GP do Mónaco de F1: O ‘Copy Paste’ que ia dando confusão

Por a 30 Maio 2022 18:51

A passagem da Ferrari pelo Mónaco foi tórrida e, se na pista as coisas não correram bem, também na secretaria a Scuderia teve problemas, sofrendo igualmente derrotas.

Ao longo do fim-de-semana monegasco os homens da formação de Maranello foram uma presença assídua no colégio de comissários desportivos numa das ocasiões para clarificar e, claro, tentar tirar vantagem de uma situação, ao passo que na outra por não ter, segundo os responsáveis da FIA, feito um trabalho digno da Fórmula 1 durante a terceira sessão de treinos-livres.

Com cerca de dezoito minutos de sessão, Ricardo Adami, o engenheiro de pista de Carlos Sainz, informou o seu piloto de que o carro mais próximo de si era o de Yuki Tsunoda, mas este abortou a volta que realizava a seguir a La Rascasse e chegou-se para a direita, tendo o homem da Ferrari quase parado em pista para ganhar espaço para os monolugares que seguiam à sua frente.

No entanto, quando se preparava para a sua volta lançada, Sainz chegou-se para a esquerda na aproximação à Anthony Noghes, colocando-se à frente de Lance Stroll, que seguia numa volta lançada.

O incidente foi analisado pelos comissários desportivos, que acusaram a Ferrari de ter dado ao seu piloto “mensagens grosseiras e incorretas” e que era pouco claro o porquê de terem dada “informação errada ao piloto, que tinha a impressão de que não tinha nenhum carro imediatamente atrás de si”.

A Ferrari sofreu uma multa de vinte e cinco mil euros e Sainz a sua segunda reprimenda da temporada.

Durante a corrida, aquando da sua segunda paragem nas boxes, foi evidente que Max Verstappen na saída do pit-lane, tocou, pelo menos, com as rodas do lado esquerdo na linha amarela que delimita a zona de aceleração daqueles que vêm da via das boxes, da pista.

Mais tarde, emergiu também que Sérgio Pérez tinha igualmente pisado a citada linha.

Isto ia contra as notas emanadas pelo Diretor de Corrida, que no Mónaco era Eduardo Freitas.

Na alínea 11) ponto 1 do documento podia-se ler: “de acordo com o Capítulo 4 (Secção 5) do Apêndice L do CDI os pilotos devem manter-se à direita da linha amarela sólida na saída das boxes, quando deixam as boxes e manter-se à direita desta linha até que esta termine depois da Curva 1”.

Levando esta informação em consideração, os dois pilotos da Red Bull teriam de ser penalizados. No entanto, não o foram, nem sequer foi aberta uma investigação.

A Ferrari, após o Grande Prémio apresentou um protesto, apontando que tinha como interesse clarificar a situação.

Os Comissários Desportivos, porém, apontaram que, neste aspeto, as notas do Diretor de Corrida não respeitavam o Código Desportivo Internacional (CDI), que mudara do ano passado para este.

Agora, o CDI impõe que um carro “não pode cruzar a linha”, o que significa que nem Verstappen ou Pérez tinham feito nada de errado, uma vez que apenas pisaram a citada linha.

Eduardo Freitas, na decisão emanada pelos Comissários Desportivos, admitiu que “o Artigo 5 do Apêndice L do Código Desportivo Internacional foi alterado de 2021 para 2022. Aquelas Notas foram ‘copiadas’ a partir da versão de 2021 das Notas e, portanto, não foram alteradas para refletir as modificações do Apêndice L de 2022”.

Os homens da Ferrari ficaram assim sem caso, tendo sido a vitória de Pérez e o terceiro lugar de Verstappen homologados.

Depois de uma derrota na pista, também na secretaria a ‘Scuderia’ era vencida, ainda que tudo tenha partido de um erro do Diretor de Prova…

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