GP da Grã-Bretanha de F1: Sergio Pérez e os seus problemas

Por a 9 Julho 2023 09:35

Pela quinta qualificação consecutiva, Sergio Pérez falhou a chegada à Q3, colocando-se sob pressão para um Grande Prémio da Grã-Bretanha em que recuperar será possível, mas poderá ter mais entraves que o habitual.

O mexicano esperava em Silverstone poder voltar à normalidade e, pelo menos, voltar a garantir um lugar na primeira linha, mas uma vez mais, numa pista constantemente a mudar, mostrou dificuldades em colocar-se em posição de poder passar à fase seguinte, tendo desta vez ficado logo na Q1 e no décimo sexto posto.

Enquanto Max Verstappen não teve qualquer dificuldade em criar as condições para avançar na qualificação, apesar de uma pista que se manteve húmida devido a alguns aguaceiros, Pérez encontrou-se sempre no centro de problemas.

Quando o Haas de Kevin Magnussen parou em pista a pouco mais de três minutos do final da Q1, o piloto da Red Bull estava em dificuldades, o que o obrigou a rumar rapidamente para a via das boxes durante a situação de bandeiras vermelhas causadas pelo dinamarquês.

Os pneus do seu Red Bull perderam temperatura e, numa pista fria, num carro que tem dificuldades em aquecer os pneus dianteiros, Pérez ficou exposto.

Um dos prismas pelos quais se pode ver o insucesso do mexicano é o das circunstâncias jogarem contra si, mas a verdade é que, com o mesmo monolugar, Verstappen ainda não se encontrou numa situação em que não conseguiu chegar à Q3, para lá da qualificação para o Grande Prémio da Arábia Saudita, quando uma semi-eixo partido o impediu de participar na Q2.

Têm sido erros, a falta de confiança e de capacidade para assegurar uma volta inicial de nível a deixá-lo em situações difíceis e, como se sabe, a Red Bull não é a equipa mais paciente com pilotos que não atingem o potencial do material colocado ao seu dispor.

Este ano, face à grande vantagem da equipa, a conquista dos títulos será possível apenas com Verstappen, mas Christian Horner e Helmut Marko não se podem dar ao luxo de terem apenas um piloto a maximizar o carro da Red Bull se no futuro tiverem mais oposição que esta temporada.

Quem são os obstáculos de Pérez

Pérez conseguiu realizar uma recuperação decente no Red Bull Ring, mas conseguirá fazer o mesmo em Silverstone?

Na pista austríaca, com três zonas de DRS as ultrapassagens são mais fáceis que no circuito inglês, sendo que, não são uma verdadeira impossibilidade no traçado britânico, que tem duas zonas para abrir a asa a traseira – uma na Wellington Straight e outra na Hangar Straight.

A eficiência aerodinâmica do Red Bull RB19 Honda e o seu poderoso DRS, permite ao mexicano olhar para uma recuperação com algum optimismo, o que poderá ser potenciado por uma corrida em pista seca que deverá exigir uma estratégia de duas paragens.

Os pneus preferidos deverão ser os duros e os médios, uma vez que os macios revelaram alguma propensão à granulação. Contudo, algumas equipas poderão sentir-se tentadas a apostar nas borrachas marcadas a vermelho no arranque, dando-lhes alguma vantagem nos primeiros metros de prova, sobretudo se não voltar a chover, o que, a confirmar-se, lavará a pista e deixará o asfalto ‘verde’, voltando a granulação a ser um factor.

Com Verstappen na pole-position, dificilmente, em circunstâncias normais, o triunfo lhe fugirá, estendendo para seis o número de vitórias consecutivas e para nove o total da época, mas o segundo lugar poderá ser uma luta com diversos protagonistas.

Os McLaren mostraram-se, surpreendentemente, competitivos, assegurando o segundo e terceiro lugares da grelha de partida, com Lando Norris a liderar, batendo os dois pilotos da Ferrari e os dois da Mercedes.

O que os dois carros da equipa de Woking podem fazer em corrida é a grande incógnita, muito embora, de acordo com o que se pôde verificar no Red Bull Ring, existe a capacidade de gerir bem os pneus da Pirelli, o que será determinante num circuito que exige tanto das borrachas, como é o caso de Silverstone.

A Ferrari deu um claro passo em frente no que diz respeito à gestão dos pneumáticos, mas esta área continua a ser uma debilidade do SF-23, podendo o traçado inglês expor as fraquezas deste. Charles Leclerc e Carlos Sainz parecem ter a performance para assegurar o segundo lugar, mas o desgaste dos pneus poderá travá-los.

A Mercedes, por seu turno, tem um carro mais simpático para os Pirelli, podendo evidenciar durante a prova de cinquenta e duas voltas a consistência para colocar Lewis Hamilton ou George Russell na posição de delfim de Verstappen.

Sem mostrar o fulgor de outras corridas, a Aston Martin, com Fernando Alonso, poderá ter uma palavra a dizer nesta luta, muito embora o nono posto do espanhol, atrás de Alex Albon, não o deixe numa situação fácil.

Para chegar ao segundo posto, Pérez terá de suplantar estes protagonistas, podendo contar com a performance superior do seu Red Bull para o ajudar, o que lhe permite igualmente uma maior amplitude estratégica, mas as falhas que voltou a evidenciar na qualificação terão de ser supridas se quiser garantir à equipa de Milton Keynes uma dobradinha no Grande Prémio da Grã-Bretanha.

Subscribe
Notify of
1 Comentário
Inline Feedbacks
View all comments
Cágado1
9 meses atrás

Quem decide a posição do piloto no retomar duma sessão é normalmente a equipa. Foi a RB que o pôs em 1º, foram eles que o puseram à mercê dos restantes. O Pérez fez o seu papel e bateu a melhor volta, mas, com a pista a secar, quase todos os que vieram a seguir melhoraram. O Verstappen acabou por safar por um erro, ao bater na saída da garagem e danificar a asa, senão tb ele saíria lá da frente e poderia estar em risco – quando foi para a sua volta no Q1 estava eliminado, mas foi dos… Ler mais »

últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo
Ativar notificações? Sim Não, obrigado