GP China F1: 6 anos depois do triunfo, cenário é muito diferente para Ricciardo 

Por a 15 Abril 2024 13:34

Daniel Ricciardo venceu o GP da China em 2018 ainda ao serviço da Red Bull. Mas quando a F1 regressa a Xangai, o australiano passa por muitas dificuldades.  

No próximo fim de semana a Fórmula 1 regressa ao Circuito Internacional de Xangai para o 17º Grande Prémio da China, depois de uma ausência de cinco anos, resultado das limitações vividas durante a pandemia de COVID-19. O mundial de monolugares da FIA sofreu muitas alterações desde a sua última visita à China, mas para Daniel Ricciardo, o vencedor da prova em 2018 – no dia 15 de abril desse ano – todo o panorama é diferente. 

No dia 15 de abril de 2018, sobre a corrida que teve o piloto australiano como vencedor, escreveu o AutoSport que “sendo verdade que a sorte jogou hoje um papel forte, a verdade é que Daniel Ricciardo e a Red Bull jogaram o seu trunfo na hora certa, com a equipa a chamar os seus dois carros às boxes, na sequência de um incidente em pista entre os dois Toro Rosso, que fez entrar o Safety Car. Ao ficar com melhores pneus que a concorrência, os dois Red Bull depressa começaram a ganhar posições, mas enquanto Daniel Ricciardo fez tudo bem, Max Verstappen nem por isso”. 

Acrescentava-se que “depois do azar que Ricciardo tem tido nas últimas corridas, é um justo merecedor do triunfo nesta corrida, pois com os pneus que tinha atuou face aos seus adversários na hora certa, chegando à liderança, provavelmente, mais depressa do que pensava a sua equipa. Já o seu colega de equipa mostrou novamente que não sabe ter paciência, e está a demorar a aprender que o ‘mar’ não se abre à sua frente quando quer passar, e por isso, acabou com o que já restava da corrida de Vettel, batendo-lhe, e com a sua, pois fez um pião e foi ainda, posteriormente, penalizado em dez segundos”. 

Muito mudou na F1 desde essa altura. Os monolugares são muito diferentes e relação de forças dentro do pelotão também, uma vez que a Red Bull passou de terceira na classificação mundial entre os construtores – com 4 vitórias durante toda a temporada (2 de Ricciardo e duas de Max Verstappen) – para liderar o campeonato, com alguma vantagem ainda para os adversários. Neste início de temporada surge a Ferrari como principal adversária. 

No caso do piloto australiano, tudo mudou. Depois de vencer ainda no Mónaco em 2018, Ricciardo considerou o projeto da Renault para prosseguir a sua carreira, deixando a equipa francesa ao fim de duas temporadas sem qualquer triunfo, apenas com dois pódios e 173 pontos somados.

Passou pela McLaren, onde a vitória em Monza (2021) ainda mascarou, por breves momentos, as dificuldades que sentiu desde o primeiro dia. No final da segunda temporada na estrutura de Woking, e sem conseguir bater-se com Lando Norris, ficou sem lugar na grelha para a temporada de 2023. 

A Red Bull deu-lhe a mão e manteve a presença no paddock como piloto de desenvolvimento e reserva, mas o regresso à competição deu-se na Hungria, numa das grandes surpresas de 2023. Nyck de Vries teve um arranque de época pouco conseguido e a meio da temporada, foi dispensado pela AlphaTauri, com o australiano a ser chamado para assumir o seu lugar, numa troca que fez correr muita tinta. Nyck de Vries “durou” apenas dez corridas na F1. O piloto neerlandês encontrou um cenário pouco favorável e não conseguiu cumprir com as expectativas criadas. Helmut Marko apostou em de Vries, mas Christian Horner não gostava muito dele. Sem apresentar grandes resultados, de Vries passou a ser rapidamente carta fora do baralho e Daniel Ricciardo foi a solução escolhida, depois de um teste bem-sucedido em Silverstone. 

Ricciardo conseguiu mostrar que ainda tinha argumentos para competir por um lugar na F1 e Nyck de Vries saiu sem honra nem glória. Só que em Zandvoort, durante um treino do GP dos Países Baixos, o australiano sofreu uma fratura na mão e foi obrigado a ceder o lugar a Liam Lawson, que aproveitou a oportunidade para se fazer notar, com dois pontos somados em cinco provas e num carro muito complicado, apesar do forte trabalho de desenvolvimento em vigor naquela altura na equipa italiana. 

Depois de resolvida a questão física, Ricciardo voltou ao seu posto e prontamente, a especulação colocou-o na rota de um potencial lugar na Red Bull, num regresso à dupla de 2018. Somou pontos no México e teve um final de ano melhor do que Yuki Tsunoda, que até então era quem ‘alimentava’ a AlphaTauri. O piloto australiano ganhou um novo fulgor e apostava-se num possível regresso à Red Bull, mas o início de 2024 mostrou outra realidade. 

Yuki Tsunoda tem sido o piloto com melhores desempenhos da equipa, que passou a designar-se com Visa Cash App RB, enquanto Ricciardo não tem conseguido terminar nos pontos e é batido em qualificação. 

Em 2018, Daniel Ricciardo dizia que “não sei ganhar corridas chatas, as que ganho são sempre muito divertidas”, enquanto agora, pediu para receber um novo chassi da RB para o próximo Grande Prémio da China, na esperança de encontrar respostas de modo a melhorar o seu desempenho e desafiar o seu companheiro de equipa Yuki Tsunoda, que o tem superado até agora nesta temporada, sendo um dos 7 concorrentes que ainda não pontuou. 

Como tudo pode mudar na Fórmula 1.

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