F1, Otmar Szafnauer: Acredita que responsáveis da Alpine foram ingénuos ao exigir resultados imediatos

Por a 13 Janeiro 2024 17:43

Otmar Szafnauer considera “ingénuo” pensar-se que a Alpine conseguia alcançar as equipas maiores da grelha da Fórmula 1 e discutir pódios e vitórias em corridas num curto espaço de tempos e acredita que os responsáveis da estrutura francesa não lhe deram o tempo necessário para que o seu trabalho trouxesse resultados. Ao mesmo tempo, diz-se desiludido por não ter sido possível cumprir o plano de 100 corridas, tão apregoado pelo anterior diretor executivo da marca, Laurent Rossi.

Em julho a Alpine anunciou a saída do então chefe de equipa Otmar Szafnauer, que aconteceu logo após o Grande Prémio da Bélgica, poucos dias depois. Szafnauer explicou nessa altura, ainda de saída da equipa francesa, que era preciso tempo para desenvolver o projeto e ter resultados positivos desse trabalho desenvolvido, acreditando que as pessoas certas para a equipa de Fórmula 1 já tinham sido contratadas, mas ainda não estavam a trabalhar na estrutura. Assim, era da opinião que a sua saída, assim como do ex-diretor desportivo Alan Permane, era prematura. Essa opinião foi partilhada por Pat Fry, que saiu da equipa para rumar à Williams, convicto que Szafnauer não teve oportunidade para resolver todas as questões da estrutura que liderou.

Por seu turno, Luca de Meo afirmou mais tarde, que sob a liderança de Otmar Szafnauer foram prometidas muitas coisas que vieram a não se verificar, sendo necessário trocar peças na equipa.

Em entrevista no canal de YouTube de Peter Windsor, o antigo chefe de equipa da Force India, Racing Point, Aston Martin e Alpine reiterou que o trabalho que estava a ser desenvolvido por si na equipa, iria dar frutos, mas que não teve tempo para o terminar. Szafnauer explicou que quando chegou à Alpine havia défice de pessoal e departamentos responsáveis por várias áreas de desenvolvimento dos monolugares, que em equipas maiores estão em grupos separados para alcançar mais eficácia no seu trabalho. Fez ainda saber que as pessoas que liderava na Alpine, estavam a gostar da sua gestão, mas que facto dos responsáveis da “Alpine quererem o sucesso muito mais rápido do que era possível foi o que correu mal”.

O antigo responsável da equipa francesa deu como exemplo o rumo seguido pela Aston Martin, uma outra estrutura que liderou ainda quando se designava Force India. “Temos de nos lembrar que o Lawrence [Stroll] comprou a equipa em 2018 e em 2023 eles tinham um carro rápido. […] Esse é o prazo”, esclareceu, acrescentando que “acreditar que se pode fazer isso em um ou dois anos é ingénuo. Simplesmente não é possível”.

Ao mesmo tempo, Szafnauer diz estar “sobretudo desiludido por termos tido prazos diferentes para sermos bem sucedidos. Deram-me 100 corridas, o que pensei que seria suficiente, porque com 25 corridas por época, 100 corridas são cerca de quatro épocas e com 20 corridas por época, são cinco [anos]. Portanto, são entre quatro e cinco épocas. […]Estive lá durante 38 corridas e depois foi anunciado que não estávamos a progredir suficientemente depressa e que queriam mudar as coisas”.

Com o limite orçamental imposto pelo regulamento financeiro, poderíamos supor que não havia meios de contratar pessoal para a equipa, mas Otmar Szafnauer traçou um cenário diferente. “Durante o ano e meio que lá estive, contratámos cerca de 70 a 80 pessoas adicionais. […]Não despedimos ninguém, apenas contratámos novas pessoas”. Isso aconteceu, porque a equipa não estava a gastar o orçamento possível pelas regras da competição. “Se não for esse o caso, então há capacidade para contratar pessoas, o que foi o nosso caso. […]Não estávamos no limite orçamental”, explicou o antigo chefe de equipa, salientando ainda que a Alpine estava “dois dígitos de milhões abaixo do limite permitido”.

Foto: Martin TRENKLER

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