F1: Paddy Lowe fora da Williams

Por a 7 Março 2019 06:44

Já está encontrado o ‘culpado’ de

todos os males da Williams. A Paddy Lowe, responsável técnico da

equipa de Grove foi dado uma “licença de ausência por razões

pessoais”, que na prática o deixa fora da equipa, apenas nove

dias antes do arranque da temporada competitiva da F1.

Recorde-se que a entrada em cena da

equipa foi com o pé esquerdo, ainda que na segunda semana se tenha

visto um FW42 fiável, consistente, embora pouco rápido. Já na

segunda semana de testes, Paddy Lowe, depois de andar a esconder a

cara durante a primeira semana, veio explicar o que aconteceu em

conferência de imprensa. Os atrasos de construção de peças para o

FW43 originaram um atraso de dois dias e meio que deixaram Claire

Williams a espumar.

“Isto tudo é tão complicado que

não consigo explicar de forma clara. Há vários fatores que levaram

a este atraso, mas para ir direito ao assunto: a complexidade de um

Fórmula 1 moderno fez-nos tropeçar e isso levou a que não

tivéssemos todas as peças para conseguir participar no primeiro dia

de testes” declarou o responsável técnico da Williams, em jeito

de desculpa, com a cabeça baixa e uma cara tristonha.

Depois tentou dourar a pilula

lembrando que “não fomos a primeira e não seremos a última

equipa a quem isto acontece” dizendo que “vamos aprender e fazer

melhor nos próximos anos.”

A verdade é que não recuperando

tudo, a Williams conseguiu uma boa segunda semana de trabalho. Mesmo

que não podendo simular qualificações, mas sim muitas simulações

de corrida e, sobretudo, recolha de dados. Os dois pilotos andaram

muito tempo com grelhas de sensores, com “flowviz” e nunca

puderam andar nos limites do carro e dos seus próprios limites.

Recolher dados era fundamental e prioritário. E este poderá ser o

maior problema da Williams.

Com dois “rookies” – porque

Kubica há oito anos que está fora das corrida de F1 e como ele

próprio assumiu, já muita coisa que tem de aprender – ao volante,

um que ainda nem sequer completou uma corrida de Fórmula 1 e outro

fora do carro há muito tempo, não era nada disto que a Williams

precisava.

“Não tenho qualquer problema em

dizer que os nossos pilotos não estão bem preparados para

Melbourne. Ambos fizeram um extraordinário trabalho na recolha de

dados, mas não tivemos a oportunidade de lhe permitir fazerem voltas

rápidas e afinarem o carro para a qualificação.” E apesar de

estar agastado com o facto de ter andado a “pastar” em pista,

Kubica mostrou uma face que pode ser importante para a Williams: no

segundo dia da segunda semana de testes, o polaco rodou 130 voltas,

sozinho, com tempos por volta tão regulares que deixou toda a gente

impressionada. Não são cifras de encher o olho, mas foram 130

voltas a recolher dados com uma regularidade impressionante.

Há dias, houve discussão pública

sobre se Paddy Lowe devia ou não continuar, depois desta entrada em

falso, mas o britânico esquivou-se, lembrando que “não tenho

tempo para me preocupar sobre o meu papel na equipa, Há tanta coisa

para fazer!” Mas aproveitou o ensejo para deixar umas fortíssimas

farpas a Claire Williams. “As equipas fortes não trocam de pessoas

ao primeiro embate, pois qualquer erro é uma oportunidade para

aprender e fazer melhor na próxima vez. E quando atiras pessoas

fora, perdes experiência. É sempre mais fácil procurar culpar

alguém quando as coisas se complicam.”

Pelos vistos, a vice-directora da

equipa, Claire Williams não pensou assim, e Lowe, um nome que todos

pensávamos viria para ‘salvar’ a Williams, é o mais recente de uma

série de saídas da equipa técnica da Williams nos últimos 12

meses. O ano passado, o designer chefe da campanha de 2018, Ed Wood,

deixou a equipa após 12 anos na Williams e o chefe da aerodinâmica,

Dirk de Beer, também saiu de Grove em maio passado.

Tal como disse há dias Claire

Williams “é embaraçoso não trazer um carro para o circuito

quando todos os outros conseguiram fazê-lo, especialmente para uma

equipa como a nossa que conseguiu trazer um carro para os testes nos

últimos 40 anos”.

Olhamos para as equipas de F1 como estruturas super profissionais, onde todas as tarefas são planeadas ao segundo, e ficamos sem perceber como foi possível ninguém perceber ou ninguém reagir atempadamente aos atrasos que muitos já deveriam ter percebido. No meio disto tudo, uma coisa é certa, a Williams já tem esta época também perdida, e agora resta-lhe trabalhar para salvar a face, e provavelmente salvar a equipa.

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