Fórmula 1: O truque da Mercedes

Por a 29 Outubro 2021 11:05

Nas últimas corridas a Red Bull mostrou-se intrigada com o súbito aumento da velocidade de ponta dos Mercedes, tendo rapidamente apontando que a equipa do construtor germânico tinha estranhamente realizado ganhos na performance da sua unidade de potência, o que poderia contrariar o regulamento técnico… Porém, o truque vem de outra área do W12.

Numa temporada tão disputada como esta, tudo conta e, quando surge uma vantagem inexplicável de uma das partes, a tendência habitual da outra é levantar dúvidas quanto à legalidade de um qualquer componente da sua adversária.

Dessa forma chama a atenção da FIA para algo em concreto e destabiliza o outro lado da barricada, caso este tenha algo que esteja no limite daquilo que poderá ser aceite pelo regulamento. Os exemplos são diversos e, este ano, já tivemos inúmeros – asas flexíveis, desenvolvimento de unidades de potência, etc.

Porém, a Red Bull, desta feita, fez pontaria ao componente errado e isso ficou aparente no Grande Prémio da Turquia, quando os Mercedes apresentavam uma velocidade de ponta muito elevada.

Para dar uma ideia, a velocidade mais elevada registado pela FIA, 311,3 Km/h, durante a corrida turca foi assinado por Charles Leclerc, que tinha uma afinação para seco – a prova foi realizada com a pista molhada, mas a Ferrari resolveu no sábado apostar num evento sem chuva – mas Lewis Hamilton, com um “set-up” vocacionado para molhado, atingia uns impressionantes 310,7 Km/h, ao passo que Max Verstappen não conseguia mais de 297,1 Km/h. Uma diferença impressionante…

Se esta disparidade se devesse apenas à unidade de potência da Mercedes, a Red Bull estaria em grandes dificuldades para se bater com a sua rival pelos títulos deste ano, mas o segredo que dava esta vantagem aos carros pintados de negro vinha da suspensão traseira, que tem um impacto determinante na aerodinâmica do W12.

Como funciona o sistema

Os monolugares de hoje são altamente dependentes da aerodinâmica e da carga descendente que geram, contudo, carregam o seu “peso” ao longo das rectas, quando não precisam dela. Com as asas móveis proibidas, as equipas têm vindo a explorar diversos caminhos, como as asas flexíveis ou o afundamento da suspensão traseira, precisamente o estratagema que a Mercedes está a utilizar.

Há quase vinte anos os Williams usavam uma evoluída suspensão activa e, na rectas, a dianteira levantava propositadamente para que o FW14B Renault pudesse ganhar maior velocidade de ponta, superando assim, o déficit de potência que o V10 francês tinha relativamente ao V12 da Honda que equipavam os McLaren.

Hoje, as suspensões ativas estão proibidas, mas é possível realizar um efeito semelhante e sete equipas exploram este caminho, mas a Mercedes parece ser quem melhor o domina.

O truque passa por aproveitar a carga aerodinâmica para “colapsar” a suspensão traseira a partir de uma certa velocidade, para depois voltar progressivamente a sua altura ao solo normal, quando o piloto levanta o pé, de modo que o ar volte a circular pelas superfícies aerodinâmicas de acordo com o pretendido e o carro volte a ter “downforce”.

Com o fundo plano muito próximo da superfície, o ar tem dificuldade em circular por baixo do carro, não alimentando devidamente o extractor aerodinâmico. Este deixa de funcionar, perdendo “downforce”, mas o arrasto aerodinâmico diminui drasticamente, o que aumenta a velocidade de ponta.

Este funcionamento tem ainda a vantagem secundária de os carros poderem rodar com mais asa, uma vez que nas rectas o arrasto diminui com o “colapso” da suspensão traseira.

A dificuldade é assegurar que a molas ‘cedam’ no momento certo, e não numa curva, e que recupere também no instante desejado, tendo como referência a curva mais rápida em que o monolugar precise de apoio aerodinâmico para a descrever no menor tempo possível.

Não há nada de ilegal neste comportamento, desde que a suspensão completamente mecânica, e a Mercedes parece estar a dominar este estratagema.

Onde funciona?

No fundo, este ‘truque’ da Mercedes não é mais que uma afinação das molas, sejam metálicas ou hidráulicas, que funcionam de uma forma não linear, devendo o segredo estar no terceiro elemento da suspensão traseira, que sucumbe a partir de uma certa velocidade. Este comportamento leva a que a traseira afunde e recupere nos momentos certos, mas a sua eficácia depende de circuito para circuito.

Imagine que temos um traçado em que uma curva é descrita a 300 Km/h, recorrendo ao apoio aerodinâmico, e que na sua maior reta a velocidade máxima atingida é de 320 Km/h.

A eficácia da suspensão para esta função é muito reduzida, senão nula, dado que é preciso dar algum espaço para a segurança para que, com uma rajada de vento, o sistema não entre em funcionamento na curva de alta velocidade, o que dá muito pouca margem para o seu uso.

Mas imagine um circuito em que a curva de maior velocidade é feita a 200 Km/h, mas existe uma recta onde se atinge os mesmos 320 Km/h. A margem é enorme e aí o sistema pode ser usado exaustivamente.

Se por algum motivo o DRS não for ativado, como aconteceu na Turquia, dado a prova ser realizada com o piso molhado, então a vantagem cresce exponencialmente, daí Christian Horner ter dito após a prova de Istambul que os Mercedes tinham uma vantagem semelhante a um sistema de redução de arrasto – no fundo é o que a suspensão traseira da Mercedes faz, quando “cede”.

Por algum motivo, a equipa de Brackley conseguiu acertar na “mouche” o funcionamento do sistema no circuito turco, apesar da velocíssima Curva 8.

Em Austin, não foi tão efetivo, talvez devido à velocidade de passagem nas curvas 16, 17 e 18 – em redor dos 270 Km/h –, assim como nos ‘esses’ do primeiro sector, que são abordados a cerca de 290 Km/h. A necessidade de ter um carro estável a estas velocidades, que não distava muito da maior velocidade alcançada no traçado, 330 Km/h, pode ter diminuído a sua eficácia. Para além disso, os muitos ressaltos da pista americana podem ter tido também um papel na sua ineficácia.

Porém, a forma engenhosa como a Mercedes usa sua suspensão traseira é um forte trunfo para o final da temporada e poderá ser muito útil nos próximos circuitos. O Circuito Hermanos Rodriguez e o Interlagos são traçados onde a Red Bull habitualmente se dá bem, mas são também pistas onde este sistema poderá ser eficaz e, talvez, possa permitir à equipa do construtor germânico suplantar a falta de performance que as suas unidades de potência normalmente evidenciam em circuitos de elevada altitude… E tudo dentro da legalidade…

Frame 1

Posição inicial da suspensão a baixa velocidade.

Frame 2

O carro começa a afundar com a velocidade.

Frame 3

Atinge o seu ponto mais baixo relativamente ao solo.

Frame 4

Assim que o piloto levanta o pé o carro levanta a traseira.

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bastos76
bastos76
2 anos atrás

Sobre a legalidade do sistema: é tão legal quanto os amortecedores de massa usados pela Rwnault em 2006? Lembro que eles foram banidos, considerados como partes aerodinâmicas móveis. Essa reação da suspensão, pensada com a única finalidade de influenciar na aerodinâmica, não sofreria da mesma “ilegalidade”? Na minha opinião, não. Assim como também não eram as asas da RedBull, que passavam nos testes regulares no início do campeonato. Mas para prejudicar a RedBull, mudaram os testes no meio do campeonato, sem qualquer indício de problema com a segurança das asas. Na minha opinião, essa suspensão “colapsável” oferece muito mais risco.… Ler mais »

JP INAU
JP INAU
Reply to  bastos76
2 anos atrás

Austin já garantiu que a suspensão não colapsa com bumps, e como a F1 não vai a Sebring, acho que não é por aí que o gato vai ás filhoses. Os amortecedores de massa da Renault não foram considerados aerodinâmica móvel, mas apenas um sistema de suspensão activa, e se neste aspecto quiser equiparar o sistema da Mercedes, isso não me choca. Quanto ás asas flexíveis da RB, não foi alegada fragilidade e não foi por isso que os testes de resistência foram alterados, mas sim porque a deformação das asas era tal que aqui sim, as equiparava a uma… Ler mais »

bastos76
bastos76
Reply to  JP INAU
2 anos atrás

Austin não garantiu nada, pois o sistema pode nem ter sido usado, visto que existem no circuito curvas de alta que exigem que o difusor funcione mesmo em velocidades superiores a 290 Km/h. Não vi nenhuma imagem de Austin mostrando o sistema funcionando lá. Os amortecedores de massa foram sim considerados partes móveis com influência aerodinâmica e por isso foram banidos. Fonte: https://www.autosport.com/f1/news/banned-f1-tech-renaults-confidence-inducing-damper-solution-4982787/4982787/ Se procurar, tem muitas outras fontes. Acho que não fui claro, mas citei uma possível fragilidade pois, na MINHA opinião, só uma fragilidade, que influenciasse a segurança dos pilotos, poderia justificar uma mudança de regulamento de testes… Ler mais »

RedDevil
RedDevil
2 anos atrás

Continuam sem perceber o princípio de funcionamento… mas continuam a dar opiniões como se percebessem… As molas ligam-se por um sistema de alavancas montadas em excêntricos… assim… a partir de uma certa carga e devido à rotação que essa carga provoca em todo o sistema…o efeito de rigidez das molas é reduzido… Quando abrem a porta traseira do vosso carro… ela não é pesada na fase inicial e depois fica mais leve? Isso tem a ver com os pontos de montagem das molas/amortecedores, com o ponto de rotação (dobradiças) e com o momento angular causado pelo peso da porta… é… Ler mais »

Last edited 2 anos atrás by RedDevil
sr-dr-hhister
sr-dr-hhister
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

E é um sistema usado há anos. A RB só não o usa de forma tão pronunciada porque tem uma configuração com “high rake”.

RedDevil
RedDevil
Reply to  sr-dr-hhister
2 anos atrás

Há dias, dei essa explicação do High rake vs Low rake ao cromo das bruxarias (CanAm)… mas ele não percebeu e continua a insistir…

2fast4u
2fast4u
Reply to  sr-dr-hhister
2 anos atrás

Mas é precisamente numa configuração de high rake que faz sentido usar esta afinação, para atenuar o arrasto. A Mercedes foi brilhante e conseguiu melhorar o comportamento do carro elevando a traseira e ao mesmo tempo atenuando o arrasto provocado. Este é o problema da Red Bull. O mais bonito é que todos podem tentar fazer o mesmo 😁

Last edited 2 anos atrás by Jabba
RedDevil
RedDevil
Reply to  2fast4u
2 anos atrás

Falso… só funciona em pleno com Low Rake… os High Rake não conseguem baixar o suficiente para produzir o “stall” (entrada em perda) do difusor…

2fast4u
2fast4u
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

A Mercedes levantou a traseira mas penso que não conseguiu chegar aos níveis da Red Bull. Mesmo para chegarem aqui tiveram de alterar asa da frente e por aí a fora para compensar. Acho que foi precisamente por não conseguir chegar aos níveis da Red Bull que este sistema funciona melhor para a Mercedes

2fast4u
2fast4u
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

A Mercedes levantou a traseira mas penso que não conseguiu chegar aos níveis da Red Bull. Mesmo para chegarem aqui tiveram de alterar asa da frente e por aí a fora para compensar. Talvez por isso se explique que funciona melhor no Mercedes.

can-am
can-am
2 anos atrás

Se fosse a Red Bull a fazer isto será que seria legal à mesma ? Os campos inclinados são viçosos !

MurrayWalker
Reply to  can-am
2 anos atrás

O disparate é cada vez mais presente.
Quase todas as equipas o fazem há mais de uma década. A Mercedes apenas extremou um pouco mais o conceito.

https://www.youtube.com/watch?v=iv92F6ElPS8

bastos76
bastos76
Reply to  MurrayWalker
2 anos atrás

O problema está no fato de que a aplicação extrema da Mercedes deixou muito claro que a intenção é apenas aerodinâmica.
Quando foi conveniente a F1 baniu sistema que, ainda que não alterasse a configuração das asas, também tinha finalidade aerodinâmica e era móvel.
https://www.autosport.com/f1/news/banned-f1-tech-renaults-confidence-inducing-damper-solution-4982787/4982787/

MurrayWalker
Reply to  bastos76
2 anos atrás

Os amortecedores de massa não foram banidos por serem uma peça aerodinâmica. Foram banidos porque eram uma ameaça à Ferrari.

Qual era mesmo o contacto que os amortecedores de massa tinham com o ar? para serem considerados um dispositivo aerodinâmico.

RedDevil
RedDevil
Reply to  MurrayWalker
2 anos atrás

Antes de tecer esses comentários… deve-se informar melhor… o sr. nem deve saber o que são os “amortecedores de massa”… e também não sabe o que é “aerodinâmica”…

MurrayWalker
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

Nesse caso conto com a sua preciosa ajuda para me explicar dois pontos essenciais. O que são amortecedores de massa? Mais especifamente os utilizados pela Renault F1 na temporada de 2006. E Já agora, qual era a localização desses mesmos amortecedores no chassis do R26.

E sobretudo, o que é aerodinâmica. É que eu na minha absoluta ignorância, julgava que seria o movimento do ar, particularmente, a sua interação com um objeto sólido.

RedDevil
RedDevil
Reply to  MurrayWalker
2 anos atrás

Os “amortecedores de massa” eram um sistema com um peso de cerca de 10kG que se movia linearmente na direcção vertical e que amortecia os movimentos (verticais) do nariz do carro… tinha um efeito semelhante aos pêndulos montados nos arranha-céus para reduzir a oscilação do edifício, os navios de cruzeiro também têm um sistema de inércia semelhante para conforto dos passageiros… A Renault começou por montar um no nariz do carro com grande sucesso… tentaram montar na traseira mas devido ao maior peso desta e menor tendência para oscilar, não era tão efectivo como o frontal… A associação à aerodinâmica… Ler mais »

MurrayWalker
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

2006 foi precisamente no ano que criei conta neste forúm e isso foi falado vezes sem conta por aqui. Eu julgava que o meu caro iria passar novos factos sobre o assunto. Afinal não… Mas falta a parte da aerodinâmica. Estranho a razão de o meu caro, responder apenas parcialmente às minhas perguntas. Mas na minha ingeniudade vou voltar a perguntar. Qual era a localização dos amortecedores de massa no R26 e qual o seu contacto com o ar, para serem classificados como dispositivos aerodinâmicos? Pensado eu (estupidamente) ser conhecedor da localização dos mesmos no R26. Assim (pasme-se) como a… Ler mais »

RedDevil
RedDevil
Reply to  MurrayWalker
2 anos atrás

Já escrevi isso uma vez… veja a resposta antes desta… “Os “amortecedores de massa” eram um sistema com um peso de cerca de 10kG que se movia linearmente na direcção vertical e que amortecia os movimentos (verticais) do nariz do carro” “A Renault começou por montar um no nariz do carro com grande sucesso… tentaram montar na traseira mas devido ao maior peso desta e menor tendência para oscilar, não era tão efectivo como o frontal…” “A associação à aerodinâmica vem do facto de manter a asa frontal sempre “quieta” independentemente das irregularidades da pista… o que permitia ter uma… Ler mais »

Last edited 2 anos atrás by RedDevil
MurrayWalker
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

O meu caro não vai lá não. Vir para aqui dar explicações e colocar citações não lhe adianta de nada. Porque não me está a ensinar nada. As minhas fontes são as mesmas que as suas. É que LOL para si também. Tudo o que está por baixo do capot motor, é construído e arrumado de forma a proporcinar os maiores ganhos aerodinâmicos possíveis. Como nenhum destes componentes internos está em contacto com o ar exterior. Tal como os amortecedores de massa não estavam, porque a sua colocação era no interior do bico do carro. Como é que podem ser… Ler mais »

RedDevil
RedDevil
Reply to  MurrayWalker
2 anos atrás

As suas “fontes” não são as mesmas que as minhas… garantidamente… as minhas fontes foram 5 anos no IST…
As tais “citações” são minhas… escritas por mim… e até podia fazer um desenhos e apresentar as equações da “coisa”… mas este espaço não tem lugar para isso…
E dou por terminada esta arenga…

MurrayWalker
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

E lá está. A perguntar ficou por responder, apesar de tanta experiência

RedDevil
RedDevil
Reply to  MurrayWalker
2 anos atrás

Vou abrir uma excepção… normalmente não volto com a palavra atrás…
Outra vez a mesma coisa?
Respondi-lhe a tudo… está nos comments anteriores…
“A associação à aerodinâmica vem do facto de manter a asa frontal sempre “quieta” independentemente das irregularidades da pista… o que permitia ter uma downforce sempre “estável”…”
Era um efeito semelhante à suspensão activa…
O sr. não percebe os conceitos e depois não há resposta que o satisfaça…
A equipa da RB (que é quem perde mais com isso) não tem dúvidas que é legal… mas o sr. acha que tem razão…

MurrayWalker
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

Nunca estivemos a falar da legalidade da suspensão da Mercedes. Estivemos, sempre a discutir se os amortecedores de massa eram um dispositivo aerodinâmico. Se consideram como dispositivo algo que está no interior do carro. Têm de ser coerentes e considerar todos os outros componentes que são produzidos a pensar em ganhos aerodinâmicos, que também estão no interior do carro e sem qualquer contacto com o exterior, como dispositivos aerodinâmcios. Estariam todos ilegais. A ilegalização dos amortecedores de massa, foram claramente um decisão política e não regulamentar. Ao bom jeito, do que se fazia à época com o alto patrocínio de… Ler mais »

RedDevil
RedDevil
Reply to  bastos76
2 anos atrás

Só que se está a esquecer de uma coisa… os “amortecedores de massa” não eram componentes da suspensão… era um sistema independente… eram amortecedores de inércia que mantinham a frente do carro “quieta” mesmo com ressaltos…
E foi devido a ser um sistema independente que foi proíbido… tal como o DAS …
No caso da Mercedes… não há componentes novos… é apenas trabalhar com a cinemática da suspensão e com a constante de rigidez das molas…

bastos76
bastos76
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

Seu argumento poderia ser bom, se a FIA não tivesse banido o FRIC, suspensão interconectada, usando o mesmo artigo do regulamento que proíbe partes aerodinâmicas móveis: https://www.autosport.com/f1/news/formula-1s-fric-suspension-systems-set-to-be-banned-by-fia-5050989/5050989/
‘Ele proíbe qualquer parte do carro que influencie a aerodinâmica que não seja “rigidamente fixada à parte inteiramente suspensa do carro (rigidamente fixada significa não ter nenhum grau de liberdade)”.’
Mas, a RedBull tem se esquivado de apontar a ilegalidade do sistema. Talvez ela mesma já tenha algo parecido funcionando em seu carro e não queira a FIA investigando por todo o grid.

RedDevil
RedDevil
Reply to  bastos76
2 anos atrás

Não há qualquer semelhança com o FRIC…
O FRIC é um dispositivo à parte da suspensão “normal”… conecta a suspensão dianteira à traseira, condicionando o comportamento de uma em função da outra…
No caso da suspensão da Mercedes… não há dispositivos novos… é apenas “opção de design” dos elementos que compõem a suspensão…

bastos76
bastos76
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

Se não fui claro, vou tentar me expressar melhor. Não disse que a suspensão da Mercedes era uma suspensão FRIC, mas que, assim como a FRIC, ela tem comportamentos/ajustes que são voltados exclusivamente para ganhos aerodinâmicos. Ou seja, é sim uma parte móvel que não está “rigidamente fixada à parte inteiramente suspensa do carro (rigidamente fixada significa não ter nenhum grau de liberdade)”. De maneira diferente, mas fere o esmo artigo da mesma forma.
Mas essa é somente a MINHA opinião.

RedDevil
RedDevil
Reply to  bastos76
2 anos atrás

Não… tudo o que a Mercedes fez foi nas partes móveis da suspensão e têm mesmo que ser móveis… as molas são elementos que se deformam… os braços e rótulas da suspensão também têm que se mover…
O sr. têm de procurar informação para entender isto…
Por exemplo… uma mola ligada a uma rótula tem um comportamento variável… tanto pode ficar “mais rígida” ou “mais flexível”… depende do grau de rotação da rótula…
Para se entender este comportamento do Mercedes é preciso ter alguns conhecimentos de física… e também é preciso alguma agilidade mental…

bastos76
bastos76
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

O comportamento da suspensão do carro da Mercedes eu entendo bem. O que não entendo é sua falta de respeito. Há também que se ter agilidade mental para suportar uma discordância de ideias.

Last edited 2 anos atrás by Fabiano Bastos das Neves
RedDevil
RedDevil
Reply to  bastos76
2 anos atrás

Se entende… então qual é a dúvida?
É tudo feito nos elementos “convencionais” da suspensão… não são necessários “dispositivos” novos para obter aquele efeito…
PS – Não tenho “agilidade mental” para aceitar que alguém diga que 1+1=3… Em física e matemática não há “opiniões”… ou percebe-se ou não… também me dava jeito que aquilo fosse ilegal… mas não é…

917/30
2 anos atrás

Para os interessados aqui fica um link onde está tudo bem explicado.
https://www.youtube.com/watch?v=HFDGz7afFKw

Last edited 2 anos atrás by Haters...coisa mais estúpida não há!
RedDevil
RedDevil
Reply to  917/30
2 anos atrás

LOL… ninguém te responde…
È muito simples… não conseguem perceber….
Também costumo ver esse canal…
Já agora… aproveitem e vejam o video que ele tem sobre molas de F1…

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
2 anos atrás

Olha, os mesmos que choram quando a RB é extrutinada e que “as regras deviam ser menos rígidas e haver menos penalizações” são os mesmo que agora dizem que as regras deviam ser mais rígidas e a Mercedes receber penalizações e bans. hahahaha

Sobre o porquê de ser legal, basta procurar, têm vários vídeos a explicar como funciona o sistema e porque não é um sistema de aerodinâmica móvel. Mas fico com a impressão de quem se queixa não quer perceber e apenas vender fumo. lol

2fast4u
2fast4u
2 anos atrás

É de saudar a existência dos artigos do Jorge Girão (parabéns Autosport)!!!
Finalmente discutem-se aqui temas interessantes para quem gosta destes pormenores que fazem a F1, e não de novelas.
É esta genialidade dos engenheiros aliada à maestria e paixão dos pilotos que nos fazem amar este desporto

RedDevil
RedDevil
Reply to  2fast4u
2 anos atrás

O problema é que muitos não querem perder tempo a perceber as coisas… mas para “abrir a boca” estão sempre prontos…

2fast4u
2fast4u
2 anos atrás

A Mercedes tem vindo a levantar a traseira do carro, aproximando-se ao Red Bull na filosofia de high rake. Com isto a diferença em certos circuitos baralhou-se. Ambos procuraram formas de compensar o aumento do arrasto provocado pela afinação. A Red Bull pensou nas asas flexíveis. Na Mercedes foi a suspensão. Tudo parte do jogo

Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
2 anos atrás

Tanto comentário e ninguém vê fórmula um há vinte anos sequer.

Pois se vissem sabia que a Williams há quase vinte anos não andava de Renault nem a mclaren de Honda.

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