F1: O porquê de Schumacher estar a lutar por se manter na F1

Por a 23 Outubro 2022 15:03

A chegada de Mick Schumacher à Fórmula 1 era esperada com grande expectativa, mas no final do seu segundo ano na categoria poderá estar de saída, depois de ter sido dado como possível na Ferrari a médio prazo.

O alemão entrou no mundo dos Grandes Prémios em 2021, depois de conquistado o título de Fórmula 2, que se juntou ao do Campeonato da Europa de Fórmula 3, em 2018, e o nome que carrega deixava-o como um dos pontos de interesse da temporada, muito embora a Haas não lhe prometesse resultados de relevo, dado ser um ano desinvestimento da equipa americana, que colocava todos os seus recursos no seu monolugar deste ano – o primeiro do novo regulamento.

Ao seu lado, Schumacher teve Nikita Mazepin que, não sendo um super piloto, não é propriamente um piloto desprovido de valor, tendo vencido corridas nas categorias por onde passou, tendo sido vice-campeão de GP3 (a antecessora da FIA Fórmula 3) antes de ascender à Fórmula 2.

No entanto, o jovem de vinte e três anos dominou completamente o seu colega de equipa, o que reforçou a sua cotação no paddock, apesar da oposição debilitada que teve ao longo da sua estreia.

Algumas prestações ajudaram a que Schumacher fosse visto como um piloto de futuro, a mais notável aquela em que lutou com Max Verstappen, que tinha o seu Red Bull danificado, por um lugar nos pontos durante o Grande Prémio da Hungria.

Porém, se de um lado eram vistos alguns aspectos positivos nas prestações do alemão, por outro, alguns acidentes a alta velocidade, na tentativa de ir mais além, colocaram algumas dúvidas sobre as capacidades do piloto da Haas.

Só no Mónaco, Schumacher travou conhecimento com as barreiras de protecção por duas vezes, ajudando a engordar as contas da Haas. Na Arábia Saudita voltou a bater com muita violência.

Numa situação em que dominava completamente o seu colega de equipa, mas não tinha material para se chegar aos pilotos das restantes equipas, estes incidentes poderiam ser provocados pela ânsia de ir mais além e pela frustração de apenas se ter a si mesmo como adversário, mas num segundo ano estes teriam de desaparecer…

Porém, este ano estes acidentes voltaram a acontecer e os palcos foram os mesmos – Jeddah e Monte Carlo – infligindo novamente à sua equipa pesadas facturas de reparação, um entrave para uma estrutura com os recursos limitados, como é o caso da Haas, e para qualquer outra que tenha um orçamento no limite do Tecto Orçamental em vigor.

Para além disso, ao contrário do que sucedeu o ano passado, este ano Schumacher não tem dominado o seu colega de equipa, antes pelo contrário.

Kevin Magnussen, que substituiu Mazepin quando a Guerra da Ucrânia rebentou, tem vindo a esmagar o jovem alemão.

Em dezanove confrontos em qualificação, o dinamarquês impôs-se por catorze vezes, ao passo que na tabela do Campeonato de Pilotos, tem vinte e dois pontos contra apenas doze de Schumacher.

Estes são números que não jogam a favor do alemão, que se vê batido copiosamente por um piloto que esteve um ano fora da Fórmula 1 e, para além disso, é visto como muito competente, mas sem as qualidades necessárias para ser desejado por uma equipa de topo – na verdade esteve ao serviço da McLaren que prescindiu do seu concurso.

Estes são factos que colocam também em risco a continuidade de Schumacher na esfera da Ferrari, esperando-se que no final da temporada os laços com a ‘Scuderia’ sejam cortados.

Tendo sempre dado um passo significativo em termos de performances no seu segundo ano numa categoria, o Campeão de Fórmula 2 de 2020 teve o azar de, na sua segunda temporada na Fórmula 1 os carros terem mudado radicalmente, o que poderá não o ter ajudado, mas na categoria máxima as oportunidades são raras.

Gene Haas, o homem que paga as contas na Haas, também já se mostrou cansado de Schumacher. “Penso que o Mick tem muito potencial, mas sabem, ele custa uma fortuna e destruiu bastantes carros que nos custa muito dinheiro, que não temos. Claro, que se nos garantem pontos, e se é o Verstappen, mesmo com carros destruídos, nos lidamos com isso. Mas quando está atrás e destrói carros, é muito difícil”, afirmou o americano à Associated Press.

Parece evidente que o destino do alemão está selado, se não houver nada de extraordinário até ao final da temporada, ficando a ideia de que o filho do ‘grande’ Michael Schumacher poderá deixar a Fórmula 1 sem mostrar totalmente o seu verdadeiro potencial.

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