GP França F1: Detrito misterioso não foi a razão para as dificuldades de Lando Norris

Por Eduardo Moreira

O detrito que Lando Norris recuperou do sidepod direito do seu carro no final do Grande Prémio de França não foi a razão para a sua falta de ritmo na corrida.

Norris aproveitou o novo pacote de evoluções no seu MCL36 para colocar o seu carro no quinto lugar para a partida da corrida. Porém, parece que as novas atualizações não tiveram o mesmo efeito no que toca à performance do seu carro no Grande Prémio, perdendo de imediato posições para Fernando Alonso e George Russell, acabando por ficar de novo em sétimo.

The things you find in F̶r̶a̶n̶c̶e̶ YOUR CAR?! 🤯😆

Nice souvenir at least, @LandoNorris 😅#FrenchGP #F1 @McLarenF1 pic.twitter.com/6wFALgBU7b

— Formula 1 (@F1) July 24, 2022

Imagens após a corrida mostram Norris a retirar um detrito ainda considerável do sidepod direito, antes de o examinar e de o colocar no cockpit. A sua equipa confirmou à imprensa que a peça foi apanhada já em fases finais e não teve qualquer impacto na corrida de Norris.

“Penso que conseguimos tudo o que devíamos ter feito, podíamos ter feito”, disse Lando. “É frustrante porque acho que depois de ontem as nossas esperanças estavam um pouco mais altas”.

“Penso que foi mais porque acabei por fazer uma volta muito, muito boa, para estar no meio dos Mercedes, e eles mostraram que quase podem correr para ganhar”.

Norris admitiu que a McLaren é, atualmente, mais forte em provas de qualificação do que em corrida.

“Isso mostra as diferenças entre o ritmo nas qualificações e nas corridas. E por qualquer razão, talvez mostremos um pouco mais de ritmo nas eliminatórias. Os pneus novos, com baixo nível de combustível escondem muitos dos nossos problemas, e assim que colocamos pneus usados, combinados com mais combustível, todos esses problemas são expostos, e nós somos apenas bastante lentos”, afirma o jovem piloto.

“Desaparece definitivamente o equilíbrio que temos, o equilíbrio que nos dá bom tempo de volta e qualificação. Eu perco algumas dessas coisas. E é por isso que temos mais dificuldades na corrida com a frente [do carro] nas curvas apertadas. Fizemos algumas melhorias desde sexta-feira na compreensão do pacote [de evoluções], parece apenas que perde um pouco de desempenho no domingo”.

Norris reconheceu que o ritmo de qualificação pode ser útil em locais como o próximo, na Hungria, mas disse que preferia ter velocidade aos domingos.

“Sim, é verdade em certas pistas, mas em muitas pistas ainda se quer um bom carro de corrida. Precisas de um bom conjunto. Precisas de que seja bom na qualificação e bom na corrida. Porque mesmo estando à frente do George [no sábado], ele ainda terminou no pódio”.

“Portanto, provavelmente ainda preferes um bom carro de corrida a um carro de qualificação durante toda a temporada. Ainda vamos analisar todas as atualizações e vamos ver o que fizemos”, completa o britânico da McLaren.

Norris admitiu que a corrida em Paul Ricard não fora nada fácil, especialmente com a sua escolha pessoal de não utilizar um sistema de bebida.

“Tão duro, e mesmo fisicamente, sabes, ainda não uso um sistema de água no interior, faz-me sentir demasiado doente. Por isso, não a posso usar. Simplesmente não consigo transpirar muito quando conduzo, apenas vomito. É por isso que o evito”, concluiu Norris.