Fórmula 1: 6 nomes sob pressão em 2023

Por a 3 Março 2023 10:20

Na Fórmula 1 não existem ninguém que não esteja sob pressão, essa é a natureza da categoria, mas alguns nomes estarão dentro de uma ‘panela de pressão’ que poderá estourar já este ano.

Toto Wolff

O austríaco nunca esteve verdadeiramente na situação em que está presentemente – pressionado para colocar a Mercedes a vencer.

Quando chegou à formação de Brackley, em 2013, esta estava em ascensão e um ano depois impôs o seu poder ao longo de oito anos – o mais longo período de domínio de uma equipa.

O ano passado a Mercedes falhou completamente a entrada do novo regulamento, apresentando um carro com um conceito completamente diferente dos de mais, que manteve para este ano, contando a equipa ter resolvido os problemas que se revelaram em 2022.

As primeiras indicações não são positivas, parecendo a Mercedes ser, presentemente, a terceira força em pista incomodada pela Aston Martin, que é uma cliente das unidades de potência do construtor germânico.

Wolff não tem o seu lugar em risco, como Mattia Binotto teve o ano passado, dado ser um dos accionistas da estrutura, mas com a crescente debandada de técnicos da Mercedes para a outras equipas, o austríaco tem de estancar rapidamente a deriva de insucesso em que a estrutura da marca de Estugarda está sob pena de vermos a antiga dominadora ficar sem forma de se bater por campeonatos ao longo do actual ciclo regulamentar, que termina no final de 2025.

Zak Brown

O chefe de equipa da McLaren está este ano numa posição incómoda…

Pelo segundo ano consecutivo a equipa de Woking entra na temporada em dificuldades, com uma bateria de testes, novamente em Sakhir, a demonstrar as debilidades do seu monolugar.

Os responsáveis da McLaren apontam que o conceito do MCL60 não é o mais correcto para o seu desenvolvimento e, ainda por cima, não foi alcançado o objectivo de eficiência aerodinâmica traçado para o defeso. Tudo isto demonstra que os procedimentos de concepção em Woking não são os mais eficazes, levando a que a equipa assuma caminhos que não são os mais correctos, como se pôde ver o ano passado e já se viu nos testes desta pré-temporada.

Com a McLaren envolvida em diversas competições para lá da Fórmula 1 – IndyCar, Fórmula E, GT3 e Extreme E – questões começam-se a levantar sobre o foco da estrutura no seu programa da categoria máxima, sendo Brown o responsável máximo por todo grupo, tendo que prestar contas aos accionistas, sendo os maioritários, a Mumtalakat, oriundos do Bahrein, onde tudo aponta que vejam uma performance medíocre da sua equipa.

Oscar Piastri

Chegar à Fórmula 1 é o Sant Graal da grandíssima maioria de jovens pilotos que militam nas fórmulas de promoção e muitos deles fariam tudo para um dia estar aos comandos de um dos vinte monolugares mais rápidos do mundo.

Posto isto, não é de estranhar que o jovem australiano, depois de um título na Fórmula 2 que o deixou fora de competição em 2022, tenha tomado o seu destino nas suas próprias mãos, sabendo que a Alpine, que investiu massivamente na sua carreira, não tinha um lugar para lhe oferecer para esta época no quadro que se desenhava a meio do ano passado.

Porém, Piastri acabou por se envolver num imbróglio que se centrava nele e tinha como outros protagonistas a Alpine e a McLaren, acabando por defender as cores desta na época que se avizinha.

Num mundo tão competitivo como a Fórmula 1, é preciso agarrar as oportunidades com as duas mãos quando estas surgem, o que foi feito por Piastri, mas a guerra que catalisou acaba por o deixar com um peso enorme sobre os seus ombros, sendo obrigado a mostrar resultados para justificar as suas acções perante um Lando Norris que está completamente à-vontade no seio da McLaren.

Yuki Tsunoda

O japonês vai este ano para a sua terceira temporada na categoria máxima e, depois de dois anos em que demonstrou uma performance errática, em 2023 terá que mostrar serviço, sob pena de ver a sua presença na AlphaTauri e, por conseguinte, da Fórmula 1 terminada.

Tsunoda terá ao seu lado um ‘rookie’, mas Nyck de Vries não é um estreante qualquer, tendo muita experiência em diversas categorias para além de ter sido terceiro piloto da Mercedes, o que lhe permitiu pilotar os ‘Flechas Prateadas’ e o Williams, com o qual se estreou na Fórmula 1 com pontos, no Grande Prémio de Itália.

Os responsáveis da AlphaTauri já se mostraram muito impressionados pela postura do holandês, o que contrasta com a de Tsunoda que, normalmente, envolve mais gritar que realizar comentários construtivos.

Com duas temporadas às costas, se o japonês não dominar o seu novo colega de equipa, dificilmente poderá estender a sua presença na Fórmula 1, até porque este ano a Red Bull tem alguns jovens interessantes na Fórmula 2.

Frédéric Vasseur

O francês chegou a Maranello demasiado tarde para poder ter qualquer palavra a dizer sobre o carro que este ano Charles Leclerc e Carlos Sainz terão à sua disposição, na verdade é um produto da gestão de Mattia Binotto, mas existem aspectos em que terá de mostrar o seu impacto.

Um deles será a capacidade estratégica da Ferrari, que o ano passado deixou algo a desejar em algumas situações que, na verdade, não eram fáceis.

Vasseur já realizou algumas alterações na equipa de estrategas, tendo o seu chefe de 2022, Iñaki Rueda, mudado de funções, passando a ficar em Maranello na sala de operações, ao passo que Ravin Jain foi promovido, passando a liderar as operações em pista.

Outro aspecto em que o francês terá de mostrar melhorias é a gestão da relação com os pilotos, depois de no ano passado se ter visto por diversas vezes a Ferrari a não privilegiar Leclerc, quando era claro que o monegasco era o único piloto capaz de poder contrariar a caminhada de Max Verstappen para o título.

Vasseur, caso seja necessário, terá de se impor e apontar um piloto para lutar pelo ceptro, remetendo o outro a papel de ajudante, algo que nunca foi feito por Binotto.

Outra questão que tem de resolver é a manutenção de Leclerc na equipa para lá de 2024, ano em que termina o seu contrato, havendo rumores que o colocam na Mercedes na temporada seguinte.

Para já, Vasseur ainda goza a sua ‘lua de mel’, mas a falha em, pelo menos, uma destas questões rapidamente o colocará na mira dos ‘tifosi’ e dos media italianos… Mais que a eventualidade do SF-23 não ser competitivo.

Lance Stroll

O canadiano disputa este ano a sua sétima temporada na Fórmula 1, o que, apesar dos seus 24 anos, é mais que muitos pilotos com potencial conseguem ao longo da sua carreira.

Apesar de 123 Grandes Prémios disputados, Lance Stroll não mostrou ser um piloto de ponta consistentemente – todos os anos faz ‘umas flores’, mas sem nunca conseguir mostrar-se como um potencial Campeão do Mundo.

Até agora, o canadiano nunca teve um colega de equipa com o ‘killer instinct’ e a capacidade de estar sempre no máximo como Fernando Alonso, que este ano estará ao lado de Stroll.

Para já, o facto de ter falhado os testes de inverno não o ajuda, deixando-o em desvantagem para o espanhol que já sonha com pódios, depois das boas indicações dadas nos testes de Sakhir, mas isso até pode ser benéfico para o canadiano, que tem uma desculpa.

Mas como se sentirá Stroll se, ao longo da temporada, for compreensivamente batido por Alonso?

Existem já alguns relatos de que Stroll poderá estar a perder o interesse na Fórmula 1, porém, dificilmente perderá o seu lugar, se não o quiser.

Mas quererá o canadiano continuar na categoria máxima do desporto automóvel apenas porque é filho do patrão depois de ser dizimado por Alonso?

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2 Comentários
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Jose Marques
Jose Marques
1 ano atrás

O caso da Mclaren realmente começa a ser penoso para qualquer adepto da equipa e mesmo da F1. Começo realmente a pensar se a saída do Seidl não teve a ver com o fato de ele não ter concordado com o rumo que a Mclaren estava a tomar.
Já sao muitas as desculpas e os argumentos quase sempre os mesmos.

Last edited 1 ano atrás by Jose Marques
canam
canam
1 ano atrás

A Mclaren foi outrora um grande, enorme da F1 e por muito tempo, mas veio para baixo e está a ter muita dificuldade em de lá sair. Mas esta Mclaren pouco ou nada tem a ver com a Mclaren de Ron Dennis e de Senna /Prost e Ca. Tal como essa Mclaren também pouco teve a ver com a inicial Mclaren dos fundadores da marca. A Ferrari está sempre no topo independentemente de quem lá estiver, salvo raríssimas exceções. A Mercedes dominou a F1 por um tempo nunca visto, e capitaliza o fator Hamilton em coisas que ultrapassam a F1… Ler mais »

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