F1: O que se passa com as unidades de potência da Mercedes?

Por a 31 Outubro 2021 13:57

A Mercedes está em dificuldades, não porque tenha problemas de performance com o W12, que continua a ser muito competitivo face ao Red Bull RB16B Honda, mas antes devido à falta de fiabilidade da sua unidade de potência, o que poderá ter um impacto decisivo na luta pelo título deste ano.

Até à pausa de verão, os V6 turbo híbridos da marca de Estugarda não apresentaram problemas de maior, mas desde então, as falhas têm vindo a ser recorrentes.

Em Spa-Francorchamps tanto Lewis Hamilton como Valtteri Bottas montaram nos seus respectivos carros a terceira unidade de potência do ano e, muito embora tivessem ainda onze Grandes Prémios pela frente, a equipa esperava poder fazer uma gestão, com os motores já usados, para que pudesse concluir a temporada sem recorrer a uma quarta.

Mas desde então, o finlandês já montou mais duas unidades de potência – Monza e Sochi – e um novo motor de combustão interna, em Austin, ao passo que Hamilton teve de recorrer a um novo bloco na Turquia – isto sem sequer levarmos em consideração as equipas servidas pela Mercedes, todas elas também já com penalizações por terem ultrapassado máximo de unidades de potência que cada um dos seus pilotos têm alocado.

Como seria de esperar, os homens da marca de Estugarda fecham-se em copas quanto à origem da falta de fiabilidade e pouco se conhece sobre o que se passa com as unidades de potência concebidas e construídas em Brixworth.

Sabe-se que a Mercedes introduziu um novo material na construção dos blocos V6 e é do domínio comum que são os motores de combustão interna que são a fonte dos problemas, dado ser este componente que a equipa tem vindo sempre a trocar.

Para além disso, quando ficou claro que a Red Bull iria continuar a desenvolver o seu monolugar deste ano, estando pronta para sacrificar o seu carro de 2022, Toto Wolff afirmou que o W12 não teria mais evoluções após o pacote que foi introduzido em Silverstone, mas que tentaria aumentar a performance das suas unidades de potência para contrariar qualquer ascendente da sua rival.

Ora, como é do conhecimento de todos, o desenvolvimento dos V6 turbo híbridos está estagnado durante o decorrer da temporada, uma medida de contenção de custos devido à crise criada pela pandemia, e qualquer ganho de performance nesta área terá de ser feito à custa de fiabilidade.

Este poderá ser o caso pelo qual a Mercedes poderá estar a passar presentemente – na tentativa de acompanhar o ritmo de desenvolvimento da Red Bull, está a levar as suas unidades de potência ao limite, gerando problemas de fiabilidade.

Com Lewis Hamilton na luta pelo título de pilotos, agora a doze pontos de Max Verstappen, este é um factor que pode ser decisivo, mas Mercedes não está parada e procura de uma solução para o problema.

Apesar de o desenvolvimento estar congelado, os construtores de unidades de potência podem introduzir alterações para resolver questões de fiabilidade e em Brixworth trabalha-se para que uma solução seja encontrada.

A quase contínua troca de unidades de potência no carro de Bottas deixa no ar a ideia de que a Mercedes está a montar no carro do finlandês soluções que possam conter o problema, tornando-o numa espécie “ratinho de laboratório” para que, quando for encontrada uma medida que resolva as questões de fiabilidade esta possa ser passada também para o carro de Hamilton sem que este ande a comutar V6 turbo híbridos sem que a situação esteja estabilizada.

Seja como for, parece inevitável que o inglês monte um quinto motor de combustão interna no seu monolugar, resta saber se o fará por ter problemas na sua unidade ou por ter sido encontrada uma solução para a questão que preocupa os responsáveis da Mercedes.

Porém, uma falha em corrida seria catastrófica para as aspirações de Hamilton – abandonaria e no Grande Prémio seguinte teria de sofrer uma penalização – que, com doze pontos de desvantagem para Verstappen, poderia entregar definitivamente o título ao seu rival.

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
4 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
2 anos atrás

Eu não percebo nada disto. Mas…

Diria que antes a Mercedes e com a vantagem que tinham andavam sempre longe do limites e ahora já não é bem assim…

A RBR obrigou os a andar mais no limite do motor…

E se andas no limite já sabemos que seja o que for demora menos tempo a partir.

can-am
can-am
2 anos atrás

A forma como a Mercedes saca potência cada vez que muda de motor, num quadro regulamentar onde teoricamente isso não é possivel, pelo menos com a ” fartura” que a Mercedes faz alarde, lembra a Ferrari de há uns anos atrás,quando era a Mercedes a queixar-se da velocidade de ponta louca dos Ferrari.Ironias !. E depois sabemos o que lhe aconteceu! A Mercedes parece ” precisar” que o inglês ganhe o mundial, custe o que custar.(questões de imagem e do politicamente correcto). O Hamilton sabe desse grande trunfo e logicamente pressiona.Faz o papel dele. Ser legal ou ilegal passa a… Ler mais »

Last edited 2 anos atrás by Speedway
Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
2 anos atrás

Se eu fosse usar desculpas de 2007 diria que a culpa é de Jos Verstappen que anda a mexer nos motores de Hamilton. lol

Patucho10
Patucho10
2 anos atrás

O que se passa é que a Mercedes não tem tokens e então para melhorar a unidade de potencia tem que usar o Botas para poder fazer esse trabalho, acho perfeitamente normal é trabalho de equipa, o botas não está na luta pelo titulo então tem de fazer outro trabalho, conforme a equipa precisar.

últimas F1
últimas Autosport
f1
últimas Automais
f1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado