GP dos EUA de F1: Max Verstappen suou, mas venceu

Por a 24 Outubro 2022 17:31

Max Verstappen conquistou a sua 13ª vitória da temporada, ao triunfar no Grande Prémio dos Estados Unidos da América, mas não teve uma tarefa fácil para bater Lewis Hamilton.

O holandês chegava a Austin com o seu segundo título no bolso, portanto, livre de qualquer tipo de pressão, ao passo que o Campeonato de Construtores para a Red Bull era uma mera formalidade, tendo a Ferrari de ganhar dezanove pontos à sua rival para manter a luta viva, o que atendendo às prestações recentes se afigurava muito difícil, para não dizer impossível.

No entanto, o fim-de-semana da formação de Milton Keynes era ensombrada pelo falecimento de Dietrich Mateschitz, aos 78 anos, ainda antes da qualificação para a prova americana.

Foi neste cenário que o holandês se bateu pela pole-position com os dois pilotos da Ferrari, parecendo a equipa de Maranello numa situação mais competitiva que nas provas mais recentes.

Contudo, Charles Leclerc tinha sobre si uma penalização de dez lugares por ter trocado diversos componentes da sua unidade de potência, que já incorporam soluções para 2023 e que pretendem resolver os problemas de fiabilidade sentidos este ano.

O monegasco não era, assim, um adversário a ter em conta, em circunstâncias normais, mas Carlos Sainz estava pronto para assumir a ofensiva da Ferrari.

O espanhol acabaria por ficar com a pole-position, batendo o seu colega de equipa por 0,065s e Verstappen por 0,083s.

Sérgio Pérez, que tinha uma penalização de cinco lugares na grelha de partida por ter trocada o motor de combustão interna, era quarto sem conseguir imiscuir-se na luta pela pole-position, sendo seguido dos dois Mercedes, com Lewis Hamilton a revelar-se num patamar diferente do seu colega de equipa.

Depois de todas as penalizações distribuídas, Verstappen ficava ao lado de Sainz na primeira linha, ao passo que os dois pilotos da formação do construtor germânico ocupavam a segunda. Pérez caía para nono e Leclerc para décimo segundo.

Apesar de arrancar de segundo, o holandês era visto como o grande candidato à vitória no Grande Prémio dos Estados Unidos, dada a menor capacidade de gestão dos pneus por parte do Ferrari F1-75 face ao Red Bull RB18.

No entanto, a vida do Campeão do Mundo seria facilitada logo nos primeiros metros de corrida. Verstappen arrancou melhor que Sainz, lançando-se de imediato para o comando e, na primeira curva, Russell foi demasiado optimista, embatendo no carro do espanhol, que entrou em pião.

O piloto da ‘Scuderia’ ainda chegaria às suas boxes, mas o seu destino era abandonar, com uma fuga de água. O inglês da Mercedes receberia uma penalização de cinco segundos pela sua indiscrição.

Tudo corria de feição ao piloto da Red Bull, muito embora Lewis Hamilton, que era segundo após a primeira volta, não perdesse o que se esperava para o líder, mantendo o carro número um no seu horizonte.

Só no final da primeira dezena de voltas a diferença entre os dois superou os três segundos, começando Verstappen a ficar fora da janela de ‘undercut’, bastante potente em Austin, de Hamilton.

A Mercedes acabou por reagir, chamando o seu piloto às boxes na décima segunda volta para a primeira troca de pneus, substituindo os médios com que começara por duros.

Contudo, Hamilton caiu para sétimo, o que prometia perder-lhe muito tempo no tráfego, e a Red Bull reagia na volta seguinte, ficando Verstappen apenas com Sérgio Pérez pela frente, mas que seria chamado às boxes imediatamente.

Com a operação, o holandês passava a ficar com mais de seis segundos para o inglês, que tinha ainda pela frente Charles Leclerc, em recuperação, e Sebastian Vettel.

Tudo estava a correr bem ao piloto da Red Bull, mas isso mudaria pouco depois.

Na décima oitava volta, Valtteri Bottas saía de pista, provocando a entrada em pista do Safety-Car, o que fazia desaparecer a vantagem que o Campeão do Mundo detinha e colocava em contenção Leclerc, que aproveitava a neutralização da prova para realizar a sua primeira paragem nas boxes e ascender assim a quarto imediatamente atrás de Pérez, que tinha danos no seu carro desde a primeira volta – cortesia de um toque com o finlandês da Alfa Romeo.

A corrida seria retomada, mas seria alvo de novo Safety-Car logo de seguida devido ao incidente protagonizado por Fernando Alonso e Lance Stroll, que lutavam pelo sétimo lugar.

Quando a prova foi, finalmente, reiniciada, estavam cumpridas vinte e seis voltas, Verstappen manteve o comando, mas nunca conseguiu descolar verdadeiramente de Hamilton, tendo tido como maior vantagem face eu perseguidor 2,0s, na trigésima primeira volta, passando o piloto da Mercedes a recuperar a partir daí, o que levou a que fosse chamado na trigésima quarta volta para tentar o ‘undercut’.

A Red Bull respondeu de imediato, mas, por uma vez, as operações nas boxes não correram de feição aos homens da equipa de Milton Keynes, tendo Verstappen perdido muito tempo, o que o colocou atrás de Leclerc, que também parara e se tinha desenvencilhado de Pérez, subindo a segundo com os problemas do holandês.

O Campeão do Mundo tinha agora dois adversários entre si e a vitória e distando cinco segundos de Hamilton, o líder virtual – Pérez e Vettel não tinham ainda parado pela segunda vez.

O holandês passou a perseguir Leclerc, que estava também muito rápido, ganhando os dois bastante tempo ao líder. A rodar consistentemente na zona de DRS do monegasco, Verstappen lançou um primeiro ataque na travagem para a Curva 1, trigésima nona volta, mas o piloto da Ferrari retorquiu na saída, mantendo a sua posição. Porém, a velocidade de ponta superior do Red Bull face ao carro de Maranello era evidente, tendo Verstappen lançado um ataque definitivo na mesma volta, mas na longa recta oposta, passando a perseguir Hamilton.

O inglês fazia o máximo que podia aos comandos do seu Mercedes, mas nada podia fazer quanto à aproximação do Red Bull.

Uma vez na zona de DRS do heptacampeão do mundo, Verstappen não teve dificuldades em suplantar o Mercedes, que não prima por uma velocidade de ponta muito elevada, recuperando o comando na quinquagésima volta.

A partir daí, e num dia em que teve dificuldades inesperadas, o Campeão do Mundo caminhou para sua décima terceira vitória da temporada, igualando Michael Schumacher e Sebastian Vettel, sendo o seu resultado decisivo para que a Red Bull conquistasse o seu primeiro título de Construtores desde 2013.

Com Leclerc em dificuldades com seus pneus, Hamilton não teve dificuldades em manter o seu segundo posto, ao passo que o monegasco ainda se preocupou com a aproximação de Pérez, que acabaria em quarto a sete décimos do piloto da Ferrari.

Russell, veria a bandeira a xadrez no quinto lugar e assinaria a volta mais rápida da corrida, depois de uma paragem nas boxes para montar macios usados a duas voltas da bandeira de chegada.

FIGURA: Fernando Alonso

O espanhol não esteve ao seu melhor nível na qualificação, mas na corrida mostrou o porquê de ser, ainda, um dos melhores pilotos da grelha de partida.

Alonso já estava em recuperação, depois de uma penalização por ter trocado componentes da sua unidade de potência, mas o que fez após o incidente em que foi uma vítima de Stroll tem de ser encarado como algo de especial.

Andar no máximo com um carro ‘aleijado’ e após um voo, literal, a mais de 250 Km/h só está ao alcance de alguém que tem uma confiança férrea nas suas capacidades e com uma força mental avassaladora.

MOMENTO: Ultrapassagem de Verstappen a Leclerc

O monegasco era o melhor escudo que Hamilton poderia ter para poder aspirar à vitória, uma vez que o Mercedes, para além de ser mais lento que o Red Bull, tem uma velocidade de ponta altamente deficitária face ao carro de Milton Keynes.

No entanto, também Leclerc não conseguiu suster a superioridade do Verstappen, o que acabou por deixar exposto Hamilton, que não tinha como se defender do Campeão do Mundo.

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