GP de São Paulo F1: 5 Histórias do Paddock

Por a 8 Novembro 2023 17:03

O Grande Prémio de São Paulo de F1 voltou a ser um foco de rumores e conversas, indo desde o futuro dos eventos sprint até ao valor crescente das equipas.

Sprints sob fogo

Definitivamente, os fins-de-semana sprint não funcionam e, muito embora Max Verstappen seja dos poucos a insurgir-se contra este formato, no paddock o descontentamento é evidente e generalizado.

Para além de não acrescentar muito ao interesse do evento, a corrida de sábado termina num enorme anticlímax, existem inúmeras questões com as dificuldades operativas causadas pelo formato, a mais evidente a entrada em regime de parque fechado por todos os carros após apenas uma sessão de treinos-livres.

Esta situação causou os problemas que levaram às desclassificações de Charles Leclerc e Lewis Hamilton em Austin e aos problemas da Mercedes em Interlagos, que escolheu uma afinação para o W14 errada.

Se a simpatia pelos problemas brasileiros da equipa liderada por Toto Wolff é francamente diminuta, a questão das desclassificações coloca a imagem da Fórmula 1 sob os focos, dando a ideia de que existem equipas desonestas, quando, de facto, apenas foram apanhadas uma situação muito particular – falta de tempo de preparação aliada uma pista que ficou com muito mais ressaltos no asfalto de um ano para o outro – e nem sequer colhe o argumento de que as outras conseguiram, dado que existe quem garanta cabalmente que havia mais carros ilegais após o Grande Prémio dos Estados Unidos, apenas não foram verificados.

Face a esta situação, os fins-de-semana sprint voltarão a ser alvo de alterações para 2024, podendo as corridas mais curtas contar apenas para um campeonato específico, podendo eventualmente as corridas terem uma grelha de partida invertida.

No entanto, o formato vai ser alvo de discussão na Comissão de F1 em Abu Dhabi, sendo seguro de que permanecerá na categoria.

Logan Sargeant à beira de se salvar?

Logan Sargeant não tem tido um ano de estreia fácil na Fórmula 1, sentindo dificuldades em acompanhar Alex Albon, o seu colega de equipa na Williams, para além de ter vindo a cometer alguns erros que, para além de comprometerem os seus resultados, custam também milhões de dólares à formação de Grove, quando esta deseja alocar o máximo de dinheiro ao desenvolvimento do seu monolugar.

O lugar do americano não está seguro para o próximo ano, tendo vindo a ser dados como prováveis ao lado de Albon Mick Schumacher, Felipe Drugovich e Liam Lawson.

O facto de o brasileiro ter sido anunciado por mais um ano como piloto de reserva da Aston Martin significa que Drugovich percebeu que não tinha lugar em Grove, dado que leva para a equipa de Silverstone cerca de três milhões de euros pelo privilégio de poder eventualmente ser o substituto de Fernando Alonso ou Lance Stroll, dinheiro que depositaria na Williams, caso fosse piloto desta.

Schumacher parece resignado a admitir que o seu tempo na Fórmula 1 terminou, estando a preparar-se para ingressar no WEC com a Alpine, o que deixa Lawson como único candidato ao lugar de Sargeant.

No entanto, a recente melhoria de forma do americano poderá garantir-lhe o volante, até porque a sua nacionalidade interessa à equipa de Grove e, depois de ter investido tanto no piloto da sua academia, não faria sentido deixá-lo quando está a melhorar.

Abu Dhabi em risco? Nem por isso…

Durante o fim-de-semana de São Paulo surgiram rumores acerca da possibilidade de o Grande Prémio de Abu Dhabi ser cancelado, devido à tensão que se vive presentemente no Médio Oriente.

A ofensiva levada a cabo por Israel na Faixa da Gaza no seguimento do ataque hediondo protagonizado pelo Hamas a 7 de Outubro tem vindo a causar grande desagrado em inúmeros países da região, havendo o risco de o conflito se alargar, o que poderia levar a que algumas potenciais regionais se envolvessem.

Existe ainda a atualização do ministério dos negócios estrangeiros do Reino Unido, que aponta para um aumento do risco de atentados nos Emiratos Árabes Unidos.

No entanto, a FOM garante que está a monitorizar a situação e que não há motivos para alarme, devendo o Grande Prémio seguir em frente, em condições normais.

Audi confirmada, mas com dificuldades

O programa de Fórmula 1 da Audi continua sob grande escrutínio no paddock, mas, depois dos rumores que apontavam para que o projeto fosse cancelado antes de chegar à pista, Alessandro Alunni Bravi, o chefe de equipa da Alfa Romeo/Sauber, chegou-se à frente em Interlagos, explicando que a situação vivida presentemente pela equipa, representar uma marca que é rival direta no mercado da que vai assumir o controlo da operação, impede que exista uma comunicação mais aberta dos processo pelos quais a estrutura está a passar para se transformar na representante do construtor de Ingolstadt em 2026.

Segundo o italiano, a formação de Hinwil está a levar a cabo um processo de recrutamento que levará a que o número de funcionários quase duplique, estando a infraestruturas – túnel de vento, ferramentas de simulação, etc – igualmente sob atenção.

Ainda assim, do lado do conceção da unidade de potência da Audi, existem algumas vozes que apontam para um atraso do desenvolvimento do V6 turbohíbrido germânico, podendo existir algumas alterações de responsáveis pelo projeto.

Valores das equipas continua a subir

Desde o início de 2021 que o valor das equipas continua a subir, podendo ter chegado ao momento em que, neste momento, qualquer equipa vale mais de mil milhões de euros.

Em 2018 o consórcio liderado por Lawrence Stroll comprou a Force India por pouco mais de 100 milões de euros, assumindo as dívidas da equipa de Vijay Mallya e, no início de 2020 a Williams foi vendida à Dorilton Capital por 200 milhões de euros.

No entanto, desde então, com a introdução do Tecto Orçamental e a subida dos lucros da Fórmula 1 – que se repercute nos prémios monetários distribuídos pelas equipas – cada estrutura passou a ser um centro de geração de dividendos, ao invés do que acontecia até então, levando a que o seu valor tenha subido exponencialmente.

No Verão, a Alpine vendeu parte do seu capital, o que valorizou a equipa em mais de oitocentos milhões de euros, mas segundo os boatos que circulavam no pódio de Interlagos, uma formação do meio da tabela terá recusado uma oferta superior a 1,2 mil milhões de euros, o que constitui um aumento de 50% relativamente ao valor da equipa do construtor francês.

A Haas deverá ser a equipa menos cotada do plantel, uma vez que é aquela que tem uma infraestrutura mais pequena – compra chassis à Dallara e o máximo de componentes à Ferrari –, mas ainda assim deverá estar muito perto da mítica barreira dos mil milhões de euros.

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Scirocco
Scirocco
5 meses atrás

É ridiculo o preço da Haas. Aliás a quantia de dinheiro em questão só se justifica como passe para a F1. O resto é uma equipa sem estruturas e sem grande Know-how. A F1 está a ter uma super inflação, muito por “culpa” dos americanos. Há no entanto que ter algum cuidado pois cheira-me muito a romance de Verão e á absoluta necessidade dos Americanos de ser visto neste tipo de eventos, que pode indiciar que daqui a alguns anos este “paixão se esmoreça.

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