GP do Mónaco de F1: Os desafios que esperam Max Verstappen

Por a 28 Maio 2023 08:13

Max Verstappen bateu Fernando Alonso e Charles Leclerc na luta pela pole-position para o Grande Prémio do Mónaco numa das melhores qualificações da história da Fórmula 1, dando o primeiro passo para vencer a quinta corrida da temporada, mas há ainda alguma forma de ser batido?

A Red Bull chegava a Monte Carlo consciente de que o traçado monegasco apresentava o maior desafio que enfrentaria até agora, devido às características do seu carro.

A configuração da sua suspensão dianteira que impede o mergulho nas travagens para manter uma plataforma aerodinâmica estável, confere-lhe uma vantagem inegável em corrida, mas nas qualificações cria dificuldades no aquecimento dos pneus dianteiros e, por isso, as restantes equipas estão mais próximas de si nas tardes de sábado.

No Mónaco, sabendo que as curvas de alta velocidade são escassas, a formação de Milton Keynes sabia que Verstappen e Sergio Pérez estariam expostos na qualificação mais importante do ano, uma vez que, a pole-position em Monte Carlo é meio caminho andado para o triunfo.

Fernando Alonso já tinha avisado que na pista monegasca poderia ameaçar os Red Bull e os homens da Ferrari mostravam-se confiantes de que esta poderia ser a primeira oportunidade de baterem os carros de bandeira austríaca.

Foi preciso uma prestação inebriante de Verstappen no terceiro sector, com alguns toques nas barreiras, para que pudesse conquistar a sua primeira pole-position em Monte Carlo e, ainda assim, bateu Alonso por apenas 0,084s e Leclerc por 0,106s.

O primeiro desafio do Bicampeão Mundial estava ultrapassado, faltando agora a corrida para que a Red Bull passe incólume pelas especificidades do Mónaco.

Muito embora o carro de Milton Keynes seja uma arma letal nessa configuração, existem algumas condicionantes que podem levar a que o neerlandês perca o ‘Sant Graal’ dos Grandes Prémios de Fórmula 1.

A estratégia para a prova monegasca passa por realizar uma paragem ao longo das setenta e oito voltas, havendo a possibilidade de montar para o início pneus macios ou médios, para depois acabar com duros.

Sabendo-se como a posição em pista é fundamental no traçado de Monte Carlo, optar pelas borrachas marcadas a vermelho poderá ser opção mais válida para os homens da frente, uma vez que estes darão alguma vantagem no arranque, sendo este o primeiro momento que Verstappen terá de gerir.

O neerlandês tem muito mais a perder que Alonso, que poderá arriscar mais no arranque na tentativa de se colocar em posição de vencer o seu primeiro Grande Prémio em dez anos.

Os pilotos que apostarem nos macios deverão parar entre a décima quinta e a vigésima volta, ao passo que os que o fizerem nos médios poderão estender o primeiro ‘stint’ até a vigésima, vigésima quinta.

Aqui reside o segundo momento de indefinição.

Quem montar pneus médios terá mais margem de manobra para poder tirar partido de uma situação de Safety-Car ou Safety-Car Virtual, podendo saltar para o comando ou, no caso do líder, ampliar a sua vantagem face aos seus perseguidores.

A grande questão para Verstappen será se apostará nos macios ou nos médios, sendo quase certo que Alonso escolherá os macios para lhe poder dar alguma vantagem no arranque.

Mas mesmo sem qualquer situação que neutralize a corrida, a tarefa de Verstappen será sempre difícil, sobretudo quando tem no seu encalço Alonso.

O terror de qualquer líder no Mónaco é sofrer um ‘undercut’ do seu perseguidor, o que leva a que diminua o ritmo de modo que não se verifiquem abertas para que alguém possa tirar partido de um novo jogo de pneus.

Este será, seguramente, um estratagema adoptado pelo Bicampeão do Mundo se estiver no comando, mas com diversas equipas com dois carros atrás de si, estas poderão também jogar desta forma de modo a criar espaços para que os seus pilotos mais próximos do líder possam fazer um ataque ao primeiro lugar com uma paragem nas boxes antecipada.

Verstappen estará sozinho, uma vez que Pérez arrancará de último, o que o poderá deixar exposto ao trabalho de equipa dos pilotos no seu encalço, se estiver no primeiro lugar no momento das paragens nas boxes.

Para além de tudo isto, será preciso realizar setenta e oito voltas sem cometer erros, o que no Mónaco nem sempre é fácil.

Mas este será o cenário na eventualidade de não chover, mas a possibilidade de a pista estar molhada durante a corrida é real e isso pode mudar tudo, criando novas dificuldades a todos os pilotos.

Verstappen parte para a prova de domingo como favorito, mas existe ainda muitos desafios para ultrapassar e com Alonso ao seu lado, o Grande Prémio do Mónaco promete ser um jogo táctico realizado a alta velocidade apaixonante.

FOTO AutoSport/Phillippe Nanchino

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