GP Bélgica F1, o ‘déjà vu’ de Esteban Ocon, repetição da Ultrapassagem do Século?

Por a 29 Agosto 2022 12:43

Depois de Mika Hakkinen em 2000, agora foi a vez de Esteban Ocon produzir uma magnífica dupla ultrapassagem a Pierre Gasly e Sebastian Vettel, no Grande Prémio da Bélgica, na reta de Kemmel. Só que desta feita não havia um retardatário no meio, como sucedeu entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher

A ultrapassagem de 2000 ficou bem registada na história da F1, esta de Esteban Ocon foi pelo menos tão boa, mas tem menos interesse histórico mas a verdade é que o francês terminou em 7º lugar no Grande Prémio da Bélgica depois de ter arrancado em 16º lugar, mas sem dúvida a dupla ultrapassagem sobre Pierre Gasly e Sebastian Vettel foi muito boa, chegando a Les Combes na frente de ambos.

Recordemos a ultrapassagem mítica de Mika Häkkinen de Michael Schumacher e Ricardo Zonta em 2000, sendo que nessa altura, no Grande Prémio da Bélgica de 2000 só dois pilotos passaram pela liderança da corrida: Michael Schumacher e Mika Hakkinen protagonizaram um dos duelos mais espetaculares de que nos lembramos, com a corrida a ser decidida a quatro voltas do final com uma magistral ultrapassagem do finlandês ao piloto alemão da Ferrari.

Hakkinen arrancara da pole position, numa pista molhada, ganhando rapidamente vantagem, enquanto Schumacher recuperava de uma qualificação menos conseguida. Com a pista a secar, a Ferrari arriscou antes da McLaren na troca de pneus, aproximando Schumacher do líder, mas com slicks o Ferrari era mesmo mais rápido no piso húmido. Um impressionante pião de Hakkinen em Stavelot entregou a liderança a Schumacher, embora a diferença entre os dois nunca tenha sido muito grande.

À medida que a pista ia secando, o McLaren voltou a ser mais eficaz, pois a equipa de Woking apostara numa corrida com piso seco e, a cinco voltas do final da corrida, Hakkinen apanhou Schumacher depois do Radillon e tentou passá-lo perto do final da reta. Mas, no seu estilo habitual, o alemão mudou de trajetória por duas vezes, a segunda quando Hakkinen já tinha a asa da frente junto às rodas traseiras do Ferrari, com o toque entre rodas a ser evitado por pouco.

Numa demonstração nada habitual das suas emoções ao volante, Hakkinen mostrou o punho esquerdo a Schumacher em Les Combes e preparou-se para o segundo assalto. Na volta seguinte, voltou a sair do Radillon mais rápido que o seu rival, mas ambos estavam a apanhar Ricardo Zonta, ao volante de um BAR-Supertec. O brasileiro deixou a trajetória livre, Schumacher apanhou-lhe o vácuo e passou-o pela esquerda, mas Hakkinen aproveitou o efeito de aspiração dos dois carros, arriscou tudo ao passar entre o BAR e a relva do lado direito da pista, passando para a frente com uma manobra que deixou toda a gente com os cabelos em pé.

No entanto, também ficou na memória o facto de ter tido uma conversa a sós com Schumacher mal os dois saíram dos carros junto ao pódio, explicando-lhe – com a ajuda de gestos, em que se percebia que se referia à situação em que fora colocado em risco – que a manobra feita pelo alemão tinha sido incorreta. E como grande senhor que era, recusou-se a revelar aos jornalistas o tema da conversa, limitando-se a dizer que “estávamos a falar da situação no campeonato.” Um grande piloto nas pistas, e um senhor fora delas.

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Cágado1
1 ano atrás

Foi de facto uma ultrapassagem de se lhe tirar o chapéu, mas há 2 grandes diferenças:

  • A ultrapassagem do Hakkinen foi premeditada e executada ao pormenor, enquanto o Ocon foi mais um aproveitar das circunstâncias;
  • O Hakkinen não tinha DRS.
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