Fórmula 1: 10 lições do GP de Singapura

Por a 3 Outubro 2022 15:28

Por Pedro André Mendes e Fábio Mendes

O regresso do Grande Prémio de Singapura deu-nos uma corrida entre o aborrecimento e o entusiasmo, com muito para analisar e debater. Venceu Sergio Pérez que para além de ‘Ministro da Defesa’, fica rotulado como um piloto especialista em circuitos citadinos. Escolhemos dez lições que aprendermos no fim de semana de Singapura.

Pérez é “da Street”

Sergio Pérez voltou a evidenciar-se num citadino, depois de ter mostrado qualidade em Jidá e ter vencido no Mónaco. Das quatro vitórias que conquistou na F1, três foram em circuitos citadinos. Um sinal de que o mexicano se dá bem com as exigências dos traçados temporários. Pérez sempre foi dos mais subvalorizados da F1 e, apesar de não ter os argumentos das grandes estrelas da F1, o seu talento não deve ser menosprezado.

Verstappen também falha

Afinal, Verstappen também falha. Depois de uma série impressionante de corridas em que esteve num nivel elevadíssimo, Verstappen teve daqueles dias em que mais-valia ter ficado em casa. Um mau arranque, erros que custaram caro e no final seis pontos no bolso o que, bem vistas as coisas, não é nada mal. O ritmo do RB18 foi demasiado forte para que outros o pudessem aguentar mais tempo, mas ainda assim, não conseguiu passar com tanta facilidade pelos adversários, olhando para a exigência do traçado. Foi uma corrida dura, pouco conseguida e talvez o ponto mais baixo da brilhante época do piloto neerlandês.

Pior corrida do ano de Hamilton

Singapura nao sorriu a algumas estrelas da F1. Fernando Alonso ficou apeado a meio da prova, Verstappen errou… Lewis Hamilton não quis ficar atrás e também rubricou uma exibição pobre. Demasiados erros para um campeão do calibre do #44, num fim de semana em que o potencial do Mercedes foi desperdiçado. Foi um “dia não” para Hamilton que reconheceu isso mesmo no final da prova. Os campeões também têm dias menos bons.

Pior corrida do ano de Russell

Não querendo destoar do seu colega de equipa, George Russell também fez uma corrida negativa. Na qualificação ficou arredado na Q2, o que preocupou o jovem britânico, pois não entendeu o motivo do falhanço. O trabalho compensou e os problemas foram resolvidos, mas na corrida além de ter apostado demasiado cedo nos pneus slicks, cometeu um par de erros que comprometeram um resultado final mais positivo. No entanto fez a pior corrida do ano na ronda 17, numa época em que entrou numa equipa nova, com uma exigência incomparável em relação à da sua anterior equipa. Não foi um fim de semana positivo, mas tal acontecer apenas uma vez em 17 corridas, numa fase em que ainda evolui como piloto não é nada mau.

Grande operação da McLaren

A McLaren não tinha um fim de semana tão bom desde a última visita a Imola. 22 pontos conquistados com duas boas prestações dos seus pilotos e acima de tudo, uma corrida muito bem gerida por parte dos estrategas da equipa britânica. Foi provavelmente a melhor exibição coletiva da McLaren do ano, num fim de semana em que foram introduzidas melhorias no chassis da equipa. Bons sinais para a reta final e para o confronto com a Alpine, no qual a McLaren tem agora vantagem na tabela classificativa.

Aston Martin muito bem

O fim de semana de Singapura foi o mais lucrativo para a Aston Martin em termos de pontos somados desde o início da época. 12 pontos conquistados e subida de duas posições no campeonato de construtores. As condições da pista ajudaram os AMR22, além de uma jogada estratégica na altura de parar para troca dos pneus intermédios, que não tinha beneficiado a equipa na qualificação, levaram ambos os carros aos pontos e à melhor classificação de Lance Stroll nesta época.

Latifi voltou a trazer um SC

Foi um erro tremendo do piloto canadiano, que para já continua sem lugar na Fórmula 1 em 2023, que terminou com a sua corrida e de Zhou Guanyu. O piloto chinês não podia simplesmente desaparecer e Latifi tinha espelhos retrovisores no carro, não havendo justificação para o toque no monolugar da Alfa Romeo. Motivou por isso, a entrada do Safety Car em pista.

Sem lugar na Williams, pode o canadiano ainda ter esperança num lugar noutra equipa da grelha de 2023? Com corridas assim será (ainda) mais difícil.

Singapura é uma mistura de entusiasmo e aborrecimento

Foi uma corrida longa, é sempre, extenuante e algo aborrecida, mas de um momento para o outro, seja por erros – que num circuito citadino se pagam sempre caros – ou pela alteração das condições da pista, havia um motivo de interesse. Assim é o circuito de Marina Bay.

O facto de existir algumas zonas com asfalto novo e a pista não secar ao mesmo tempo, levou a que estivéssemos à espera das mudanças de pneus e dos jogos estratégicos, alimentando o interesse na prova.

Penalizações devem ser revistas o quanto antes

É difícil perceber como são dadas as penalizações aos pilotos ou equipas em alguns casos e têm demorado a sair as decisões do colégio de comissários, quando a FIA apostou, no caso da direção de corrida e que nada tem a ver com penalizações, na rapidez dos processos. Se tem de existir procedimentos mais rápidos para quem gere a corrida, tem também de acontecer o mesmo para quem decide se um piloto vai ser penalizado e se sim, se vai perder a vitória na corrida, como aconteceu em Singapura.

E quanto à decisão dos comissários… não aceitaram o argumento de Sergio Pérez e da equipa no caso de deixar mais do que a distância máxima permitida para o SC por causa das condições da pista e fraca visibilidade, mas ao mesmo tempo tiveram em consideração esses fatores para penalizar apenas em 5 segundos? E no caso, provaram que aconteceu em duas ocasiões. É muito complicado para os fãs entenderem e pior, começa a ser normal esperarmos muito tempo para que as decisões quanto à aplicação de penalizações, ou até de eliminar o tempo por volta por exceder limites de pista como aconteceu antes, sejam tomadas.

Ferrari sem sal

Nem foi uma vitória como se esperava, principalmente depois de Charles Leclerc ter conquistado a pole position, nem perderam pontos para a Red Bull. Foi um ‘assim, assim’ a corrida da Ferrari. Tinham grandes expectativas num bom resultado, e um duplo pódio acaba por ser bom, mas não foi a grande vitória sobre os adversários, aliás até vimos aquele que tem sido o piloto menos em evidência na Red Bull vencer os dois carros da Scuderia.

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2 Comentários
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917/30
1 ano atrás

11ª lição: Correr com piercings pode ser prejudicial à sua classificação…se correr não use! looool

Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
1 ano atrás

Acho que uma lição foi a do MotoGP em relacao a f1.

Ou as motas “agarram se” melhor ao alcatrao que os f1?

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