F1: Paddy Lowe fora da Williams
Já está encontrado o ‘culpado’ de
todos os males da Williams. A Paddy Lowe, responsável técnico da
equipa de Grove foi dado uma “licença de ausência por razões
pessoais”, que na prática o deixa fora da equipa, apenas nove
dias antes do arranque da temporada competitiva da F1.
Recorde-se que a entrada em cena da
equipa foi com o pé esquerdo, ainda que na segunda semana se tenha
visto um FW42 fiável, consistente, embora pouco rápido. Já na
segunda semana de testes, Paddy Lowe, depois de andar a esconder a
cara durante a primeira semana, veio explicar o que aconteceu em
conferência de imprensa. Os atrasos de construção de peças para o
FW43 originaram um atraso de dois dias e meio que deixaram Claire
Williams a espumar.
“Isto tudo é tão complicado que
não consigo explicar de forma clara. Há vários fatores que levaram
a este atraso, mas para ir direito ao assunto: a complexidade de um
Fórmula 1 moderno fez-nos tropeçar e isso levou a que não
tivéssemos todas as peças para conseguir participar no primeiro dia
de testes” declarou o responsável técnico da Williams, em jeito
de desculpa, com a cabeça baixa e uma cara tristonha.
Depois tentou dourar a pilula
lembrando que “não fomos a primeira e não seremos a última
equipa a quem isto acontece” dizendo que “vamos aprender e fazer
melhor nos próximos anos.”
A verdade é que não recuperando
tudo, a Williams conseguiu uma boa segunda semana de trabalho. Mesmo
que não podendo simular qualificações, mas sim muitas simulações
de corrida e, sobretudo, recolha de dados. Os dois pilotos andaram
muito tempo com grelhas de sensores, com “flowviz” e nunca
puderam andar nos limites do carro e dos seus próprios limites.
Recolher dados era fundamental e prioritário. E este poderá ser o
maior problema da Williams.
Com dois “rookies” – porque
Kubica há oito anos que está fora das corrida de F1 e como ele
próprio assumiu, já muita coisa que tem de aprender – ao volante,
um que ainda nem sequer completou uma corrida de Fórmula 1 e outro
fora do carro há muito tempo, não era nada disto que a Williams
precisava.
“Não tenho qualquer problema em
dizer que os nossos pilotos não estão bem preparados para
Melbourne. Ambos fizeram um extraordinário trabalho na recolha de
dados, mas não tivemos a oportunidade de lhe permitir fazerem voltas
rápidas e afinarem o carro para a qualificação.” E apesar de
estar agastado com o facto de ter andado a “pastar” em pista,
Kubica mostrou uma face que pode ser importante para a Williams: no
segundo dia da segunda semana de testes, o polaco rodou 130 voltas,
sozinho, com tempos por volta tão regulares que deixou toda a gente
impressionada. Não são cifras de encher o olho, mas foram 130
voltas a recolher dados com uma regularidade impressionante.
Há dias, houve discussão pública
sobre se Paddy Lowe devia ou não continuar, depois desta entrada em
falso, mas o britânico esquivou-se, lembrando que “não tenho
tempo para me preocupar sobre o meu papel na equipa, Há tanta coisa
para fazer!” Mas aproveitou o ensejo para deixar umas fortíssimas
farpas a Claire Williams. “As equipas fortes não trocam de pessoas
ao primeiro embate, pois qualquer erro é uma oportunidade para
aprender e fazer melhor na próxima vez. E quando atiras pessoas
fora, perdes experiência. É sempre mais fácil procurar culpar
alguém quando as coisas se complicam.”
Pelos vistos, a vice-directora da
equipa, Claire Williams não pensou assim, e Lowe, um nome que todos
pensávamos viria para ‘salvar’ a Williams, é o mais recente de uma
série de saídas da equipa técnica da Williams nos últimos 12
meses. O ano passado, o designer chefe da campanha de 2018, Ed Wood,
deixou a equipa após 12 anos na Williams e o chefe da aerodinâmica,
Dirk de Beer, também saiu de Grove em maio passado.
Tal como disse há dias Claire
Williams “é embaraçoso não trazer um carro para o circuito
quando todos os outros conseguiram fazê-lo, especialmente para uma
equipa como a nossa que conseguiu trazer um carro para os testes nos
últimos 40 anos”.
Olhamos para as equipas de F1 como estruturas super profissionais, onde todas as tarefas são planeadas ao segundo, e ficamos sem perceber como foi possível ninguém perceber ou ninguém reagir atempadamente aos atrasos que muitos já deveriam ter percebido. No meio disto tudo, uma coisa é certa, a Williams já tem esta época também perdida, e agora resta-lhe trabalhar para salvar a face, e provavelmente salvar a equipa.
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