GP do Mónaco F1: Finalmente Charles Leclerc vence em ‘casa’…

Por a 26 Maio 2024 16:29

Finalmente, Charles Leclerc (Ferrari SF-24) venceu em ‘casa’ no Mónaco, numa corrida que decorreu tal como se esperava: uma procissão rápida do princípio ao fim em que as ultrapassagens ‘reais’ em pista foram quase inexistentes. Mas houve.

Pela primeira vez este ano, Charles Leclerc não permitiu que fosse Max Verstappen a fazer a pole e o monegasco torna-se o quarto piloto diferente a vencer corridas, depois de Max Verstappen, Carlos Sainz e Lando Norris.

Foi também a primeira vez que o Príncipe Alberto do Mónaco deu o troféu do vencedor a um piloto da ‘casa’, monegasco. Aproveitou, e também bebeu Champanhe.

Oscar Piastri (McLaren MCL38/Mercedes) foi segundo e obtém no Mónaco o seu primeiro pódio do ano. Pressionou q.b. o líder da corrida, mas mais não podia fazer sem arriscar (também) o seu resultado.

Carlos Sainz (Ferrari SF-24) foi bastante pressionado por Lando Norris (McLaren MCL38/Mercedes) durante grande parte da corrida, mas o espanhol não meteu uma roda fora do sítio e termina pela quarta vez este ano no pódio. Já Lando Norris, quarto posto, ele que vinha de dois pódios consecutivos.

Boa corrida de George Russell (Mercedes F1 W15), quinto, que susteve Max Verstappen (Red Bull RB20/Honda) atrás de si apesar da pressão deste depois de ter ido às boxes colocar pneus novos. O neerlandês perdeu muitos pontos no campeonato, mas continuam bem na frente.

O que fica cada vez mais claro é que o domínio visto por parte dos Red Bull nas primeiras corridas do ano está cada vez menor, o que dá claramente outro interesse às corridas. De forma nenhuma os Red Bull deixam de ser favoritos, mas têm agora uma luta que não tinham nas primeiras corridas.

Lewis Hamilton (Mercedes F1 W15) foi sétimo, e teve, como todo o top 10, uma corrida aborrecida, pois o risco de atacar o carro à sua frente era muito grande, e por isso, sendo tão difícil ultrapassar no Mónaco, todos preferem guardar o que já têm e no top 10 isso faz ainda mais sentido.

Yuki Tsunoda (RB VCARB 01/Honda) pontuou pela quinta vez este ano, fazendo uma vez mais com que a sua equipa fosse a melhor do segundo pelotão.

A RB tem agora 24 pontos, mais do dobro do que as quatro atrás de si.

Também feliz ficou a Williams com Alexander Albon (Williams FW46/Mercedes) a ser nono e a oferecer os primeiros pontos do ano para a Williams.

A fechar o top10, terminou Pierre Gasly (Alpine A524/Renault), que apanhou um susto na primeira volta quando o seu colega de equipa, Esteban Ocon (Alpine A524/Renault), o tentou passar na entrada do túnel, apertando o compatriota, e acabando por ser ele o prejudicado já que o seu carro quase fez o pino, depois das rodas traseiras passarem por cima das do Alpine de Gasly. Ocon desistiu e ainda tem uma penalização para cumprir no Canadá.

Quanto à equipa, do mal o menos, pontuou pela segunda vez este ano e tem agora os mesmos pontos da Williams.

Filme da corrida

Após uma partida atribulada, dentro do azar, sorte para Carlos Sainz. O espanhol furou depois de um muito ligeiro toque com Oscar Piastri, logo após a primeira curva, mas com a interrupção da corrida com o acidente dos dois HAAS e de Sergio Pérez, momentos depois, o facto da corrida ter sido parada, os Comissários Desportivos decidiram, obviamente, seguir a ordem do momento em que ocorreu o acidente, que foi, frações antes, se não mesmo, do momento em que Sainz perdeu todos aqueles lugares. O espanhol mantém-se, por isso, no mesmo lugar em que partiu, até porque as trocas de posição só se determinar nos três setores da pista. Assim, os 10 primeiros estavam de volta aos seus lugares na grelha.

Tendo em conta que todos trocaram pneus nas boxes, inverteram-se as estratégias, passaram a ser os homens da frente a rodar com pneus duros, os primeiros com médios, George Russell, Max Verstappen e Lewis Hamilton, mas nesta pista, mesmo com ‘melhores’ pneus, era quase impossível passar.

A corrida, tal como previsto, foi basicamente uma procissão rápida, mas o ritmo de Charles Leclerc na frente era manifestamente lento, ao ponto de não só Carlos Sainz ter dito isso à equipa, como Oscar Piastri, que seguia em segundo com o seu McLaren, ter começado a ‘mostrar’ o seu monolugar ao líder da corrida, como ‘aviso’ que poderia fazer uma tentativa a qualquer momento.

Leclerc tinha, aparentemente tudo controlado, os quatro primeiros seguiam muito juntos, pois tinham todos, pneus de composto mais duro, mas logo a seguir, Russell, Verstappen e Hamilton ficaram para trás, pois com pneus médios não lhes interessava nada andamentos muito fortes, por causa do desgaste dos pneus.

Cerca de volta 24 Leclerc liderava com 1.3s de avanço para Piastri, Sainz estava a mais 1.5s e Norris a outros 1.7s. De todos se esperava que fossem até ao fim sem ir novamente às boxes.

Na volta 35, Norris tinha 14s de avanço para Russell e não estava muito longe de ter uma paragem de ‘borla’ nas boxes, o que lhe poderia abrir margem para atacar Sainz. Quando Russell foi instruído a deixar Norris afastar-se e cuidar dos pneus, o homem da Mercedes passou a ser um ‘joker’ central na decisão dos lugares do pódio, porque se Norris puder ir às boxes, as coisas mudam nos quatro primeiros.

Sainz percebeu isso e perguntou à equipa na volta 34: “Há o risco de, se abrirmos 20 segundos, o Lando optar por um macio? Lando no macio será perigoso, já que os pneus estão a começar a granular.”

Portanto, a Ferrari estava preocupada com Norris, Piastri estava preocupado com Sainz, os duros podiam não conseguir chegar ao fim, Sainz só tinha pneus macios para colocar se tivesse de parar, e Leclerc na frente tinha uma vantagem de 1,1s.

A meio da corrida as diferenças rondavam os dois segundos entre os três da frente, e só Lando Norris estava um pouco mais perto de Sainz. Russell rodava 14 segundos mais atrás, Verstappen estava a dois segundos e Hamilton a mais três. Seguia-se Tsunoda a 35s, com pneus duro e a fazê-los durar para ir até ao fim. Atrás deles, ninguém tinha muita vontade que o ritmo subisse muito.

A primeira ultrapassagem em pista da corrida deu-se apenas na volta 54, quando o Kick Sauber de Valtteri Bottas passou o Williams de Logan Sargeant.

Na volta 56, Norris pressionava fortemente Sainz e ainda faltavam 22 voltas para o final da corrida.

A segunda ultrapassagem ‘real’ na corrida foi a de Lance Stroll a Zhou Guany, na saída do túnel, na volta 58. Começava a notar-se em pista vários pilotos com dificuldades com os seus pneus e quem os tinha melhores, a pressionar fortemente.

Max Verstappen foi às boxes e passou a atacar fortemente George Russell, não demorou muito – depois de fazer a corrida toda até aí nos escapes do Mercedes – a recuperar toda a margem, mas depois foi-lhe impossível passar o inglês, mesmo com pneus muito melhores do que os do Mercedes. É assim mesmo o Mónaco.

Pouco depois, as coisas estabilizaram, e os pilotos limitaram-se a levar os carros até ao fim sem incidentes.

A partir tão de trás, Fernando Alonso (Aston Martin AMR24/Mercedes) optou por uma boa estratégia e apesar de terminar a duas voltas do vencedor, foi 11º, longe do 10º posto. São já duas corridas seguidas sem pontuar, o nono lugar de Miami só lhe deu dois pontos, pelo que está, com a equipa, a passar um mau período, pois a Mercedes já tem bem mais que o dobro dos pontos da Aston Martin.

A corrida ficou marcada pelo acidente que envolveu Nico Hülkenberg (Haas VF-24/Ferrari), apenas vítima do desaguisado entre Kevin Magnussen (Haas VF-24/Ferrari) e Sergio Pérez (Red Bull RB20/Honda), com o dinamarquês da HAAS a não tirar pé e a levar consifo o Red Bull e o seu colega de equipa,levando à interrupção da corrida. Pouco depois, Esteban Ocon (Alpine A524/Renault) tentou uma ultrapassagem impossível a Pierre Gasly na direita antes do túnel e iam lá ficando os dois Alpine. ficou só o ‘prevaricador’, Ocon, que terá de cumprir uam penalização no Canadá.

FOTO Phillipe Nanchino/MPSA

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driver-on-track
driver-on-track
21 dias atrás

Leclerc e a Scuderia em excelente nível bem acompanhado, pelo Sainz , boa prestação da Mclaren com a notável evolução do carro… Ocon uma lastima , o Kevin a precisar de ir a bruxa… agora foi o medíocre do Perez a acabar-lhe com corrida …Tsunoda com uma excelente prestação a carregar mais uma vez a equipa as costas pois o seu colega teve mais uma vez uma prestação ao seu nível.. ou seja péssima… na próxima corrida no Canadá será feita uma aferição mais real do valor dos carros e suas evoluções…

alvesba22020_gmail_com
alvesba22020_gmail_com
Reply to  driver-on-track
21 dias atrás

Responsabilizar o Perez pelo acidente… Devo ter visto outra corrida. Bem sei que ele anda sobre brasas, mas para mim a responsabilidade foi toda do kmag

NOTEAM2.0
NOTEAM2.0
21 dias atrás

Prefiro um GP do Mónaco “seca” do que GP´s para americano ver, com rectas sem fim e 500 ultrapassagens com DRS por corrida. Se o Mónaco é mais aborrecido do que nunca, isso deve-se essencialmente aos regulamentos actuais e pouco tem a ver com as especificidades do circuito, que continua a ser a joia do calendário. A qualificação no Mónaco é o ponto mais alto da época na minha opinião, levar estes carros ao limite naquele circuito é absolutamente arrebatador, e aí o Leclerc foi mais uma vez imperial, como já tinha sido no passado diga-se. Mas desta vez quebrou… Ler mais »

Homem_do_Leme
Homem_do_Leme
21 dias atrás

E pronto acabou o GP do bocejo! Esta corrida dá sempre jeito para ver a partida e depois dormir uma soneca, com o único ponto de interesse a ser normalmente a paragem para a troca de pneus, que este ano nem aconteceu para grande parte dos participantes devido à bandeira vermelha na primeira volta. Resultado: como entre os 10 primeiros ninguém cometeu erros, os 10 primeiros na partida ficaram exatamente iguais à chegada com 0 (zero) ultrapassagens! Quem acha este GP o ponto alto da temporada devia arranjar mais 23 corridas iguais (uma até podia ser no parque de estacionamento… Ler mais »

Pity
Pity
Reply to  Homem_do_Leme
21 dias atrás

Como eu li num comentário no F1 na Sport TV, há uma solução para o Mónaco, basta fazerem uma excepção ao regulamento: usar os três compostos de pneus, obrigando assim a duas paragens. Achei uma ideia interessante. Se estivesse em prática ontem, todos os pilotos teriam feito uma paragem, possivelmente com diversidade de compostos e teria dado alguma emoção. Porque não experimentar?

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