GP do Japão de F1, 2º pelotão: Alpine sobressai em Suzuka
A batalha do segundo pelotão sofreu um novo volte de face no GP do Japão, com a Alpine a impor-se e a reassumir o 4º lugar no Campeonato de Construtores, tendo a McLaren se visto, inclusivamente, superado pela Aston Martin.
Tal como acontecera no GP de Singapura, as condições climatéricas voltaram a estragar os planos das equipas, que precisavam de pista seca para preparar o seu regresso a Suzuka ao cabo de 3 anos.
No entanto, só os treinos-livres e qualificação foram disputadas sem a intervenção da chuva, deixando todos com muitas incógnitas num traçado que existe bastante dos pneus da frente.
Na sexta-feira, com os pilotos obrigados a recorrer aos pneus intermédios e de chuva, a Alpine já mostrava algum ascendente sobre a McLaren. No entanto, a relevância dos tempos era pouca, devido a divergência dos programas em que cada um dos pilotos rodava.
No entanto, no sábado, com a pista seca, a equipa de Enstone voltava a mostrar superioridade sobre a sua adversária direta, com Fernando Alonso, o melhor representante da formação do construtor francês, a assinar o 4º crono, batendo os dois Mercedes e Sérgio Pérez, ao passo que Lando Norris, o melhor dos McLaren, não ia além de 8º.
A qualificação seria disputada com pista seca e era esperado que a Alpine consumasse a superioridade que evidenciara anteriormente, o que acabou por acontecer, muito embora não tenha sido Alonso a liderar a ofensiva dos carros azuis.
O espanhol não melhorou os seus tempos significativamente na Q3 relativamente aos segmentos anteriores e acabava em 7º, batendo George Russell, ao passo que Esteban Ocon, numa das suas melhores performances em qualificação do ano, assegurava o 5º crono à frente de Lewis Hamilton.
Os pilotos da Alpine estavam no território da Mercedes, que tinham uma quebra de performance nas temperaturas frescas de Suzuka, ao passo que a McLaren passava também por dificuldades, não mostrando argumentos para os carros da marca francesa, tendo Lando Norris, 10º, se visto ainda batido por Sebastian Vettel, que levava o seu Aston Martin até 9º.
Para a corrida havia a forte possibilidade de chuva, condições em que os Alpine se mostraram muito competitivos.
O céu abriu-se sobre Suzuka no domingo e era evidente que a prova japonesa seria disputada, pelo menos, na sua maioria com pneus concebidos para piso molhado, o que poderia dar alguma vantagem a Ocon e a Alonso, caso estes conseguissem ultrapassar as armadilhas de provas realizadas nestas condições.
No arranque, com todos os pilotos equipados com pneus intermédios, mas com a pista bastante molhada e com a visibilidade muito reduzida, devido ao spray levantado, o espanhol quase se viu fora de corrida, quando Vettel, com uma boa partida, lhe deu um toque. O Alpine manteve-se firme na sua trajectória, ao passo que Aston Martin saiu de pista, caindo para a última posição. Por seu lado Ocon mantinha a sua posição à frente de Hamilton.
No entanto, a corrida rapidamente seria interrompida com bandeiras vermelhas, depois do despiste de Carlos Sainz, que entrou em aquaplaning, desistindo imediatamente com danos severos no seu Ferrari, e da desistência de Alex Albon, com problemas técnicos nos seu Williams.
A prova ficou então interrompida durante mais de 2 horas até que as condições melhorassem, o que acabou por acontecer.
Então com a obrigatoriedade de usar pneus de chuva, os pilotos seguiram o Safety-Car durante 3 voltas, para depois mais de 20 mil cavalos se soltarem nas atrozes condições que se viviam em Suzuka.
Ocon mantinha a sua posição face a Hamilton, ao passo que Alonso mostrava-se bastante ameaçador para o inglês, mas agora a questão era saber quando seria o melhor momento para trocar os pneus de chuva por intermédios.
Vettel, que rodava em 16º, sem nada a perder, foi dos primeiros a passar pelas boxes para o efeito, o que seria determinante para o seu resultado.
Ocon e Hamilton pararam 2 voltas depois, ao passo que Alonso, para não ficar à espera da operação do seu colega de equipa, parou na seguinte. O francês e o inglês mantiveram as suas posições, mas o espanhol perderia uma posição para o alemão da Aston Martin.
O gaulês da Alpine passou o resto da corrida de 28 voltas a ser pressionado pelo heptacampeão mundial, mas sem que este tivesse qualquer sucesso, terminando em 5º numa das suas melhores prestações da temporada.
Já Alonso viu-se na mesma situação de Hamilton, mas com Vettel pela frente. O espanhol, apesar de todas as tentativas, não conseguia desfeitear o seu rival.
Até que, a 6 voltas do fim, a Alpine resolveu chamar o seu piloto às boxes para montar um novo jogo de pneus intermédios.
O bicampeão mundial caía de 7º para 10º, mas com borrachas novas, era claramente o mais rápido em pista, cerca de 3 segundos que todos os outros, e galgou posições.
Na última volta, superou Russell, subindo a 7º, e na saída da Chicane Casio chegou mesmo a estar à frente de Vettel, mas na aceleração até à linha de meta, o alemão conseguiu colocar a potência no chão mais cedo, garantido o 6º lugar por 0,011s.
Alonso queria mais, mas o seu resultado, juntamente com o de Ocon, dava outra vez a Alpine o 4º lugar no Campeonato de Construtores, num dia em que a McLaren somou apenas 1 ponto, graças a Norris, estando agora as duas equipas separadas por 13 pontos.