F1, polémica de Max Verstappen no Brasil: E se o feitiço se virar contra o feiticeiro?
Beber do próprio veneno ou tiro sair pela culatra! Como preferir! A defesa de Max Verstappen a Lewis Hamilton no Grande Prémio de São Paulo foi polémica e poderá ter deixado um legado que, eventualmente, poderá virar-se contra o piloto holandês na luta pelo título deste ano.
A manobra é conhecida – na quadragésima oitava volta da prova brasileira, o heptacampeão mundial lançou um ataque à liderança do piloto da Red Bull na aproximação à Descida do Lago.
Por fora, Hamilton chegou a estar à frente de Verstappen mais de meio carro, mas este, com uma longa escapatória de asfalto pela frente, escolheu deixar a travagem para tão tarde, que passou para a frente do inglês, mas sem qualquer possibilidade de fazer a curva sem recorrer ao alcatrão para lá do corretor.
Hamilton, para evitar o contacto entre eles, alargou a sua trajetória e foi obrigado, também ele, a passar pela escapatória, não conseguindo concretizar a ultrapassagem que ambicionava.
Os comissários desportivos consideraram não ser necessário colocar o incidente em investigação, o holandês não foi penalizado e a dúvida instalou-se em todos os pilotos, talvez com a exceção do jovem da Red Bull.
A mensagem passada é que os limites da pista, na luta por posições são irrelevantes, dado que Verstappen recorreu à escapatória para defender a sua liderança.
No passado, mais concretamente no Grande Prémio da Áustria, Lando Norris e Sérgio Pérez, duas vezes, não deram espaço exterior quando foram atacados, tendo os seus adversários de passar pela escapatória – nesse caso de gravilha -e foram penalizados em cinco segundos em cada um dos incidentes.
Podemos ser levados a concluir que, a liberdade de que Verstappen gozou em Interlagos, só é dada quando os pilotos têm asfalto como zona de segurança…
Porém, é apenas na defesa de uma posição que isso se poderá fazer?
Fernando Alonso, no Grande Prémio dos Estados Unidos, ultrapassou António Giovinazzi, passando por uma escapatória, e foi obrigado a ceder a sua posição…
Qual é o motivo que leva a que se possa transgredir os limites da pista na defesa de uma posição e não se possa fazer o mesmo quando se ataca um adversário?
São questões que se levantam e que deixaram os pilotos num mar de dúvidas sem saber como agir no futuro.
“Temos de nos adaptar sempre a todas as situações, a cada decisão que os comissários tomam”, disse Leclerc, que acrescentou: “Assim que soube que não uma penalização para o Max (Verstappen) na Áustria (n.d.r.: quando ambos lutavam pela vitória em 2019), fui para Silverstone e mudei a minha pilotagem.
Por isso, acho que é um pouco o mesmo para cada piloto, vamos sempre tentar ir até aos limites do que nos é permitido fazer.
“E é isso que eu vou fazer se, no neste caso, este tipo coisas forem permitidas”.
Leclerc apontou que o sentido da decisão dos comissários no Grande Prémio de São Paulo é pouco relevante para ele, mas deseja clarificação: “Honestamente, não me importo. Mas o que quer que seja permitido, só quero que fique claro como piloto. É a única coisa que me importa.
Se isso for permitido, então a ultrapassagem por fora vai ser muito difícil.
Mas seja qual for a situação, a decisão, eu vou apenas adaptar a minha pilotagem a ela; portanto, para mim, tudo bem”.
Carlos Sainz afina pelo mesmo diapasão, desejando que as regras sejam claras para todos. “É preciso ser bem explicado que, se isto (n.d.r.: a manobra de Verstappen no Brasil) não foi penalizado na última corrida, e se eu estiver numa posição semelhante, tenho de saber que posso fazer algo similar.
Penso que o carro por dentro tem sempre a preferência e a capacidade de obrigar o outro carro a alargar a trajectória, mas se o carro do interior também sair largo, é isso que temos de esclarecer”.
George Russell, talvez por estar envolvido o seu futuro colega de equipa, tem uma visão mais crítica da situação: “Se tivesse sido a última volta do Grande Prémio, tenho a certeza de que ele teria recebido uma penalização”.
A reação de Verstappen é de certo modo compreensível – está numa luta intensa pelo título em que qualquer ponto será determinante para encontrar o campeão deste ano e, num fim-de-semana em que não tinha argumentos para contrariar o seu rival, olhando para uma extensa e inócua escapatória de asfalto deixou o seu instinto falar mais alto: travar o mais tarde possível, recorrer ao asfalto de segurança, deixar do lado de Hamilton o ónus de haver mais um acidente entre ambos e tentar manter o comando.
Claro que, Hamilton, sabendo que tinha um carro superior, estava consciente de que seria uma questão de tempo até alcançar o primeiro lugar, e evitou o contacto.
Mas cabe à FIA e aos seus responsáveis traçar uma linha entre aquilo que é e não é permitido e ao não penalizar Verstappen em Interlagos, abriu a caixa de Pandora e, agora, todos os pilotos quererão fazer o mesmo numa situação semelhante…
A questão é: e se em Abu Dhabi, onde parece cada vez mais certo que se decidirá o título deste ano, Hamilton realizar uma defesa semelhante à que o holandês fez na quadragésima oitava volta do Grande Prémio de São Paulo e assim se decidir o título?
Todos aceitarão a manobra do inglês?
Pois é, os comissários desportivos ofereceram à FIA um problema perfeitamente desnecessário…
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Já há muito tempo se percebeu para que lado está inclinado o terreno e vai ser difícil nivelar as coisas até ao final, tal como em qualquer desporto é muito mau os «árbitros decidirem o jogo»
O pressuposto que foi Max que começou este tipo de defesa só pode ser por distracção. Numa manobra em tudo idêntica, Lewis alargou completamente a curva em SPA2020 atirando Albon para a gravilha. Recebeu 5s de penalização que é o que deveria ter sido atribuidos ao Max (apesar das consequências para Albon terem sido bem mais gravosas do que para Hamilton no Brasil). Max e Hamilton estão a lutar no máximo da sua energia e talento e irão manter este tipo de condução até ao ultimo GP. O que não é admissivel a um jornalista é vender a imagem de… Ler mais »
Na minha opinião, Interlagos e até o caso das bandeiras amarelas no Dubai FP3 apesar de claras falhas por parte da Direcção de Corrida e Comissários (todos funcionários da FIA), não houve qualquer consequência dramática em termos de campeonato, mas foi apenas por acaso. Quanto ao caso de Silverstone, é um “não caso”, porque os Comissários agiram “By the Book”, aplicaram os 10 segundos regulamentares a Hamilton que não alteraram o resultado final da corrida, embora o resultado final do campeonato possa ser alterado, isto se Max perder por menos de 18 pontos, que seria o que teria facturado em… Ler mais »
Deve faltar nas contas os 12.5 de SPA
e os 7.5 de SPA?
SPA 2020? Não será Spielberg?
E achar que foi o Hamilton em 2020 a iniciar este tipo de manobras só pode ser desconhecimento, além de que o Hamilton nessa manobra nunca saiu de pista, nem nunca sequer pisa o corrector, nem nunca saiu da trajectória habitual de todos os 20 pilotos nessa dita curva. Comparar as 2 não é razoável mas pelo teor do seu texto percebe-se de que lado está, de modo que tudo vai servir de justificação e de termo de comparação.
Desde que seja como em Silverstone….
Se o morenito ganhar de novo o campeonato, vai ser fita azul ai na redacção.
O mais importante é encerrar os assuntos rapidamente, e a FIA não tem sabido fazer isso. Por exemplo: Em Silverstone a FIA (e os seus comissários) não tiveram muita dificuldade em agir, porque é por demais evidente que Hamilton não se ficou pelo enorme espaço que Verstappen lhe deu no interior, e foi nitidamente á procura da roda traseira direita do Red Bull, aplicando a penalidade regulamentada, o que na prática não abalou minimamente o resultado do inglês que marcou 25 pontos, enquanto Max perdeu em teoria pelo menos 18 pontos. Em Interlagos, a FIA não informou Verstappen de que… Ler mais »
Permita-me duas correcções:
Em Interlagos, se aplicassem 5 segundos ao Max, depois da corrida, haveria alteração, sim, visto Bottas ter ficado a 3 segundos.
A corrida seguinte realizou-se no Qatar e não no Dubai.
Este filme é espetacular. Mas vi um bem melhor. Aquele em que morre o cavalo e o artista casa com a pistola.
E se Max voltar a fazer o mesmo e a FIA voltar a assobiar para o lado? É que eu vejo mesmo ele a fazê-lo, vendo o historial. No Qatar não pôde porque esteve sempre atrás de Hamilton e nunca perto o suficiente para se esquecer de travar e ir largo. Ele tem vantagem pontual e se se vir batido, vamos ver mais do mesmo com a cunivencia da FIA, que este ano deixou-o fazer de tudo e mais alguma coisa. E não, o facto de Hamilton ter tido um acidente com ele em Silverstone, em que ambos tiveram culpas… Ler mais »
Então e se for o Verstappen a ser “albarroado”? Pode-se “albarroar” assim um piloto?
E a língua portuguesa? Podemos andar por aqui a “albarroar” a língua portuguesa? hahahaha
Cumprimentos
O campeonato deste ano pode muito bem decidir-se pela eliminação directa ,como aconteceu noutros anos.Até foi o próprio boçal Toto quem o afirmou. Se o Hamilton se apanhar à frente do campeonato,com certeza que poderá ir para isso…apesar da cantiga do que os mentores dele lhe mandam dizer,que pretende ser o mais clean de todos etc e tal. Music! O mesmo se passará com o Max.Candeia que vai à frente…e que até pode já ser campeão na próxima…tem é de ver se imita a Mercedes e sacar uns pozinhos mágicos do carro, para poder lutar mais de igual com o… Ler mais »
“Todas” as semanas vemos abanar bandeiras pelo Max ou pelo Ham. O facto inegável desta época, acabe ela como acabar, é que só houve um piloto a abalroar outro com a consequência deste acabar na parede e não poder pontuar, enquanto o “abalroador” ganhou, em Silverstone. Diz muito sobre a F1 “the british show”, sobre o Ham “the equality puppet” e já agora sobre o assunto abordado, o critério devia ser mesmo esse! SE ABALROARES ALGUEM, com a consequencia de o impedires de competir, encosta na box e acabou corrida. E nem interessa de quem é a culpa. Se alguém… Ler mais »
Abalroar pressupõe ir de encontro a alguém, como por exemplo o Bottas fez em Hungaroring ao colidir com o Norris e com o Perez, agora em Silverstone se alguém abalroou alguém foi o Verstappen ao Hamilton e basta ver que a penalização ao Hamilton foi baseada no facto dele não ter evitado nos mínimos aceitáveis essa colisão. Os outros epítetos com que brinda o Hamilton mostra a sua qualidade como comentador e o quanto devemos quantificar a seriedade desses mesmos comentários.
Isso é muito bonito mas quem acabou na parede devido a acção de outro foi o Max, do qual nem sequer sou fã. Os epítetos ou tretas como quiser chamar baseiam-se apenas na inexplicável falta de competição desde 2014. Narrativa da novela F1 foi fraca desde então. Não acha estranho que desde 2014 o Ham teve que? 5 DNFs? Assim qualquer um pode ser o GOAT, sem competição e com toda a proteção fica fácil.
O Jorge Girão, que gosto muito de ler, neste caso está a ser ingénuo. Em 2021 jamais LH fará uma manobra daquelas. Se o fizesse, MV simplesmente virava contra ele e batiam ambos. Se no Brasil LH estivesse 15 pontos à frente e fosse alvo daquela manobra do MV, teria certamente virado contra ele e o assunto resolvia-se ali.