F1: Será Fred Vasseur o timoneiro certo para a Ferrari?

Por a 26 Novembro 2022 20:22

Frédéric Vasseur é apontado como o substituto de Mattia Binotto no leme da Ferrari, caso o transalpino abandone o seu atual cargo, como é apontado pelos media italianos, mas será que o francês é a pessoa certa para liderar a equipa mais complicada de gerir de todo o plantel?

A ‘Scuderia’ parece estar em processo de mudar a liderança, com Binotto, de acordo com os media italianos, a apresentar a sua demissão por não sentir confiança de John Elkann, o presidente do construtor de Maranello, com quem a sua relação é fria há já diversos meses.

Segundo as histórias que circulam em Itália, Vasseur é o escolhido para assumir o comando da Scuderia Ferrari, depois de Andreas Seidl, de acordo com os rumores, não ter aceitado um convite de Elkann.

Logo aqui, se verificar esta versão, Vasseur não ingressa na mais politizada equipa do paddock da melhor forma, uma vez que é ‘apenas’ a segunda escolha do presidente da Ferrari, não tendo a força que teria caso tivesse sido a primeira opção de Elkann.

No entanto, o francês tem muito experiência no mundo das corridas e poderá ter a capacidade de se impor no seio da Ferrari.

Antes de mais, Vasseur não precisa de ir para a equipa mais famosa do mundo para ter uma vida mais que confortável, tendo a sua atividade no mundo das corridas lhe garantido uma situação financeira que o deixa descansado; ou seja, se se confirmar a sua entrada em Maranello é porque realmente o quer e porque se sente capaz do desafio que tem pela frente e isso deixa-o numa posição de poder, uma vez que não terá medo de tomar decisões e perder o seu lugar.

Para além disso, caso a sua passagem pela ‘Scuderia’ não seja bem-sucedida, sabe que a sua vida no mundo das corridas não terminou, dado que tem a ART Grand Prix, equipa que compete na Fórmula 2, Fórmula 3 e Fórmula Regional by Alpine, tendo ainda interesses nos LMP2, GT e Extreme E. Vasseur é ainda o homem por detrás da Spark Racing Technology, a companhia que concebe e constrói os chassis usados pela Fórmula E.

Ou seja, o francês tem o seu futuro no mundo das corridas completamente assegurado, isto sem levar em consideração o papel de chefe de equipa da Alfa Romeo e CEO da Sauber.

O gaulês chega à Ferrari, a confirmar-se as histórias que correm, com uma postura completamente independente e com o sucesso que carrega com as suas diversas equipas, que são referências nas categorias por onde passa.

Tomar decisões não são um problema para o pequeno francês como se verificou quando chegou à equipa suíça a meio de 2017.

Monisha Kaltenborn, a sua antecessora, tinha gizado um acordo com a Honda, que estava em grandes dificuldades técnicas com a McLaren, mas sabendo que os problemas que os japoneses sentiam poderiam criar dificuldades à sobrevivência da Sauber, então numa situação financeira instável, Vasseur não teve pejo em cancelar o contato para encontrar na Ferrari um parceiro mais estável que permitisse à formação de Hinwil sair do buraco em que tinha caído, o que conseguiu, estando a agora a Sauber numa situação em que respira saúde financeira, tendo aproveitado o acordo com a Alfa Romeo para subir de competitividade, o que lhe garantiu ser a parceira da Audi quando os novos regulamentos das unidades de potência entrarem em vigor, em 2026.

Deste ponto de vista, Vasseur tem a sua missão cumprida em Hinwil, sabendo, também, que muito provavelmente, quando a influência da Audi se começar a sentir na equipa suíça, o seu lugar poderá estar em risco, uma vez que os alemães quererão colocar os seus homens de confiança nos lugares-chave, valendo mais sair por sua própria vontade.

O francês é um homem das corridas e sabe como ninguém o que é preciso para vencer no mundo do desporto automóvel, não tendo qualquer problema em tomar decisões difíceis e ser coerente com elas – quando entrou na equipa de Fórmula 1 da Renault e percebeu que a equipa estava a ir na direcção com a qual não concordava e não teve qualquer problema em sair – a grande questão é saber se terá o golpe de rins político necessário para poder gerir uma relação com um presidente cujo conhecimento do mundo das corridas não é muito aprofundado.

Vasseur é um verdadeiro homem das corridas, sabendo da necessidade de agir rapidamente e estando consciente de que no mundo do automobilismo o sucesso não se constrói num dia, algo que parece Elkann desconhecer.

Será esta relação que poderá criar o ruido que deixará a frustração crescer em Vasseur, que como mostrou na sua passagem pela Renault, não estará na disposição de passar por qualquer situação com a qual não concorde.

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