Fórmula 1: 10 lições do GP do Bahrein

Por a 21 Março 2022 16:06

Por Pedro André Mendes e Fábio Mendes

Ferrari muito forte

Confirmaram-se as previsões e a Ferrari está de facto muito forte. Excelente ritmo de corrida para Charles Leclerc, com Carlos Sainz a ter mais dificuldade em acompanhar o seu colega, no entanto, sempre com o pódio à vista. O F1-75 nasceu muito bem e as primeiras indicações são muito positivas. Vitória, volta mais rápida e pole na primeira corrida do ano. A Ferrari não podia pedir melhor. Mas desengane-se que este resultado aponta para uma nova hegemonia. As diferenças são demasiado curtas e os desenvolvimentos vão chegar depressa.No entanto, a Ferrari tem aqui uma oportunidade de ouro para se afastar da concorrência nas primeiras corridas.

Red Bull perto da Ferrari

A Red Bull, apesar dos problemas de peso a mais, mostrou que tem um monolugar pronto para a luta com a Ferrari. Melhor, tem um chassis pronto para a luta, já a unidade motriz terá de ser analisada para entender o que realmente se passou com os três motores que não chegaram ao fim. Apenas uma unidade motriz viu a bandeira de xadrez, em quatro, o que dá uma percentagem demasiado baixa. Mas tirando esse “pormenor”, a Red Bull tem argumentos para lutar na frente e a luta Leclerc vs Verstappen já começa a entusiasmar. Talvez possamos ter um 2022 tão intenso quanto 2021.

Mercedes longe do topo, mas com bom jogo de equipa

Estávamos demasiado habituados a ver a Mercedes sempre no topo, mas no Bahrein, os Flechas de Prata tiveram de se contentar em minimizar os danos, o que conseguiram com sucesso. O pódio de Lewis Hamilton foi inesperado, mas foi um prémio para a corrida sólida da equipa que manteve o foco, apesar da falta de ritmo e soube aproveitar os deslizes da Red Bull. Nota também para a luta interna, com George Russell a não ficar demasiado longe de Hamilton, o que é um bom sinal para o futuro. Parece que a luta pelo top 5 é o melhor que a Mercedes pode ambicionar para já, o que não deve mudar nas próximas três ou quatro corridas.

Haas e Alfa Romeo surpreenderam com a fiabilidade

Já suspeitávamos que o ritmo de qualificação da Haas e Alfa Romeo era bom. A grande interrogação era a fiabilidade das máquinas. A corrida deu-nos a Haas e a Alfa Romeo em bom plano, com carros rápidos e acima de tudo suficientemente fiáveis para terminar a prova. Um excelente arranque para as duas estruturas que no ano passado não conseguiram sair do fim da tabela. Também as duplas de pilotos parecem estar bem e a dar boa conta de si neste começo de temporada.

Boa estreia de Zhou

Foi olhado de lado quando assinou pela Alfa Romeo, como sendo um piloto pagante. A bem da verdade, Oscar Piastri talvez fosse o jovem piloto que mais merecia o lugar este ano na F1, mas Zhou, apesar de não ser um predestinado, nunca foi mau piloto. Ontem, na sua primeira corrida, provou isso mesmo e conseguiu marcar os primeiros pontos, sendo o primeiro piloto chinês a conseguir tal feito. Um grande começo para Zhou que parece determinado em provar o seu valor.

Lance Stroll e Nicholas Latifi começaram mal

Lance Stroll e Nicholas Latifi não têm apenas a bandeira canadiana no fato de competição em comum. Os dois pilotos têm fama de estarem na Fórmula 1 apenas por terem o combustível certo, os dólares e com desempenhos como os da corrida do Bahrein não vão conseguir mudar a opinião dos adeptos.

Começando por Latifi, o piloto da Williams tinha uma bela oportunidade para brilhar na equipa e poder tornar-se o chefe de fila depois da saída de George Russell. É certo que tem Alexander Albon como companheiro de equipa, que não é um piloto qualquer, mas vem de um ano fora da Fórmula 1 e não conhece a equipa. Terminou apenas acima de Nico Hülkneberg, que estava apenas a fazer uma perninha à Aston, 

Lance Stroll conseguiu pelo menos bater os dois McLaren e os Williams. No entanto, e mesmo tendo em conta o monolugar da Aston Martin que parece claramente inferior à maioria dos outros carros – de tal ponto que há quem diga que a equipa de Silverstone está a planear uma versão B – o canadiano foi um dos 3 pilotos que teve à sua disponibilidade jogos de pneus novos. Dos 3 – Stroll, Daniel Ricciardo e Nico Hülkenberg – foi o que terminou mais acima na classificação, mas sem Sebastian Vettel na prova podia e devia ter mostrado mais. 

McLaren com muito trabalho pela frente

Sem dúvida que a corrida da McLaren foi uma das piores da história recente da equipa liderado por Zak Brown. Para além dos problemas nos travões deverão existir outros fatores. Há quem acredite que o chassis é bom e que resolvidos a questão dos travões os resultados aparecem. Fica apenas a dúvida se a equipa fez tudo o que podia para que os pilotos conseguissem terminar o mais à frente possível. 

A escolha de pneus no início da corrida foi a mais acertada? Red Bull e Mercedes pediram aos seus pilotos para não forçar muito o andamento nas primeiras voltas com os pneus médios, no entanto os dois pilotos da McLaren começaram a corrida com pneus novos deste composto. Perto do final da corrida, Lando Norris foi chamado à box para serem montados pneus macios novos e passado 4 voltas, aquando do Safety Car, foi chamado novamente para terminar com o mesmo composto, mas com um conjunto usado. No turno de condução anterior, Norris esteve 17 voltas com pneus duros. Foi a estratégia mais acertada para o piloto mais rápido da equipa?

A McLaren tem que procurar soluções para o monolugar, mas possivelmente também que acertar agulhas na estratégia. 

Tsunoda melhor que Schumacher

No particular entre pilotos no segundo ano na Fórmula 1, Yuki Tsunoda levou a melhor a Mick Schumacher, conseguindo pontos preciosos para a AlphaTauri, uma vez que Pierre Gasly abandonou. E com um monolugar que parece ser menos competitivo com o Haas, pelo menos nesta pista. Foi um bom começo de época para o piloto japonês, num circuito onde deu nas vistas no ano passado. 

Conseguiu dividir os dois pilotos da Alpine na classificação, conquistando 4 pontos e sendo o único piloto com motor Red Bull a terminar a corrida. 

Há um pequeno pormenor que tem de ser referido: Schumacher terminou a corrida sendo o piloto com os pneus macios mais antigos montados no carro, foi por isso uma presa fácil para alguns pilotos que terminaram acima na classificação.

Alpine no mesmo registo de 2021

Sétimo e nono para a equipa Alpine no final da primeira prova do ano não pode ser encarado como um mau resultado. Tendo em conta as interrogações que a Alpine levantou no final dos testes de pré-temporada, foi uma boa operação para a equipa no Bahrein. 

A experiência de Fernando Alonso deu novamente frutos. Conseguiu uma boa qualificação tendo em conta que bateu carros mais rápidos neste particular e em corrida teve alguns problemas de degradação de pneus que não permitiu retirar todo o potencial do carro, mas com a desistência de ambos os Red Bull, conseguiu entrar para os pontos.

Esteban Ocon, que em qualificação sentiu algumas dificuldades, esteve melhor na corrida. Mesmo com o toque em Schumacher e a consequente penalização, foi capaz de terminar no sétimo posto, à frente de Yuki Tsunoda e de Fernando Alonso. 

Conquistaram pontos importantes para o que se espera ser um pelotão muito compacto e sem muita margem de erro. 

Nova filosofia deu-nos o prometido

Foi apenas a primeira corrida do ano, mas podemos afirmar que o novo regulamento técnico permitiu mais emoção na corrida. Houve muita luta roda a roda e durante mais tempo, sem ser necessário recuar para poupar pneus, para além dos tempos destes monolugares, bem mais pesados, não ficarem tão longe dos da geração anterior. Um bom trabalho da FIA e da Fórmula 1.

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1 Comentário
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2 anos atrás

men of the day… Kevin Magnussen , apesar de ser um mal amado devido a os ter no sitio… fez uma grande prova…. s

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