Fórmula 1: O que correu mal para Ricciardo na McLaren?

Por a 24 Agosto 2022 19:25

Daniel Ricciardo e a McLaren anunciaram a rescisão formal do contrato para 2023, com acordo entre ambas as partes. Desta forma, coloca-se um ponto final a dois anos muito difíceis para o experiente piloto australiano com a equipa de Woking.

Poucos eram aqueles que pensavam que a relação entre Daniel Ricciardo e a McLaren iria acabar desta forma, tão prematuramente. O australiano chegou à equipa em 2021, abandonando a Renault, após uma época bastante positiva onde terminou em 5º na classificação de pilotos. Portanto a contratação foi vista como um grande feito para a McLaren, que viu Carlos Sainz Jr. sair para a Scuderia Ferrari.

Porém, Ricciardo apresentou de imediato fortes dificuldades ao se adaptar à nova filosofia do MCL35, que foi gradualmente corrigida e levou à sua icónica vitória em Monza, momento mais marcante da sua passagem pela equipa britânica. A McLaren conseguiu mesmo arrecadar o único P1-P2 da temporada no Grande Prémio de Itália, numa corrida para mais tarde recordar.

Tudo fazia prever que, após a vitória de Daniel Ricciardo, o rumo das suas performances pela McLaren iam finalmente tomar um rumo positivo, dando seguimento ao grande resultado. No entanto, as dificuldades não só continuaram, como se aprofundaram na segunda metade da época. Após 14 corridas em 2021, Ricciardo tinha 83 pontos e tinha terminado no top-10 por dez ocasiões, porém, nas últimas oito corridas do ano, Ricciardo só conseguiu somar pontos em três ocasiões, terminando com 115 pontos, menos 45 que o seu colega de equipa Lando Norris.

Este ano, o registo tem sido ainda mais desastroso. Até ao momento, Ricciardo tem apenas 19 pontos em 13 corridas, ocupando o 12º posto da classificação, ao passo que Norris soma 76 pontos e está em 7º lugar. Em meio ano Ricciardo, tem menos 57 pontos que o seu colega de equipa, algo impensável no início de 2021.

Então porque é que Ricciardo teve tantas dificuldades com a McLaren durante os últimos dois anos?

Embora tenhamos novos regulamentos em 2022, muitas das características do MCL35M, que tornaram a sua pilotagem tão difícil no ano passado, passaram também para a presente temporada. O MCL36, tal como o MCL35M, destaca-se nas curvas de alta velocidade, mas não tanto em curvas de velocidade média.

Ricciardo acabou por se deparar com as mesmas dificuldades que encontrou no ano passado com o MCL36, e o carro nunca foi o ideal para o estilo de pilotagem do australiano. Lando Norris, por exemplo, está muito mais à vontade.

“Os regulamentos fazem o carro parecer diferente, mas o seu ADN continua a ser muito semelhante”, disse Ricciardo à Motorsport.com numa entrevista antes das férias de verão, antes de rescindir contrato com a equipa. “Algumas das dificuldades com que me debati ainda estão neste carro”.

As duas últimas épocas de Ricciardo não retiram valor ao piloto que ele é, venceu oito corridas na sua carreira com o carro que não era o mais forte da grelha e é o único piloto da McLaren que venceu uma corrida na última década.

A relação entre Daniel Ricciardo e a McLaren foi um falhanço, mas há que erguer a cabeça e seguir em frente.

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