Fórmula 1: 5 Histórias do Paddock

Por a 15 Março 2024 16:17

O ‘caso Horner’ continua no centro das conversas do paddock, podendo as suas ramificações criar ondas de choque a diversos níveis.

Espião da FOM na FIA?

Neste momento estão a suceder muitas coisas na Fórmula 1, sendo um deles os diversos casos em que se vê envolvido o presidente da FIA.

Mohammed Bin Sulayem tem vindo a ser uma presença notada em praticamente todos os Grandes Prémios, havendo quem considere que aparece demais e, para além disso, se intrometa em demasia em assuntos que não lhe dizem respeito.

A entidade federativa nada tem a ver com a formulação do calendário, mas recentemente revelou que a Turquia deveria ser tido em conta para uma das próximas temporadas da categoria máxima, sendo este um dos exemplos mais recentes do tipo de atitude que desagrada profundamente à FOM, o grupo que gere os destinos comerciais da Fórmula 1 detido pela Liberty Media.

Este desagrado já vem de longe e tem tido diversos episódios, havendo rumores de que o funcionário da FIA que denunciou o comportamento de Bin Sulayem no caso do Grande Prémio da Arábia Saudita de 2023 e no da homologação do circuito de Las Vegas foi um funcionário da FOM colocado na FIA com o intuito de espiar as atividades do presidente desta.

O dito funcionário trabalhou na FOM de 2017 e Janeiro de 2023, tendo desde então ocupado um cargo de responsabilidade na FIA durante menos de um ano, tendo já regressado à FOM.

As conclusões são muito fáceis de fazer e Bin Sulayem deverá estar furioso com o sucedido.

Ferrari contrata na Red Bull?

A tempestade pela qual a Red Bull passa poderá não ter um reflexo, para já, nos resultados em pista, mas a médio-longo prazo a equipa de Milton Keynes poderá sofrer uma quebra de performance assinalável.

Um dia Ron Dennis comparou o paddock a um ‘clube de piranhas’ e é sabido que este peixe fluvial sul-americano quando sente sangue, ataca vorazmente – é isto que as equipas sentem do lado da Red Bull, sentem o ‘cheiro a sangue’ e estão a atacar com tudo para, no mínimo, destabilizar a estrutura de bandeira austríaca e, no máximo, fortalecerem-se.

Toto Wolff já mostrou que está disposto a tudo para conseguir o concurso de Max Verstappen a partir do próximo ano, o que seria um golpe de mestre, depois da saída de Lewis Hamilton para a Ferrari, mas também a ‘Scuderia’ está a olhar para a Red Bull com voracidade.

Apesar de não admitir abertamente, Fred Vasseur não nega que está interessado em seduzir Adrian Newey e Pierre Waché, dois dos grandes obreiros do sucesso da equipa de Milton Keynes, sendo no fundo o mestre e o aprendiz, mas não ficam por aqui os desejos do francês.

O chefe de equipa da Ferrari está, igualmente, a tentar contratar técnicos de segunda linha, que não tem nomes sonantes, mas são preponderantes para a capacidade técnica que a formação liderada por Horner tem vindo a evidenciar.

Vasseur tenta, desta forma, encontrar técnicos descontentes com a situação vivida presentemente na Red Bull para fortalecer a Ferrari.

Horner vai sobrevivendo, mas…

Christian Horner continua como chefe de equipa da Red Bull Racing e CEO da Red Bull Technology, mas isso poderá mudar a breve prazo.

Ficou evidente que o inglês está na barricada posta à de Max Verstappen, que ficou do lado de Helmut Marko quando este correu o risco de ser suspenso, sendo o seu trunfo manter Adrian Newey na equipa. No entanto, segundo os rumores, o inglês distanciou-se do Horner, podendo este sofrer novo rude golpe.

O grande defensor de Horner é Chalerm Yoovidhya, que detém 51% das acções da Red Bull GmbH, tendo sido o tailandês que contrariou a vontade do braço austríaco em demitir o chefe de equipa da formação de Milton Keynes.

Porém, no domingo de Jeddah terá havido uma reunião entre Yoovidhya, Oliver Mintzlaff, responsável pelos projetos corporativos e investimentos, e Franz Watzlawick, que lidera o braço dos produtos.

Watzlawick não é uma presença assídua na Fórmula 1, mas deu-se ao trabalho de ir a Jeddah para explicar a Yoovidhya que a continuidade de Horner na equipa pode prejudicar as vendas de bebidas energéticas, sobretudo no Estados Unidos da América, o maior mercado da Red Bull.

Sabendo que todos são muito sensíveis ao vil metal, não será de estranhar que o tailandês possa mudar de opinião nas próximas semanas e deixar cair Horner.

CEOs foram a Jeddah para aguentar Verstappen

O ‘caso Horner’ pode levar à implosão da Red Bull, tais as suas ramificações que entroncam na guerra aberta pelo poder da equipa, com fações que opõem o inglês ao grupo austríaco, onde se encontra Helmut Marko, assim como os Verstappens.

Em Jeddah, o consultor austríaco esteve no centro do caso, tendo sido investigado devido a ser considerado o autor das fugas de informação, o que levou a que Max fizesse questão de fazer saber que, sem Dr. Marko na equipa, ele também iria procurar outra ‘casa’ – uma manifestação de apoio que nunca realizou acerca de Horner.

A saída do Tricampeão Mundial é de tal forma levada a sério pela Red Bull, que Oliver Mintzlaff e Franz Watzlawick estiveram em Jeddah para assegurar a Verstappen que a equipa de Milton Keynes manteria todas as condições para que ele pudesse cumprir o seu actual contrato, que termina em 2028.

Isto significa que Dr. Marko continuará na equipa, no que é uma derrota para Horner que queria se ver livre do ex-piloto austríaco.

McLaren pode estar à venda

De acordo com os rumores que circulam no paddock, o McLaren Group pode colocar à venda a McLaren Automotive.

A empresa de carros de estrada da marca de Woking tem vindo a ter dificuldades desde o início da pandemia da COVID-19, criando alguma pressão em todo grupo, que tem na equipa de Fórmula 1 um dos seus ativos mais valiosos.

Na verdade, as duas estruturas são independentes, fazendo parte de um grupo, mas os acionistas, cujo maioritário é a Mumtalakat, o fundo do governo do Bahrein, parece agora interessado em desfazer-se da divisão de carros de estrada, o que poderia fortalecer as atividades de corridas, que agora passam pela Fórmula 1, IndyCar, Fórmula E e Extreme E, podendo ingressar também no WEC com um Hypercar.

Segundos os boatos, Elon Musk seria o grande interessado em comprar a McLaren Automotive, para dessa forma ter acesso a uma marca que lhe permitiria fazer carros muito mais apelativos que os Tesla.

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