GP da Arábia Saudita de F1: 5 histórias do paddock

Por a 23 Março 2023 12:00

Como sempre, paddock do Grande Prémio da Arábia Saudita fervilhou com rumores e boatos, que foram desde uma possível saída de Hamilton da Mercedes, até uma segunda prova no país do Médio Oriente, passando pelos problemas que Ferrari e Red Bull enfrentam…

Wolff admite saída de Hamilton

Um dos grandes temas da actualidade é a possível renovação de Lewis Hamilton com a Mercedes, mas em Jeddah um novo dado entrou em jogo.

A equipa do construtor de Estugarda está muito longe da competitividade desejada, estando distante do potencial evidenciado pela Red Bull, que este ano conseguiu duas dobradinhas em dois Grandes Prémios, ao passo que os ‘Flechas Negras’ nem um pódio conseguiram conquistar.

Esta queda competitiva da Mercedes poderá significar que este ano será para deitar fora, no que diz respeito à luta pelos títulos, mas não só, podendo também condicionar a temporada de 2024 enquanto a equipa recupera o tempo perdido para a Red Bull depois de ter apostado num conceito técnico errado.

Ora isto poderá ser demais para Hamilton que pretende conquistar o seu oitavo Campeonato Mundial e, dessa forma, tornar-se no mais bem-sucedido piloto de Fórmula 1 de todos os tempos.

O inglês sempre assegurou a sua lealdade à Mercedes, mas Toto Wolff admitiu em Jeddah que, dado baixo nível competitivo da equipa, o heptacampeão mundial poderá decidir seguir o seu futuro por outro lado.

Esta assunção do austríaco, para já não é uma admissão de perda, mas evidencia que a possibilidade de Hamilton deixar a Mercedes é real.

Fiabilidade preocupa Ferrari e a Red Bull

A Ferrari teve o problema de fiabilidade mais evidente, mas também o Red Bull mostra algumas fragilidades, tendo a equipa deflectido publicamente algumas questões que não passaram despercebidas.

A formação de Maranello viu Charles Leclerc abandonar no Bahrein com problemas na unidade de potência provocadas pela centralina eletrónica, tendo o monegasco já sido penalizado por ter ultrapassado o limite de destes componentes para a temporada toda.

A Ferrari sentiu mesmo necessidade de trocar a unidade de potência em ambos os carros, o que poderá indicar que não tem total confiança na fiabilidade os seus V6 turbohíbridos.

Para adensar esta teoria, nem a equipa oficial nem as suas equipas-cliente, Haas e Alfa Romeo, tiveram liberdade de usar as respetivas unidades de potência nos modos mais agressivos – ‘Step 1’ – até à qualificação, o que deixou os seus pilotos em desvantagem nesse exercício, uma vez que nunca tinham rodado com o carro com tanta potência até ao momento em que a grelha de partida foi definida.

A Red Bull também não teve um início de temporada isento de preocupações. No Bahrein, ambos os pilotos tiveram de gerir questões com a caixa de velocidades, o que terá condicionado o andamento de Sérgio Pérez, assim que chegou ao segundo lugar.

Este componente foi substituído em ambos os carros até à qualificação, algo que a equipa diz ter sido planeado, o que não deixa de ser estranho, uma vez que o mexicano viu a sua caixa trocada logo na sexta-feira, antes da primeira sessão de treinos-livres, e Max Verstappen antes da terceira, no sábado – se fosse planeado, o mais lógico seria que ambos tivessem visto as caixas trocadas antes do início do evento, como aconteceu com Pérez.

Na qualificação, como foi evidente para todos, o holandês viu um semi-eixo ceder, o que o obrigou a alinha na décima quinta posição da grelha de partida, voltando a sentir problemas com o mesmo componente durante a corrida.

Fica, portanto, evidente que as equipas na ânsia de reduzir o peso dos seus monolugares poderão ter fragilizado a sua fiabilidade, sendo este um problema que poderão ter de gerir ao longo da temporada.

Pirelli em dúvida e diversos candidatos

A FIA revelou esta semana que abriu um concurso para o fornecimento de pneus ao Campeonato do Mundo de Fórmula 1, Campeonato de Fórmula 2 e Campeonato de Fórmula 3 para o triénio 2025 a 2027, com opção por mais um ano.

No paddock de Jeddah já corriam os rumores de que a Pirelli poderá não estar interessada em continuar, devendo haver uma decisão nas próximas semanas da parte dos italianos, existindo, contudo, a possibilidade do regresso da Bridgestone, que esteve envolvida na categoria máxima entre 1997 e 2010.

Porém, os japoneses poderão não estar sozinhos, existido histórias a circular de que a Hankook e a Continental equacionam estar na corrida para assumir o fornecimento de todo o plantel, e disciplinas de suporte, para o período em concurso.

Mercedes faz ‘queixinhas’

A segunda penalização de Fernando Alonso, que acabou por não se verificar, causou alguma polémica, depois de os comissários desportivos terem levado demasiado tempo a analisar se algum mecânico tinha tocado no carro do espanhol quando este estava a cumprir os cinco segundos do seu castigo por ter alinhado fora da sua posição na grelha de partida.

Pior ainda, depois de ter tirado o pódio ao piloto da Aston Martin, a equipa inglesa conseguiu demonstrar que o macaco não era considerado um utensílio para determinar se um membro de uma equipa tinha tocado num carro a cumprir uma penalização.

Uma confusão que foi iniciada pela Mercedes.

A formação do construtor de Estugarda, sem andamento para o espanhol, tentou na secretária garantir um pódio para George Russell, o quarto classificado, à custa do resultado de uma das suas equipas-cliente.

A Aston Martin prova assim o incómodo que o seu sucesso está a provocar entre as equipas da frente, que veem uma estrutura que o ano passado terminou o Campeonato de Construtores em sétimo passar-lhes à frente em 2023.

Duas corridas na Arábia Saudita

O plano inicial dos sauditas era que o seu Grande Prémio fosse realizado em Jeddah enquanto um circuito feito de raiz Qiddiya não fosse concluído, passando depois a prova para esta localização, uma cidade que está a ser construída e que terá hotéis, parques e outras infraestruturas.

No entanto, o príncipe Khalid bin Sultan Al Abdullah Al Faisal apontou durante o Grande Prémio do passado fim-de-semana que a Arábia Saudita poderia albergar dois eventos do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, apontando como exemplo o caso dos Estados Unidos da América, que terá este ano três provas.

O mercado saudita é substancialmente menor que o americano – este tem mais de 330 milhões de habitantes, contra apenas 38 milhões do país do Médio Oriente – mas sabe-se na Arábia Saudita existe um interesse em investir em grandes eventos desportivos, o que o poderá colocar em contenção para uma segunda prova.

Um segundo Grande Prémio em solo saudita poderá custar outra prova à Europa. A Bélgica só tem contracto válido para este ano, ao passo que a Grã-Bretanha termina o seu acordo em 2024.

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Pity
Pity
1 ano atrás

Afinal qual é o papel da Mercedes? Há dias, li algures que a Mercedes ia dar o melhor motor (!!!!) ao Alonso, para ele tentar bater a Red Bull, já que a própria Mercedes não conseguia. Agora, foi a Mercedes a tentar tirar o pódio ao Alonso! Em que é que ficamos? Entendam-se, meus senhores!

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