GP Áustria F1: Ferrari precisa de pulso firme se quiser vencer na Áustria

Max Verstappen venceu a Corrida Sprint do Grande Prémio da Áustria, mas a Ferrari, e sobretudo Charles Leclerc, pode ser uma ameaça na prova de amanhã, isto se a Scuderia mantiver a ordem em casa.

O neerlandês não teve dificuldades para triunfar na Sprint de sábado, beneficiando da intensa luta que os pilotos da formação de Maranello protagonizaram para cavar uma vantagem que chegou aos três segundos.

O F1-75, nas mãos do monegasco, mostrou-se capaz de acompanhar o ritmo imposto pelo Campeão do Mundo, tendo mesmo conseguido recuperar algum terreno para o holandês – os dois cruzaram a linha de meta com uma diferença de 1,6s, o que demonstra que o piloto da Ferrari conseguiu ganhar cerca de 1,4s para piloto da Red Bull, depois de ter repelido o ataque do seu companheiro de equipa.

Claro que nas voltas finais da prova, Verstappen doseou o seu andamento, dado não ter a necessidade de atacar, o que permitiu a aproximação do seu perseguidor, mas existe um andamento muito semelhante entre o holandês e o seu principal rival na luta pelo título deste ano.

No entanto, se a Ferrari quiser ter a veleidade de ganhar o Grande Prémio da Áustria, Mattia Binotto tem de se impor no seio da equipa e determinar a impossibilidade de lutarem enquanto Verstappen e a Red Bull não estiverem derrotados.

Numa corrida em que se prevê uma paragem nas boxes – com início de pneus médios para depois montar duros – caso não chova que é ainda uma possibilidade, a estratégia será determinante, mas para que estejam em contenção, será necessário que os dois pilotos da “Scuderia” não percam tempo um com o outro e um deles possa estar em zona de ‘undercut’ que poderá ser potente no Red Bull Ring – um circuito em que uma paragem nas boxes custa 19s – aquando das trocas de pneus.

A formação transalpina poderá ter ainda a vantagem inicial de ter dois carros para atacar Verstappen, uma vez que Sérgio Pérez está em quinto na grelha de partida, depois de uma boa recuperação desde décimo terceiro na grelha de partida para a Sprint, e ultrapassar George Russell poderá não ser um osso duro de roer. O inglês poderá atrasar o mexicano, uma vez que, apesar da subida de forma, o Mercedes W13 perdeu cerca de meio segundo por volta para o Red Bull RB18 e Ferrari F1-75, deixando-o fora da batalha estratégica que se espera amanhã.

Caso Verstappen se encontre numa luta contra os dois pilotos da equipa de Maranello poderá estar numa situação de grande desvantagem, uma vez que os estrategas da Ferrari podem até adotar estratégias diferentes para os seus recrutas, deixando a Red Bull e o holandês numa situação difícil e sob pressão, até porque duas paragens nas boxes pode ser uma opção válida.

Apesar de o Campeão do Mundo estar na melhor posição da grelha de partida, a “Scuderia” poderá estar numa situação privilegiada para a corrida de amanhã, mas para isso será necessário que os estrategas da formação de Maranello não errem, ao contrário do que se passou em Monte Carlo e em Silverstone, e haja mão firme da parte de Mattia Binotto para evitar a luta fratricida que se verificou hoje.

A observação destas duas condições será determinante para o desfecho do Grande Prémio da Áustria e para as suas aspirações, e de Charles Leclerc, aos títulos deste ano.