham?

Há explicações para isso. É verdade que os carros de fórmula 1 atuais têm mais aderência e potência, mas são mais pesados. É que há 15 anos, quando Schumacher bateu esse recorde, haviam reabastecimentos, pelo que o Ferrari do alemão estava muito mais leve à partida que os atuais carros que levam o combustível para toda a corrida. Além disso, os carros hoje pesam 733 kgs o que contrasta com os 605 quilogramas dos carros de há 15 anos. Isto sem falar da centena de quilos com que arrancam. Mesmo que as diferenças sejam superiores a 100 CV no que toca á potência, não chega para obviar à diferença de peso. Fica explicado o falhanço em quebrar o recorda da corrida mais rápida por parte dos atuais F1, depois de terem feito a volta mais veloz alguma vez realizada na história da Fórmula 1.

Parece incrível que em 69 anos de Fórmula 1, pilotos tenham acabado campeonatos de mãos vazias de pontos e que a desclassificação de Romain Grosjean tenha proporcionado a quebra de mais um recorde. É verdade, todos os 20 pilotos do plantel de 2018 já marcaram pontos. É verdade que houve temporadas em que mais de 20 pilotos pontuaram – em 1989, por exemplo, foram 29 pilotos os que pontuaram, número recordista de pilotos a ganharem pontos numa temporada, numa altura em que só os seis primeiros eram agraciados, mas mesmo assim dos 47 que participaram nesse campeonato, outros 18 ficaram de mãos a abanar – mas nunca tinha acontecido todos terem pontuado.

Kimi Raikkonen esteve em grande no GP de Itália. Regressou às “pole postion”, ele que tinha feito a primeira “pole” no GP da Europa de 2003, exatamente 15 anos, dois meses e quatro dias antes do melhor tempo da qualificação rubricado em Monza. O que é um novo recorde já que era Rubens Barrichello quem tinha maior espaço de tempo entre a primeira e a última pole-position, 14 dias menos que Raikkonen. E o finlandês ainda está e, atividade e pode melhorar este recorde… O piloto da Ferrari, com 38 anos e 319 dias, foi o sétimo piloto mais idoso a fazer uma “pole position”, juntando-se a Nino Farina (47 anos e 79 dias no GP da Argentina de 1954), Juan Manuel Fangio (46 anos e 209 dias no GP da Argentina 1958), Jack Brabham (44 anos, 17 dias no GP de Espanha 1970), Mario Andretti (42 anos, 196 dias no GP de Itália de 1982), Nigel Mansell (41 anos, 97 dias no GP da Austrália 1994), Carlos Reutemann (39 anos, 188 dias no GP Caesars Palace EUA 1981) e Graham Hill (39 anos, 156 dias no GP da Grã Bretanha 1968). De referir que Michael Schumacher rubricou uma “pole position” no GP do Mónaco de 2012 com 43 anos e 144 dias, mas como foi penalizado em cinco lugares na grelha de partida, não saiu do primeiro lugar da grelha.

O excelente tempo de Kimi Raikkonen juntamente com a prestação de Sebastian Vettel na Q3, permitiu que após 18 anos, a Ferrari voltasse a ter uma primeira fila da grelha toda Ferrari.

No lado da Mercedes celebrou-se a quinta vitória consecutiva, com Lewis Hamilton a ganhar por cinco vezes em Monza e segurar, agora, o recorde do número de voltas lideradas na capital da velocidade. O britânico liderou 218 voltas, contras as 217 de Alberto Ascari, 205 de Michael Schumacher e as 203 de Ayrton Senna. Porém, a Mercedes perdeu a “invencibilidade” em Monza, já que desde a introdução das motorizações híbridas em 2014, a marca alemã tinha liderado todas as voltas. Raikkonen desfez esse recorde.

O que não chegou para evitar que a Ferrari tenha perdido a corrida pela oitava vez consecutiva, um recorde já que a última “seca” de vitórias em Monza tinha sido de sete anos entre 1989 e 1995.

Para isso contribuiu, bastante, mais uma colisão de Sebastian Vettel logo na primeira volta, no caso, a quinta desde o Canada 2017. O alemão já perdeu tempo e corridas nos GP do Canadá, Singapura e México em 2017 e GP de França e Itália, já este ano, com colisões na primeira volta.

Voltamos a Kimi Raikkonen que em Monza esteve em grande, sendo injusta a sua derrota devido aos pneus Pirelli e à menor capacidade da Ferrari de entrar em pânico. O piloto finlandês alcançou o seu centésimo pódio – mais que ele apenas Michael Schumacher com 155, Lewis Hamilton com 128, Sebastian Vettel com 107 e Alain Prost com 106 pódios – e prolongou o recorde menos feliz de maior número de pódios sem vitórias: desde a vitória no GP da Austrália de 2013, o finlandês conhecido como “Iceman” ficou em segundo ou em terceiro por 30 vezes. Por isso mesmo, Raikkonen “apanhou” Fernando Alonso na lista dos pilotos com mais segundos lugares, com 37 registos, numa classificação liderada por Michael Schumacher, com 43 segundos lugares registados.

Destaque para o facto de Romain Grosjean ser o primeiro piloto desde o GP do Brasil de 2015 a ser desclassificado depois da corrida. Na altura foi Felipe Massa quem foi retirado da classificação final devido a um problema com a pressão dos pneus.

Finalmente, falemos da McLaren. Para lá dos péssimos resultados, a equipa de Woking, com as mais recentes decisões de Zak Brown e a sua equipa, bate vários recordes ou dados estatísticos. É a primeira vez que a equipa muda, totalmente, a sua formação de pilotos desde 2007. Entram Carlos Sainz e Lando Norris para o lugar de Alonso e Stoffel Vandoorne. Em 2007, Fernando Alonso e Lewis Hamilton entraram para os lugares de Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya. E desde 1995 que os dois pilotos da McLaren nunca ganharam uma corrida na F1. Nesse ano entraram Mika Hakkinen e Mark Blundell. Finalmente, em 2019, os dois pilotos da McLaren não tem no seu palmarés uma subida a um pódio de uma corrida de F1.

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