GP do Bahrein F1: As ameaças de Max Verstappen

Por a 4 Março 2023 21:09

O resultado da qualificação para o Grande Prémio do Bahrein foi de encontro às expectativas, mas a Red Bull não se mostrou tão dominante como alguns esperavam e, apesar de Max Verstappen ser o grande candidato à vitória de amanhã, existem algumas ameaças.

Desde os testes de Inverno que era apontada uma vantagem significativa da parte da equipa de Milton Keynes relativamente às restantes, tal a compostura que o RB19 Honda RBPT mostrava em pista.

Porém, desde a primeira sessão de treinos-livres do fim-de-semana que, sobretudo, o Campeão do Mundo se queixou de subviragem, não se sentindo confortável aos comandos do seu monolugar.

No entanto, a equipa conseguiu dar a Verstappen um carro competitivo a tempo da qualificação, mas, ainda assim, a vantagem que o holandês mostrou para Charles Leclerc ficou muito longe de ser esmagadora.

Após a primeira ronda de voltas lançadas na Q3, o holandês tinha ganho apenas 0,103s ao monegasco, tendo a diferença para este crescido depois porque o piloto da Ferrari decidiu não fazer uma segunda volta lançada para poupar um jogo de pneus macios para a corrida de amanhã.

Esta é uma das ameaças à vitória de Verstappen na corrida de amanhã, mais que Sérgio Pérez, que ficou na segunda posição imediatamente à frente de Leclerc.

O piloto da Ferrari arranca com pneus novos marcados a vermelho do lado limpo da pista, o que lhe dá alguma vantagem sobre o mexicano, que alinha do lado sujo com borrachas mais usadas, podendo permitir que o monegasco possa ascender a segundo na aceleração e travagem para a primeira curva.

Isto será determinante para que Leclerc possa ameaçar a liderança de Verstappen.

A Ferrari não mostrou andamento em simulação de corrida para a Red Bull, tendo na sexta-feira, durante este exercício, o monegasco perdido em média 0,7s por volta para o holandês, uma diferença substancial e que parece intransponível, mas olhando para os resultados da qualificação, a equipa de Maranello escondeu mais o jogo que a sua rival de Milton Keynes, o que poderá deixar antever uma aproximação do F1-23 ao RB19 também nesta métrica.

Se a isso juntarmos a vantagem de performance que representa para Leclerc partir com pneus macios novos, isto pode deixá-lo em situação de ‘undercut’ no primeiro ‘stint’, que é bastante potente em Sakhir.

Se o monegasco conseguir chegar ao comando durante as primeiras rondas de paragens nas boxes, poderá controlar a corrida a seu bel-prazer até porque a Red Bull já não goza de uma vantagem face à Ferrari no que diz respeito a velocidade de ponta, como se verificou ao longo da temporada passada.

Pode não parecer agora, mas Vice-campeão Mundial em título poderá ser uma ameaça bem mais real que o esperado para os desejos de Verstappen.

Depois existe o ‘facto Alonso’.

Não era esperado que o espanhol pudesse estar na pole-position, apesar de ter sido o mais rápido em dois dos três treinos-livres, mas na sexta-feira mostrou um forte andamento em condições de corrida, perdendo apenas 0,2s por volta em média para Verstappen.

Sabe-se como Fernando Alonso é eficaz no arranque, aproveitando todas as oportunidades com que se depara, o que o poderá levar até uma posição de poder lutar pelos lugares do pódio e, quem sabe, a vitória, algo que já lhe foge desde o longínquo ani de 2013.

No entanto, para que o piloto da Aston Martin possa ser uma ameaça para o holandês, terá de fazer um bom arranque e espremer todo o potencial do seu monolugar, que é algo que está habituado a fazer.

Espera-se, portanto, uma corrida que poderá ser extremamente interessante, caso Leclerc e Alonso se consigam colocar em situação de poder ameaçar o triunfo de Verstappen, o que numa prova em que se espera duas paragens – macios e duros deverão ser os pneus escolhidos, segundo a Pirelli – poderá ser mais fácil devido a maior flexibilidade estratégica.

Ainda assim, Verstappen parte como o grande favorito à vitória na primeira prova da temporada.

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Pity
Pity
1 ano atrás

Se o Verstappen quiser revalidar o título, não pode vencer amanhã. Não me refiro a que, desde 2016, o campeão não vence a primeira corrida, como lembraram na Sporttv, mas sim ao facto de que, até hoje, sempre que o Bahrein abriu a temporada, nunca o vencedor se sagrou campeão no ano em causa.

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