GP Canadá F1: Mercedes beneficia dos problemas de Alonso

Por a 20 Junho 2022 18:12

Uma vez mais, a Mercedes esteve na luta pela primazia do Segundo Pelotão e foram preciso problemas por parte da Alpine para que Lewis Hamilton e George Russell se impusessem no GP do Canadá.

Depois dos problemas que a equipa do construtor germânico sofreu em Baku, esperava-se que as dificuldades continuassem para os homens dos “Flechas de Prata”, ao passo que no campo da marca francesa, as boas indicações dadas pelo pacote aerodinâmico de baixo arrasto estreado no Azerbaijão, as expectativas eram positivas.

A sexta-feira confirmou este cenário, com Fernando Alonso a mostrar-se muito rápido, assinando o 3º e 5º tempos nas duas primeiras sessões, ao passo que os Mercedes ficavam longe, tendo Lewis Hamilton evidenciando frustração com a falta de evolução do seu monolugar.

No entanto, as boas prestações de sexta-feira da Alpine têm de ser vistas com algum cuidado, uma vez que tem sido recorrente não conseguir transportar esse nível competitivo para o restante fim-de-semana. Depois das primeiras sessões disputadas com a pista seca, no sábado a chuva fazia a sua aparição, alterando por completo as condições, o que poderia alterar tudo.

Alonso parecia não estar muito incomodado com as dificuldades apresentadas em pista e na 3ª sessão de treinos-livres, com chuva, era o mais rápido, assumindo-se como uma ameaça à Red Bull e à Ferrari na qualificação, que seria disputada nas mesmas condições.

Na qualificação, o espanhol confirmava o que se esperava e numa pista difícil, aproveitou a oportunidade que se lhe apresentou e conquistava o 2º posto na grelha de partida, sendo apenas batido por Max Verstappen. Lewis Hamilton, numa das suas melhores qualificações dos últimos tempos, assegurava o 4º posto, ao passo que George Russell era 8º, tendo apostado erradamente em pneus slicks na Q3. À frente do inglês da Mercedes ficava Esteban Ocon, que se quedava muito longe do seu colega de equipa, a mais de 1,5s deste.

Com Charles Leclerc e Sérgio Pérez atrasados, por motivos diversos, um lugar no pódio era uma expectativa real para Alonso, mesmo sabendo de antemão que a corrida seria disputada com pista seca, tendo para isso que suster os Mercedes que, normalmente, são mais fortes ao domingo.

No arranque, o espanhol nada pôde fazer quanto a Verstappen, mas conseguiu manter o 2º posto até à entrada em cena do DRS, que permitiu que Carlos Sainz, que arrancou de 3º, subisse a 2º. Contudo, a corrida do piloto da Alpine era com os Mercedes, com Hamilton a rodar em 4º desde que as luzes dos semáforos se apagaram, ao passo que Russell subia a 5º até à 5ª volta, suplantando Ocon e Kevin Magnussen.

Apesar de rodar no encalço de Alonso, Hamilton não tinha impacto no seu ex-colega de equipa, que até à 8ª volta construía uma vantagem superior a 2 segundos. Mas foi então que a prova dos dois começou a divergir estrategicamente.

Sérgio Pérez parava na Curva 8 com problemas de caixa de velocidades, o que causou uma situação de Safety-Car Virtual. Com a paragem nas boxes nestas condições a custar menos 8s que uma troca de pneus em situação normal, a Alpine decidia contra chamar às boxes o seu piloto, ao contrário da Mercedes, que trocava os médios com que Hamilton iniciara a corrida por duros. Seria difícil que o heptacampeão mundial conseguisse realizar as 70 voltas que faltavam sem voltar a passar pelo “pit-lane”, mas num circuito propenso a acidentes, outra situação de neutralização poderia ocorrer.

Alonso, quando as bandeiras verdes foram mostradas, tinha Russell atrás de si, a 9s, com Verstappen pelo meio, que também tinha aproveitado o Safety-Car Virtual, mas que rapidamente se desenvencilharia do espanhol da Alpine.

Até à 19ª volta, o inglês recuperava, ficando a apenas 2s segundos do espanhol.A granulação das borrachas médias, no caso do Alpine, era elevada, deixando o bicampeão mundial de Fórmula 1 em dificuldades. Mas seria na décima nona volta que a prova de Alonso definitivamente entrava em falência.

O abandono de Mick Schumacher, também na Curva 8 e com problemas na sua unidade de potência, precipitava nova situação de Safety-Car Virtual, mas quando este foi ativado, o espanhol estava já na reta da meta, impossibilitando-o de aproveitar a oportunidade.

Para agravar a situação de Alonso, as bandeiras verdes foram mostradas ainda antes de chegar à entrada das boxes, preferindo a equipa manter o seu piloto em pista. Mas logo de seguida, a unidade de potência do Alpine desenvolvia uma fuga de ar que, segundo Alonso, lhe custava 1s/volta só nas rectas.

A prova do piloto de Oviedo estava definitivamente comprometida, cruzando a linha de meta em 7º atrás do seu colega de equipa, para quem chegou a ter uma vantagem de 12s, ao passo que Hamilton e Russell terminavam em 3º e 4º, respectivamente, vencendo a prova do Segundo Pelotão.

Após a corrida, Alonso era penalizado com 5s por ter mudado direção mais que uma vez na reta que se segue ao Gancho du Casino, numa tentativa desesperada de se defender de Valtteri Bottas, acabando classificado em nono – um desfecho dececionante depois de tantas promessas.

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