GP Emilia Romagna F1: Max Verstappen vence Sprint com ultrapassagem na penúltima volta

Max Verstappen (Red Bull RB18) venceu a primeira corrida sprint de 2022, depois de recuperar a liderança do pelotão na penúltima volta, deixando Charles Leclerc (Ferrari F1-75) no segundo lugar. No arranque Leclerc foi mais rápido e chegou à travagem para Tamburello no primeiro lugar, passando a liderar toda a corrida até à penúltima volta. Os dois pilotos estiveram inalcançáveis e vão dividir novamente a primeira linha da grelha da partida. O piloto da Ferrari esteve sempre no primeiro posto, mas nas voltas finais Verstappen ameaçou a ultrapassagem e assumiu o primeiro posto depois de duas voltas “colado” à traseira do Ferrari.

Sergio Pérez (Red Bull RB18) foi feliz na corrida sprint, conseguindo recuperar do sétimo posto para terminar no terceiro lugar no final das 21 voltas e pode entrar amanhã na discussão pela vitória do GP de Emilia Romagna ou pressionar Leclerc e ajudar o seu companheiro de equipa. Carlos Sainz (Ferrari F1-75) foi outro piloto em evidência, tendo recuperado 6 posições desde a grelha de partida para terminar no quarto lugar, ultrapassando na fase final da Sprint Lando Norris (McLaren MCL36/Mercedes). Daniel Ricciardo (McLaren MCL36/Mercedes) manteve o sexto posto terminou à frente de Valtteri Bottas (Alfa Romeo C42/Ferrari) e Kevin Magnussen (Haas VF-22/Ferrari). Foram estes os oito primeiros classificados que recebem pontos na Sprint.

Destaques da corrida Sprint:

O arranque de Max Verstappen foi fraco e Charles Leclerc aproveitou para assumir a liderança da corrida sprint, mas foi ultrapassado nas voltas finais sofrendo de graining perto do final da corrida, o que lhe retirou aderência, ficando a perder face ao adversário. Foi o fator que decidiu a vitória da Sprint. No final, Leclerc não perdeu muito, apenas 1 ponto para Verstappen, já que volta a sair da grelha de partida do mesmo posto de hoje e tem nova oportunidade para bater o adversário. Este é um fator que terá de ser avaliado pela Ferrari e poderá decidir a corrida de amanhã, pois parece que a Red Bull poderá ter mais alguma flexibilidade estratégica. Pode, no entanto, ser também circunstancial e as condições de amanhã favorecerem mais a Ferrari.

Um fator importante a ter em conta para a corrida de amanhã, são as posições de Sergio Pérez e Carlos Sainz, que ganhou ainda mais posições que o mexicano, seis, o que o coloca no quarto lugar. Os dois pilotos oferecem mais opções estratégicas às suas equipas. Ambos fizeram boas recuperações e provaram as mais valias dos Red Bull e Ferrari face ao resto da concorrência.

Ficou provado que o 1º e 4º lugar dos Mercedes no Treino Livre 2 foi sol de pouca dura e o que pareciam ser sinais de recuperação afinal diluíram-se completamente . Má corrida sprint para a Mercedes, que não ganhou nada, pelo contrário, perdeu posições e o que mostraram de manhã no segundo treino livre foi pouco mais do que fogo de vista e terão de fazer algo diferente dos adversários de modo a que possam chegar mais à frente. A frustração que se sente na Mercedes vai ser mais vincada hoje e há muito trabalho pela frente para que os Flechas de Prata sejam competitivos, o que parece difícil de acontecer amanhã.

A McLaren consegue, ao contrário de Haas e Alpine, manter-se nas posições da frente da grelha de partida. Lando Norris e Daniel Ricciardo não conseguiram aguentar atrás de si os mais rápidos RB18 e F1-75 de Sergio Pérez e Carlos Sainz, respetivamente, mas terminaram a corrida sprint na frente do chamado segundo pelotão, provando assim, que o que aconteceu no segundo treino livre foi apenas azar e o ritmo e performance da Austrália estão para ficar. Daniel Ricciardo chegou a ser mais rápido que Lando Norris a certo ponto e ambos mostraram que têm argumentos para lutar pelo top 5.

Valtteri Bottas fez uma boa corrida e depois da troca de chassis que o deixou de fora do TL2, o finlandês mostrou o potencial do seu Alfa Romeo, compensando o acidente de Zhou Guanyu que terá sido demasiado otimista na sua luta com Pierre Gasly.

Kevin Magnussen não aguentou o quarto lugar e caiu para oitavo, uma posição boa face ao que a Haas pretende, mas ficou claro que o dinamarquês não lutava com as mesmas armas e apesar do esforço, não conseguiu evitar a queda na tabela (escolha dos pneus médio para esta corrida pareceu ser inadequada). Também Fernando Alonso esperaria algo mais desta corrida e o nono lugar não reflete o potencial que se viu da Alpine. Mick Schumacher fez uma boa corrida, recuperou duas posições e aproximou-se do seu colega.

Para a Alpha Tauri foi um mau dia, com Gasly a ficar no fundo da tabela depois do incidente com Zhou e Yuki Tsunoda foi apenas 12º. Mas pior foi o dia da Aston Martin que voltou a não mostrar competitividade e a presença na Q3 por parte de Vettel já é passado com o alemão a cair para 13º. Esteban Ocon também continua a ter um fim de semana difícil e a Williams não apresenta argumentos para conseguir sair do fundo da tabela.

Filme da sprint:

A chuva ameaçou a primeira corrida sprint do ano, depois da última sessão de treinos livres do fim de semana ter ocorrido em piso seco. Ainda na saída da box para o seu lugar na grelha de partida, Lando Norris avisou a equipa que tinha algumas gotas na viseira do capacete, mas acabaria por não chover durante toda a sprint.

A expectativa para o início da corrida sprint era muito grande, para além de tentar perceber se Charles Leclerc iria atacar na curva Tamburello para tentar passar para a liderança do pelotão – tentando sair do primeiro lugar na corrida de amanhã – mas a mudança nas regras da atribuição de pontos, poderia colocar mais pressão sobre os pilotos no chamado segundo pelotão, na tentativa de somarem pontos preciosos para o campeonato. A sprint era ainda uma segunda oportunidade para pilotos que se qualificaram mal, poderem recuperar algumas posições, como era o caso dos pilotos da Mercedes e da AlphaTauri. 

Kevin Magnussen arrancava para a sprint com um novo sistema de baterias, Valtteri Bottas com um novo chassis e Guanyu Zhou com um novo sistema de escape. 

Todos os pilotos arrancaram para a sprint com pneus macios, excetuando Nicholas Latifi, Kevin Magnussen e Mick Schumacher.

Leclerc largou melhor e chegou à travagem para Tamburello já na liderança do pelotão, com Lando Norris a pressionar imediatamente Max Verstappen, mas sem conseguir passar o campeão em título. Quem arrancou muito bem foi Sergio Pérez, que passou por Daniel Ricciardo e Fernando Alonso, assumindo o quinto posto e pressionando Kevin Magnussen. 

Ainda na primeira volta, um toque entre Pierre Gasly e Guanyu Zhou resultou no abandono do piloto da Alfa Romeo e um pneu furado no AlphaTauri, para além da entrada do Safety Car. 

À volta 5, o SC saiu de pista e Leclerc segurou bem a liderança e não permitiu sequer a pressão do seu adversário. Na saída da chicane Tamburello, Fernando Alonso quase perdeu o controlo do Alpine, permitindo a Carlos Sainz pressionar o compatriota. O piloto da Ferrari não conseguiu ultrapassar Alonso nessa volta, mas completou a manobra com sucesso na volta seguinte, subindo à sétima posição. 

Kevin Magnussen com pneus médios foi uma presa fácil para Sergio Pérez (pneus macios) na volta 8 e o piloto da Red Bull assumiu o quarto lugar, tendo agora como alvo Norris. Magnussen tinha sido avisado pela direção de corrida por ter ziguezagueado na reta ainda na volta inicial. 

Com o avançar a sprint, Sebastian Vettel foi ultrapassado por Valtteri Bottas pelo nono posto, tentando o finlandês da Alfa Romeo chegar a Fernando Alonso e somar um ponto. Um pouco mais à frente, Magnussen liderava um mini-pelotão perseguido por Ricciardo e Sainz. Na mesma altura em que Pérez ultrapassou Lando Norris, Ricciardo assumiu o quinto posto depois de passar por Magnussen. Sainz imitou Ricciardo na reta da meta, passando à volta 12 para o quinto posto. 

Nas voltas finais, Sainz ultrapassou os dois homens da McLaren, que não tinham argumentos para se defenderem do mais rápido Ferrari F1-75. Enquanto isso, na frente Verstappen aproveitava o ritmo mais baixo de Leclerc, que começava a sofrer com a degradação dos pneus macios, e pressionava o seu adversário. A manobra de ultrapassagem surgiu na penúltima volta na reta da meta e com a ajuda do DRS, o neerlandês recuperou a liderança e daí não mais saiu até à última passagem pela linha de meta. Somou 8 pontos, mais 1 que Leclerc.

Mais atrás, Bottas passou por Fernando Alonso, que terminaria fora dos oito primeiros e sem pontuar, para depois alcançar Kevin Magnussen e ultrapassar o dinamarquês pelo sétimo posto. A opção estratégica da Haas em montar pneus médios no carro de Magnussen não funcionou, deu apenas para somar mais 1 ponto.

Os dois Mercedes terminaram fora dos 10 primeiros e Pierre Gasly, que ficou em último após o toque com Zhou, conseguiu terminar à frente dos dois Williams, no 17º posto.