GP de Miami de Fórmula 1: Max Verstappen supera ‘Ferrari Heat’

Por a 9 Maio 2022 16:35

A Red Bull não começou o fim-de-semana do Grande Prémio de Miami da melhor forma, com problemas técnicos e um erro de Max Verstappen, mas com um carro ligeiramente mais eficaz, o Campeão do Mundo em título venceu a quinta ronda da temporada, tendo a Ferrari errado estrategicamente.

Depois da debacle de Imola, a Scuderia e Charles Leclerc precisavam de um bom resultado na estreia do circuito da Florida e o evento começou da melhor forma para eles…

Na sexta-feira os Ferrari rapidamente se mostraram competitivos em Miami, ao passo que a Red Bull passava por um dia problemático. Verstappen dava um ligeiro toque num muro logo na primeira sessão de treinos-livres e, pouco depois, o sobreaquecimento da caixa de velocidades do holandês, obrigava à sua substituição. Para a agravar a

situação do Campeão do Mundo, a equipa montava incorrectamente um tubo hidráulico e na segunda sessão, Verstappen dava apenas uma volta – no final do dia somava quinze contra quarenta e sete de Charles Leclerc.

Mas na Ferrari nem tudo corria pelo melhor, uma vez que Carlos Sainz voltava a sofrer uma saída de pista, pela terceira vez em três eventos consecutivos, encontrando os muros de Miami.

Ambas as equipas tinham com que se preocupar, mas a Red Bull voltava a ter problemas técnicos, uma situação que se tem repetido este ano, sendo preocupante para a luta do título.

Na qualificação, o maior tempo de pista dos homens da Ferrari fez-se sentir com Charles Leclerc a conquistar mais uma pole-position, a terceira da temporada, seguido do seu colega de equipa, ao passo que Verstappen errava na sua segunda volta lançada na Q3, quedando-se no terceiro posto imediatamente à frente de Sérgio Pérez.

A Ferrari ia para a corrida em vantagem, podendo em circunstâncias normais conseguir gerir a corrida de modo a proteger a liderança de Leclerc.

Contudo, o Campeão do Mundo tinha outras ideias e no arranque, rapidamente se colocou em posição de ultrapassar Carlos Sainz, que não partiu mal, mas foi demasiado conservador na travagem para a primeira curva.

Verstappen passou rapidamente a perseguir o líder do Campeonato de Pilotos e, uma vez mais, verificava-se uma superioridade do Red Bull nas rectas, com maior velocidade de ponta, ao passo que nas curvas era o Ferrari o mais forte. Com dois carros que produziam tempos muito semelhantes, mas de formas completamente distintas, era de esperar uma luta intensa entre os dois mais proeminentes candidatos ao título deste ano.

Apesar de ter uma configuração de menor apoio aerodinâmico, o carro de Milton Keynes era mais eficaz com os frágeis pneus médios, que foram escolhidos pela maioria dos pilotos para iniciar a corrida, que o seu adversário de Maranello e Verstappen conseguia manter-se perto de Leclerc ainda que sem entrar em zona de DRS.

Porém, na sétima volta conseguiu pela primeira vez encontrar-se a menos de um segundo do líder e, na seguinte, um pequeno erro do monegasco permitia que Verstappen passasse para o comando da prova.

O Ferrari mostrava-se difícil de conduzir e Leclerc tinha de andar no máximo para tentar manter o holandês atrás de si, o que acabou por se mostrar impossível.

Depois de suplantado, o líder do Campeonato de Pilotos ainda conseguiu continuar no escape de Verstappen, mas o esforço para o fazer era evidente e na décima segunda volta cometeria novo erro, perdendo um segundo para o holandês.

Só uma jogada estratégica da parte da Scuderia poderia permitir a Leclerc voltar ao comando ou, pelo menos, pressionar Verstappen.

A Ferrari chamou o seu piloto às boxes na vigésima quarta volta, mas com os pneus duros a serem escolhidos para a segunda parte da corrida, o “undercut” não era propriamente poderoso em Miami, dado que este composto precisava de algumas voltas para aquecer. Na verdade, o monegasco, após Verstappen parar duas voltas depois, perdera 2,8s para o líder, um deles nas boxes.

Distante do piloto da Red Bull, Leclerc andava no limite, mas não conseguia aproximar-se, mantendo-se a diferença entre os dois estável nos 7,5s, até que na quadragésima volta Lando Norris e Pierre Gasly desentendiam-se, acabando o inglês da McLaren nas barreiras, precipitando uma situação de Safety-Car Virtual.

Com uma vantagem de 17,3s e 24,3s para Sainz e Pérez, respectivamente, a Ferrari tinha a possibilidade de parar Leclerc, montar um jogo de pneus médio ou macio, ainda que não tivesse nenhum jogo novo, sem perder posições.

Contudo, os estrategas da equipa de Maranello não aproveitaram a oportunidade para descanso dos homens da Red Bull que temeram viver uma situação semelhante à que infligiram à Mercedes nos momentos finais do Grande Prémio de Abu Dhabi do ano passado e que deu o título a Max Verstappen.

Com a entrada em pista duas voltas depois do Safety-Car, esta opção fechou-se aos homens de Maranello, que tinha de contar com a destreza de Leclerc para vencer o primeiro Grande Prémio de Miami da história.

Era evidente que o Ferrari estava mais à-vontade que o Red Bull com pneus duros, podendo até ser ligeiramente mais rápido, e o monegasco rodou consistentemente a menos de um segundo do seu rival, usando o DRS assim que este ficou disponível.

No entanto, a superior velocidade de ponta do carro de Milton Keynes manteve Verstappen ao abrigo de qualquer ataque de Leclerc, apesar deste se ter mostrado algumas vezes na aproximação à Curva 1.

Para as últimas voltas, a equipa permitiu que Verstappen acedesse a mais potência e afastou-se do seu perseguidor, que percebendo que nada poderia fazer contra o piloto da Red Bull, reduziu o ritmo.

No final, o holandês vencia o Grande Prémio de Miami com uma vantagem de 3,7s para o monegasco, o que lhe permite reduzir a sua desvantagem para o jovem da Ferrari no campeonato para 19 pontos, uma vez que também

assinou a volta mais rápida da corrida.

Carlos Sainz, depois de duas provas em que abandonou devido a incidentes, regressou ao pódio, com o terceiro lugar, mantendo Pérez no seu encalço, apesar deste ter aproveitado o Safety-Car Virtual para montar pneus médios novos. Contudo, o mexicano estava com problemas na sua unidade de potência, não tendo acesso a toda a sua performance, e não conseguiu desfeitear o espanhol da Ferrari.

Muito embora com muitas contrariedades ao longo do fim-de-semana, a Red Bull sai da Flórida como vencedora, ao passo que a Scuderia não aproveitou as oportunidades que teve à sua disposição e num campeonato que se prevê muito renhido, isso será preponderante.

FIGURA: Esteban Ocon

Ocon bateu no TL3, que o impediu de participar na qualificação, Com um início com pneus duros realizou um longo primeiro stint que o colocou na luta pelos lugares nos pontos. No final, acabaria por terminar em oitavo, à frente de Fernando Alonso que, com duas penalizações, caiu para trás do seu colega de equipa e do top-10.

MOMENTO: Arranque

Não foi aí que Verstappen venceu, mas a sua boa partida, permitiu-lhe suplantar Carlos Sainz e isso foi determinante para que fugisse à mão estratégica da Ferrari e pudesse pressionar Charles Leclerc e, assim, ultrapassá-lo.

No arranque o holandês mostrou a agressividade e determinação que levam a fazer com que as coisas aconteçam e é assim que se ganham campeonatos.

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