Fórmula 1: 5 histórias que correm no paddock

Por a 6 Julho 2023 14:45

Inúmeras conversas passaram pelo paddock durante o Grande Prémio da Áustria, tendo a Red Bull, a Mercedes, Christian Horner e Toto Wolff sido temas dominantes…

Ferrari perde técnicos de motores

As contratações de técnicos é uma atividade comum na Fórmula 1, mas quando se fala de técnicos de motores, normalmente, existe um maior secretismo, mas em Spielberg ficou a saber-se que a Ferrari perdeu dois membros da sua divisão de unidades de potência.

Com os novos motores a entrar em funções em 2026, os construtores estão agora em fase de projeto das suas unidades, sendo esta uma das fases mais importantes da sua existência.

A Ferrari tem, unanimemente, o melhor V6 turbohíbrido, sendo natural que as suas rivais procurem técnicos com conhecimento do que se passa na unidade de potência italiana.

A Mercedes e a Red Bull foram às compras a Maranello e conseguiram assegurar os serviços de um técnico cada uma.

No caso da marca da estrela de três pontas, contratou Emanuele Guidotti, um especialista em turbos e simulação, que esteve na ‘Scuderia’ ao longo de nove anos.

O engenheiro italiano já terminou o seu ‘período de nojo’ e está já na Mercedes High Performance Powertrain, onde encontrou Lorenzo Sassi, a força motriz por detrás da sua contratação.

A Red Bull conseguiu seduzir Angelo Rosetti, tendo este sido disputado pela estrutura liderada por Toto Wolff.

O transalpino esteve ao serviço da Ferrari ao longo de doze anos nas funções de especialista de fluídos e combustão, tendo um conhecimento profundo das câmaras de combustão da actual unidade de potência da ‘Scuderia’, que se diz terem uma tecnologia inovadora.

A equipa de Maranello, com a perda destes dois nomes, não terá perdido capacidade, mas viu o seu conhecimento em diversas áreas fluir para as suas rivais, uma situação normal na Fórmula 1.

Wolff e Horner de candeias às avessas (outra vez)

Toto Wolff e Christian Horner voltaram a entregar-se a uma guerra de palavras, tendo agora como assunto o novo regulamento de motores que entrarão em vigor em 2026.

A Red Bull está ainda a edificar a sua divisão de motores enquanto concebe a unidade de potência para o próximo ciclo regulamentar, que receberá o nome da Ford.

Os novos motores terão a sua potência dividida a meio entre a gerada pela unidade de combustão interna e a eléctrica, o que segundo Horner será um problema.

O inglês infere que, com esta relação, os V6 poderão ser apenas geradores de energia para os motores eléctricos, levando a que os pilotos em alguns circuitos, como por exemplo Monza, tenham de reduzir uma velocidade para que possam carregar as baterias.

Horner apontou que isto deveria ser alterado no regulamento, e dar mais importância ao motor de combustão interna, mas foi rapidamente confrontado por Wolff, que apontou que a Red Bull estava a ter dificuldades em conceber o seu primeiro motor e estava a tentar alterar o regulamento para suprir os seus problemas.

Mais tarde, o inglês retorquiu, apontando que o seu rival não pensa na saúde do campeonato, mas antes dos seus interesses, apenas e só.

Sergio Pérez em risco?

Pela quarta vez consecutiva, Sergio Pérez não conseguiu chegar à Q3, tendo durante a qualificação para o Grande Prémio da Áustria violado os limites da pista ao longo de todo o segundo segmento, o que o atirou para o décimo quinto posto da grelha de partida.

No final da tarde de sexta-feira foi possível ver Christian Horner bastante agastado com a performance do seu piloto, sublinhando que, sem ter dado o máximo na Q2, poderia ter passado facilmente à fase seguinte e o que o mexicano não tinha jogado bem estrategicamente, colocando-se, uma outra vez, numa situação difícil.

O chefe de equipa da Red Bull chegou a mesmo a colocar em questão a veracidade da indisposição que Pérez sofreu nos dias que antecederam o fim-de-semana austríaco e, segundo o piloto, se arrastaram até sábado.

A incapacidade do mexicano em aproveitar a ‘nave espacial’ que tem ao seu dispor está a deixá-lo numa situação difícil no seio da equipa e o facto de Daniel Ricciardo realizar um teste de pneus para a Pirelli após o Grande Prémio da Grã-Bretanha está a alimentar os rumores de que poderá ser substituído, até porque Helmut Marko admitiu estar interessado em perceber qual o nível actual do australiano.

Pérez tem contrato com a Red Bull até ao final do próximo ano e será muito difícil que seja substituído esta temporada, mas se não melhorar, o seu lugar na próxima época poderá estar em risco, dado que seguramente haverá opções do lado da equipa para terminar o acordo antes do seu final.

Nyck De Vries no fio da navalha

O lugar de Nyck de Vries na AlphaTauri está tudo menos seguro e a possibilidade de perder o seu volante este verão são grandes, caso não melhore significativamente até ao final do presente mês.

No Red Bull Ring o neerlandês esteve mais próximo de Yuki Tsunoda, tanto em qualificação como em corrida, mas nem por isso os rumores sobre a sua saída amainaram.

Segundo os boatos no paddock de Spielberg, a opção preferida pelos responsáveis da Red Bull para substituir de Vries será Liam Lawson, que presentemente está a competir na Super Formula, no Japão, estando envolvido na luta pelo ceptro.

O neozelandês já testou pela Red Bull e pela AlphaTauri, em treinos de sexta-feira, e impressionou ambas as equipas.

Apesar de ter sido preterido no confronto com de Vries para assegurar o lugar deixado vago por Pierre Gasly, Lawson poderá ser o último a rir, caso o neerlandês não melhore as suas performances até ao início das férias de verão.

Os limites de pista

O número de penalizações e de voltas apagadas devido infracções dos limites da pista atingiram um recorde inaudito no Red Bull Ring, tendo inúmeros pilotos perdido tempos durante as qualificações, ao passo que na corrida a classificação oficial foi alterada horas depois da bandeira de xadrez, com impacto profundo na ordem dos dez primeiros.

Segundo algumas vozes em Spielberg, os pilotos foram apanhados pelos novos métodos da FIA para policiar a questão dos limites da pista, havendo no passado ocasiões em que os transgressores não eram detectados, o que não aconteceu no fim-de-semana passado, tendo todas a situações sido anotadas para depois serem ‘julgadas’.

Porém, a quantidade de infracções apanhou desprevenida a FIA, que admitiu que não tinha recursos humanos para analisar todas as situações, o que levou a que algumas das penalizações tenham sido dadas depois do final da corrida.

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